Summary: | Made available in DSpace on 2014-06-12T16:30:15Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo3285_1.pdf: 6655341 bytes, checksum: fc38c53e3e37adeda11501cf9b7881d9 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2011 === Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco === O mercado por ser o principal local de realização de troca de produtos encontrado em cidades desde a
antiguidade e que permaneceu no tempo, vem sendo discussão corrente em trabalhos de pesquisadores e
historiadores como Le Goff, Munford, Donatella Calabi, Guárdia i Óyon, Markus e Pintaudi que afirmam serem
os mercados a força modeladora das cidades, sua essência.
A partir dos ideais de modernidade surgidos na Europa durante o século XIX, que buscavam embelezamento,
higiene, salubridade e principalmente um maior controle do Estado sobre a cidade, os mercados se tornaram
equipamento urbanos, funcionando em grandes edifícios que passam a influenciar a formação de seu entorno e de
seu bairro, estreitando a relação mercado X cidade.
O Recife, que nasceu como local essencialmente comercial, uma vez que seu núcleo urbano formou-se em função
do porto, passou por um grande crescimento populacional e consequentemente um desordenado crescimento
urbano no início do século XIX de forma desorganizada e desestruturada. A cidade que era apreciada pela sua
excelente condição natural passou então a ser considerado um local insalubre e infecto com o agravamento da
sujeira e da falta de infra-estrutura de água, esgoto e transportes. A situação se agrava com o impacto de duas
grandes epidemias, de febre amarela e do cólera, acontecimentos que deixaram marcas profundas na população.
Neste momento o abastecimento alimentar recifense, não tinha uma ordenação formal acontecendo
precariamente em feiras livres e mercados abertos que funcionavam sem ordem, higiene e regularidade.
Até que os mesmo ideais modernos europeus invadem o Recife e a necessidade de melhoramentos
urbanos passa a ser a principal pauta do governo provincial.
Na busca de crescimento e desenvolvimento, na segunda metade do século XIX, regulamentou-se,
padronizou-se e até mesmo concentrou-se o comércio de rua em locais que demonstrassem ordem,
higiene e modernidade implantando na cidade os edifícios de mercados cobertos de São José e da Boa
Vista, que passam a organizar e padronizar o comercio de gêneros de primeira necessidade.
Desta forma o presente trabalho objetiva Identificar as características da relação do mercado com a
cidade no Recife do século XIX com os edifícios do Mercado de São José e do Mercado da Boa Vista,
estabelecendo os elementos em que tal relação se objetivou.
A chegada dos mercados públicos no Recife foi um sintoma de transformação urbana em curso no
século XIX, o exemplo de um ideal de organização e padronização de um comércio que anteriormente
se encontrava pulverizado no comércio ambulante, representado pelas feiras, açougues, boceteiras e
mascates. Representa a implantação de um projeto urbanístico de delimitação dos espaços de comércio,
dependendo de sua natureza, para dentro ou para fora das linhas do entorno.
A elaboração de leis e normas que passaram a reger os mercados e todo o comércio alimentar surge
como uma forma de controle por parte do governo. O Mercado de São José e o Mercado da Boa Vista confirmaram ainda o status de uma cidade que crescia, possuindo edifícios que utilizava material e
estilo arquitetônico francês, denotando a modernidade que se perseguia no Recife, fortalecendo a
relação Mercado x Cidade que existia na cidade desde sua criação
|