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Previous issue date: 2014-09-30 === Este estudo teve por objetivo desvelar como ocorreu o processo de regulação cultural em meio à [re]conversão do Arranjo Produtivo Local (APL) monotemático de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), denominado Porto Digital, em um polo de Economia Criativa. Criado em 2001, o Porto Digital é um Arranjo Institucional constituído por uma hélice tríplice, compreendida pela atuação do poder público e privado por meio de uma Organização Social (OS), que busca promover uma rede colaborativa de produção cientifica e tecnológica extremamente complexa, na Cidade do Recife. Em 2011, o Porto Digital, por meio da lei municipal nº 17.762, expandiu o seu território de atuação e incorporou setores da economia criativa, consolidados por meio da criação do Portomídia - Centro de Empreendedorismo e Tecnologia da Economia Criativa. Para tanto, esta pesquisa qualitativa buscou compreender, mediante realização de um estudo de caso, como ocorreu o processo de expansão do escopo de atuação do Porto Digital, sob o prisma dos Estudos Culturais (EC), especificamente no que tange a teoria da Regulação Cultural. Baseado nas mudanças que ocorrem nas relações tempo e espaço no mundo contemporâneo, e que sugerem a urgência em se revisar e descortinar outras formas de se compreender, decodificar e analisar o ambiente simbólico das organizações, onde certas perspectivas epistemometodológicas vigentes reduzem o papel da cultura a uma espécie de construto manipulável acrescentado ao desempenho empresarial, que a escolha pela abordagem dos EC se materializou, por possibilitar uma versatilidade teórica e o despertar crítico e reflexivo mais profundo, considerando as relações de poder e a força política do indivíduo. Dessa forma, buscou-se averiguar como a compreensão de cultura nos EC poderá contribuir para o entendimento da dimensão cultural e o avanço das pesquisas apresentadas pela literatura dos estudos organizacionais sobre os APL brasileiros. Os resultados revelam que outros aspectos estão associados à regulação das aglomerações produtivas, não compreendidos pelas teorias vigentes nos estudos organizacionais e que estão estabelecidos por meio do poder institucional (regras e regulação), do poder econômico (relações de poder) e do poder subjetivo (o ato empreendedor, a força política do indivíduo).
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