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Previous issue date: 2011 === Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco === No Brasil, as áreas de ocorrência da Síndrome Pulmonar Cardiovascular por Hantavírus
(SPCVH) e a peste (infecção por Yersinia pestis) podem se sobrepor, pois compartilham os
mesmos roedores reservatórios da subfamília Sigmodontinae. O Necromys lasiurus
reservatório de hantavírus em outras regiões, desempenha importante papel na disseminação
da peste nas áreas focais do Nordeste. A hantavirose e a peste são doenças de notificação
compulsória nacional e vêm sendo reconhecidas como doenças ocupacionais. Apesar da
progressão de casos e óbitos por hantavirose no Brasil, os estudos nas áreas focais de peste,
ainda são escassos. No nosso estudo, objetivamos conhecer a soroprevalência de hantavirose e
peste entre os profissionais envolvidos nas atividades do Programa de Controle da Peste
(PCP) e Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP) do Centro de Pesquisas Aggeu
Magalhães (CPqAM/Fiocruz/PE) e de hantavírus em roedores das áreas focais de peste. Esses
profissionais constituem um grupo de risco para as infecções dos roedores, pois suas
atividades vão desde a manipulação de roedores em campo a pesquisas biológicas e
manipulação de culturas da Y. pestis em laboratório. As análises em 434 amostras de soros de
roedores (311 Sigmodontinae, 42 Cavideae; 43 Equimidae, 35 Muridae e três sem
identificação), capturados nas atividades da rotina do PCP em quatro estados do Nordeste do
Brasil (Ceará: 239, Pernambuco: 159, Bahia: 30 e Rio Grande do Norte: 06), detectaram
anticorpos contra hantavírus apenas no estado (CE), onde soros de dois N. lasiurus da Serra
da Ibiapaba (CE) foram reagentes. Amostras sorológicas de profissionais do PCP que atuam
nos Estados de Pernambuco (31), Ceará (21) e Rio Grande do Norte (11), e do SRP (seis)
foram analisadas para pesquisa de anticorpos contra hantavírus e Y. pestis, e mais 14 amostras
de profissionais do SRP foram analisadas para pesquisa de anticorpos contra Y. pestis. As
análises revelaram a presença de anticorpos contra hantavírus em dois profissionais do
PCP/CE (Serra do Araripe e Serra da Ibiapaba respectivamente) e anticorpos antipestosos em
um do PCP/PE (Planalto da Borborema) e um do SRP em duas amostras coletadas com
intervalo de 24 meses. Os sororeagentes não relataram manifestações clínicas sugestivas de
peste ou hantavirose no transcorrer das suas atividades profissionais, mas relataram não usar
equipamentos de proteção individual (EPI) desde o início de suas atividades. Em conclusão,
este estudo evidenciou pela primeira vez a presença de anticorpos contra hantavírus em
roedores (02) e profissionais (02) das áreas focais de peste do Ceará e a presença de
anticorpos antipestosos em profissionais do PCP/PE (01) e SRP (01). Esses resultados
evidenciam os riscos nas atividades em campo e laboratoriais, a necessidade da adoção de
práticas rigorosas de biossegurança e o acompanhamento sistemático da saúde dos
profissionais
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