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Previous issue date: 2014 === Nosso trabalho pretende analisar e expor a maneira como o filósofo franco-lituano, Emmanuel Levinas (1905-1995) recepciona de forma crítica a fenomenologia husserliana e procura entrever, a partir dessa recepção, uma radicalização da Sensibilidade/Afetividade, como afecção e abertura, que proporciona uma passagem para uma metafenomenologia ou uma metafísica da alteridade. Aos olhos levinasiano, a fenomenologia husserliana conseguiu proporcionar uma abertura para um novo e diferente caminho, ensejo que não se enxergou como possibilidade possível na tradição filosófica, imodicamente hermética no “eu”, no Conatus do Ser ou na Gnose. Em razão do exposto, Levinas entendeu a Fenomenologia husserliana como método que permitiria, após radicalização, uma afecção e uma afetividade anterior ao Saber e ao Ser que reivindica uma novidade na relação da subjetividade com o Outro metafísico. Neste percurso, Levinas radicaliza a sensibilidade husserliana e encontra na fruição e na vulnerabilidade, inflamadas a partir da transcendência metafísica, elementos sensíveis que, entre outras razões, servem na defesa de uma subjetividade traumática, i.e., já desde sempre afetada e responsável por outrem. Esta nova forma de conceber a sensibilidade/afetividade, a consciência e a própria subjetividade, e derivado disto, as relações intersubjetivas, principia a investigação das fronteiras do Ser e do Saber, norteia e procura a passagem da intencionalidade à ética e/ou do fenômeno à recepção do enigma humano, ou ainda, da fenomenologia eidética e genética à fenomenologia do Rosto, metafenomenologia, como metafísica da alteridade. Neste percurso, pretendemos dar resposta a uma das mais significativas discussões em torno do filósofo franco-lituano, a saber, se a Metafenomenologia exclui a Fenomenologia abordada inicialmente por Levinas ou não.
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