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Previous issue date: 2007 === A afirmação de que o cordel, visto como voz do povo , é um mediador entre cultura popular e
cultura hegemônica não é nova. Esta dissertação, no entanto, investiga os fios desta mediação. Para tal
recupera, inicialmente, a construção do complexo e contraditório conceito de cultura popular, examina
as estratégias do cordel em luta por sua sobrevivência, enfoca a linguagem enquanto mediação
homem/mundo e a mídia como fonte de informação.
Usando a cultura midiática como recorte da cultura hegemônica, a investigação se delimita a
cordéis informativos que tratam do 11 de setembro e fatos correlatos. A influência da cultura midiática
nos folhetos aparece, não só como fonte noticiosa, mas também destaque dado aos líderes políticos, à
espetacularização e enfoque sensacionalista das tragédias. Mais do que reproduzir o já noticiado, o
cordel apresenta a sua versão rimada dos fatos através de uma linguagem que transita entre o padrão e
variedades sociais/regionais de linguagem próprias das classes populares. Na disputa por legitimidade,
o cordel reafirma, através destes usos da linguagem, sua identificação com as classes populares diante
da desqualificação imposta pela cultura hegemônica. Mais subjetiva do que objetiva, a linguagem
assume, por vezes, um tom satírico, mordaz, irreverente, presente também na paródia, na
carnavalização dos fatos. Há, reiteradamente, uma ressignificação da tradição reinventando, em
temáticas novas, formas coletivas consagradas pelo uso
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