Não é pela vida das mulheres: o aborto nas eleições de 2010

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Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lemos, Lis Carolinne
Other Authors: Pereira Júnior, Alfredo Eurico Vizeu
Language:br
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2015
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13127
Description
Summary:Submitted by Amanda Silva (amanda.osilva2@ufpe.br) on 2015-04-14T14:52:34Z No. of bitstreams: 2 DISSERTAÇÃO Lis Carolinne Lemos.pdf: 2210304 bytes, checksum: b5a70afb82e40d63ba351742d08b815c (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) === Made available in DSpace on 2015-04-14T14:52:34Z (GMT). No. of bitstreams: 2 DISSERTAÇÃO Lis Carolinne Lemos.pdf: 2210304 bytes, checksum: b5a70afb82e40d63ba351742d08b815c (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Previous issue date: 2014 === CNPq === O aborto é um tema tabu na sociedade brasileira. Na campanha presidencial de 2010, no entanto, entre as suas várias peculiaridades, a discussão aberta sobre o aborto foi um dos pontos altos da cobertura jornalística do período. Ainda que o aborto já tenha sido explorado política e midiaticamente em outras eleições - a de 1989, com o suposto aborto que o candidato Lula teria obrigado uma ex-namorada a fazer, e em 1994 com a defesa da legalização do aborto no programa partidário do PT - em 2010, ele ganhou contornos mais fortes e foi central na mudança de comportamento de candidatos que estavam ávidos por votos. Assim, o candidato José Serra (PSDB) se colocou prontamente contra o aborto, falando até mesmo em carnificina; Marina Silva (PV) propôs um plebiscito como forma de se ausentar do debate, mas que teve ressonâncias negativas entre os grupos evangélicos que a apoiaram; e Dilma Rousseff (PT) viu o percentual de votos ser reduzido após ter sua imagem associada à de alguém que defendia a legalização do aborto. Para estancar o declínio dos votos, fez alianças com setores conservadores da sociedade, garantindo que não colocaria esse tema em votação caso fosse eleita. A midiatização da política e das eleições, em particular, nos mostra que é necessário averiguar essas novas relações que são construídas entre o público e os candidatos. A cobertura dos jornais, tanto de circulação nacional quanto regional, primou por enquadramentos noticiosos que se aproximavam justamente das ideias defendidas por esses grupos. Ou seja, as notícias sobre o aborto focaram discussões de cunho moral e religioso. O feminismo há anos luta para que as mulheres possam decidir sobre suas vidas e que o debate sobre o aborto possa ser feito no campo dos Direitos Humanos. O objetivo da pesquisa é buscar pistas de como a imprensa representou socialmente o aborto na campanha presidencial de 2010, uma vez que pôs em xeque os concorrentes, incentivando-os a se posicionar sobre um tema polêmico na sociedade brasileira. O corpus da pesquisa compreende as edições do Jornal do Commercio (PE) e da Folha de São Paulo, entre os meses de setembro e outubro de 2010, que nos dá a possibilidade de analisar um extenso material, enfatizando principalmente o momento em que o assunto ganha mais relevância no agendamento da mídia.