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Previous issue date: 2001 === Este trabalho é um estudo de linguagem dos vídeos populares
de Pernambuco produzidos na década de 1980. Analisamos dois
programas, Quem vê a cara vê a AIDS e A nossa história e a história
de Cabo Gato, realizados por grupos distintos e em diferentes
processos de produção, para identificar elementos comuns que
compõem a materialidade expressiva deles. Trata-se de um estudo
interdisciplinar, fundamentado a partir de três categorias de análise do
filósofo russo Mikhail Bakhtin: dialogismo, polifonia e carnavalização.
De acordo com os dados levantados e analisados na pesquisa,
constatamos que os programas foram realizados a partir de dois
modelos de produção, videoprocesso e videoproduto, que implicavam
um determinado grau de dependência em relação aos movimentos
sociais e objetivos específicos quanto ao uso do vídeo numa
perspectiva social. Em termos de linguagem, o vídeo popular
pernambucano seguiu as tendências da arte contemporânea e
mostrou-se essencialmente híbrido, pois a sua materialidade
expressiva se constitui a partir do diálogo e da contaminação entre o
erudito, o massivo e o popular.
Constatamos, também, que a produção de vídeos populares, em
Pernambuco, surgiu da iniciativa de setores médios da população, mais
ou menos articulados com os movimentos sociais. Ao mesmo tempo
em que procurava dar visibilidade positiva às lutas populares, então
pouco divulgadas nos mass media, os grupos de realizadores também
revelaram aspectos do cotidiano e da cultura dos setores menos
favorecidos da população, contribuindo para o fortalecimento de
identidades locais e o crescimento da auto-estima
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