“Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto

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Bibliographic Details
Main Author: TAVARES, Aderli Goes
Other Authors: SÁ, Samuel Maria de Amorim e
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Pará 2017
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942
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topic CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDE
Saúde pública
Antropologia social
Cultura brasileira
Atendimento hospitalar
Sistema de Saúde (SUS)
Hospital Universitário João de Barros Barreto
Belém - PA
Pará - Estado
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TAVARES, Aderli Goes
“Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto
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Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte. === The study focused on users' access to public health services, in this case access to the University Hospital João de Barros Barreto (HUJBB), a hospital Unified Health System (SUS) located in the urban area in the neighborhood of Guama, in Belém, PA. The focus of the study were the social networks of relationships built by ‘guamaenses’ users to access medical consultations in medical clinic specialties, pulmonology, endocrinology at the hospital's specialty clinic. The informal approach was called "shortcuts" and is configured as an internal social organization that adds partial social networks (BARNES, 1987) external and internal. "Shortcuts" are part of a rhizome social structure (DELEUZE & GUATTARI, 2000), with entries for different spaces and a work process focused on designing hegemonic hospital-and philanthropic health. In hospitals, workers, particularly physicians, operate by "negotiated" (CARAPINHEIRO, 2005). The problem of inefficiency of SUS regulation to organize access and other SUS structural problems when the lower supply that demand prevents the exercise of universal access of citizens to health services and contribute to the discovery and building innovations for access , which Castoriadis (1982) interprets as "instituting" in an institution or what Carapinheiro (2005) points out as "therapeutic pathways." In case, the informal access in HUJBB is called "docking", the "door of hope" and was interpreted as a subsystem of the SUS, living with a syncretic public administration, with marks of public administration with rationalists impersonal principles and culture relational Brazilian. Between the rational and impersonal, SUS and marginality in the system, users and workers found the "gaps" in the formal system. They administer them through rational knowledge and relational and personalized, the very last of the formation of the Brazilian people, and use them to extend the standards and rules, they did not break the rules and do not make the "shortcut" the legal, and rather build a bridge within the SUS itself that makes it worth the recommended universal to access constitutionally Brazilians, reducing the waiting time and possibly allowing rehabilitate the health of users, preventing death.
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TAVARES, Aderli Goes
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Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte. 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Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia. http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8942 por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Federal do Pará Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia UFPA Brasil Instituto de Filosofia e Ciências Humanas reponame:Repositório Institucional da UFPA instname:Universidade Federal do Pará instacron:UFPA