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Previous issue date: 2014-02-28 === Metabólitos secundários produzidos e liberados por plantas, bactérias, fungos e liquens
estão envolvidos numa variedade de processos ecológicos, nomeados como
aleloquímicos. Além das suas possíveis funções ecológicas, muitos dos metabólitos
secundários são fitotóxicos, constituindo uma fonte relativamente inexplorada de novos
herbicidas. Nesse âmbito reside a possibilidade de obtenção de novas moléculas para
novos alvos moleculares, alternativos aqueles dos atuais herbicidas, sendo mais
atraentes quanto mais frequentes forem as resistências a esses. Vários aleloquímicos
podem ser seletivos em suas ações e as plantas podem ser seletivas em suas respostas. Por
este motivo, torna-se difícil sintetizar o modo de ação desses compostos, levando muitos
estudos a se restringirem apenas a modificações na germinação e nos padrões de
crescimento da planta-teste, sem considerar os eventos celulares relacionados às mudanças
fisiológicas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo investigar os mecanismos
de ação dos aleloquímicos de Cladonia verticillaris sobre Lactuca sativa e
Solanum lycopersicum. Visando uma compreensão mais completa e abrangente das
propriedades alelopáticas de liquens e dos possíveis efeitos sobre outros organismos, esta
pesquisa propôs realizar abordagens experimentais in vivo e in vitro, visto que os extratos
de C. verticillaris inibem, estimulam ou geram a morte de plântulas de Lactuca sativa
dependendo do extrato e da concentração utilizada. Esta pesquisa investigou as
alterações fisiológicas e bioquímicas, através das análises morfológicas, ultraestrutural,
da taxa fotossintética e de danos oxidativos. Verificou-se também o efeito da radiação
gama e da ureia exógena no talo liquênico, como simulação de estresse abiótico,
obtendo respostas através da produção de aleloquímicos e, consequentemente, do seu
potencial alelopático. Observou-se que os compostos fenólicos de liquens geram
estresse oxidativo nas plântulas de L. sativa e S. lycopersicum, provenientes da alteração
da cadeia transportadora de elétrons, e que a intensidade desse dano possui
especificidade e varia de acordo com o extrato e concentração utilizada. Notou-se que as
substâncias liquênicas causam disfunções celulares, destruindo algumas organelas como
cloroplastos, podendo induzir a peroxidação e provocar um rompimento celular
generalizado que finalmente conduz à morte da célula. Constatou-se que a radiação
altera o metabolismo liquênico e potencializa as atividades alelopáticas e que a ureia
promove a atividade da urease nos talos de C. verticillaris. Os efeitos observados foram
comparados com padrões, como os ácidos fumarprotocetrárico e protocetrárico, e o
herbicida clortoluron, verificando-se que as respostas obtidas frente aos extratos
refletem uma interação sinergística ou antagônica entre os aleloquímicos, e que muitas
ações são mais eficazes que as do herbicida. Diante desses resultados acredita-se que
C. verticillaris possa ser usada como fonte de bioherbicida que, além de eventuais
vantagens ambientais, tem possibilidade de aumentar o número, ainda relativamente
reduzido, de locais de ação de herbicidas.
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