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Previous issue date: 2003 === Este é um estudo sobre as práticas sócio-ambientais de resistência dos(as)
moradores(as) do bairro de Mãe Luiza Natal/RN frente as diversas formas de
degradação sócio-ambiental impostas ao seu território. O objetivo deste trabalho
consiste em apreender e analisar as possibilidades, os limites e desafios da
efetivação do Desenvolvimento Sustentável Local através das práticas sócioambientais
dos sujeitos em Mãe Luiza. Trata-se de identificar a direção que
assume essas práticas de resistência, suas ambigüidades e perspectivas. A
pesquisa foi realizada com dirigentes de sete grupos associativos localizadas no
bairro. O trabalho leva à reflexão sobre a construção das práticas sócio-ambientais
de resistência dos sujeitos e os seus resultados permitem considerar que: 1°) a
população se preocupa com a preservação do meio ambiente como estratégia
para permanecer e lutar pelo direito ao território; 2°) a ação dos promotores
imobiliários conta, na maioria das vezes, com o apoio do poder público; 3°) o
poder público dissemina ideologicamente o discurso da sustentabilidade local em
detrimento de ações concretas de fiscalização e controle da ação dos promotores
imobiliários; 4º) as práticas sócio-ambientais de resistência dos(as) moradores(as)
constituem-se em práticas imediatistas voltadas para responder questões sócioambientais
relacionadas à sobrevivência, apesar de terem importância na
formação da identidade política dos indivíduos, e 5°) apesar da resistência dos(as)
moradores(as) às inúmeras formas de degradação sócio-ambiental, o meio
ambiente natural e construído de Mãe Luiza, continua a sofrer, de forma, cada vez
mais acentuada, ações entrópicas, inferidas, na maioria das vezes, pelos
mecanismos de mercado que especulam sobre o valor do uso e ocupação do solo.
Desse modo, o que se pode concluir, nessa pesquisa, é que as práticas sócioambientais
dos(as) moradores(as) traduzem o signo da resistência, da luta pelo
direito à cidade e da possibilidade da formação de uma consciência cotidiana
crítica e, neste complexo processo de guerra entre territórios e territorialidades se
revelam insuficientes para enfrentar o poder do mercado imobiliário. O território de
Mãe Luiza, como outros espaços urbanos, permanece insustentável do ponto de
vista social, ecológico e humano
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