Summary: | Submitted by Israel Vieira Neto (israel.vieiraneto@ufpe.br) on 2015-03-06T17:21:55Z
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Previous issue date: 2013-08-06 === A presente investigação se insere na discussão atual sobre as concepções de criança, infância
e Educação Infantil, veiculadas entre os professores que atuam nesse nível de ensino. Este
trabalho teve como objetivo apreender os discursos atribuídos pelos professores da Educação
Infantil em Caruaru à criança, à infância e à Educação Infantil, que têm subsidiado as formas
de intervenção dos mesmos no espaço/tempo da Educação Infantil. Nesse contexto,
delimitamos como nosso campo investigativo Centros Municipais de Educação Infantil da
cidade de Caruaru- PE (CMEIS), nos quais foram contemplados 06 Centros Educacionais e
entrevistados um total de 12 (doze) professores. Como procedimento metodológico,
utilizamos entrevistas semiestruturadas e para análise dos dados nos apoiamos em aportes
teórico-metodológicos da análise de discurso. Do ponto de vista teórico, partimos da
problematização da própria noção de infância e de Educação Infantil (ARIÈS, 2006;
KRAMER, 2007a; KOHAN, 2003a; OLIVEIRA, 2007; CORSARO, 2011), seus significados
e as implicações destes no campo da educação das crianças. Os discursos analisados,
distribuídos em redes discursivas, em linhas gerais, apresentam enunciados e temporalidades
para a infância, a criança e a Educação Infantil diversos, mas não excludentes. Embora em
todos os discursos identifique-se uma ampliação da preocupação com o lugar da criança, da
infância nas práticas da Educação Infantil, os mesmos revelam tanto indícios de permanência
como de mudanças nas formas de dizer a criança, a infância e, consequentemente, a Educação
Infantil. Os discursos dos professores revelaram concepções que ainda estão muito vinculadas
a discursividades, que assumem as crianças na perspectiva de um “vir a ser”, como um ser
incompleto, minoritário, conferindo à Educação Infantil a responsabilidade da passagem, seja
para a vida adulta, seja para as séries seguintes. Por outro lado, foi possível identificar
também discursividades que apontam para outras perspectivas mais afirmativas, que
valorizam a criança naquilo que ela é, reconhecendo a infância enquanto condição, para além
de uma fase ou etapa da vida. Desse modo, faz com que os professores organizem as ações na
Educação Infantil pautadas na inventividade, no respeito e na interação. Os dados, portanto,
expressam uma diversidade de sentidos e interpretações, mas indicam o quanto a escola e seus
sujeitos ainda carecem de uma relação mais afirmativa com a criança e a infância.
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