Summary: | Submitted by Cleide Dantas (cleidedantas@ufpa.br) on 2014-05-13T14:15:23Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5)
Dissertacao_IntencionalidadeLinguagemAnalise.pdf: 645297 bytes, checksum: 7808e7973bd4229c9ec9c08b428cd27a (MD5) === Approved for entry into archive by Ana Rosa Silva (arosa@ufpa.br) on 2014-09-12T13:31:15Z (GMT) No. of bitstreams: 2
license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5)
Dissertacao_IntencionalidadeLinguagemAnalise.pdf: 645297 bytes, checksum: 7808e7973bd4229c9ec9c08b428cd27a (MD5) === Made available in DSpace on 2014-09-12T13:31:15Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 23898 bytes, checksum: e363e809996cf46ada20da1accfcd9c7 (MD5)
Dissertacao_IntencionalidadeLinguagemAnalise.pdf: 645297 bytes, checksum: 7808e7973bd4229c9ec9c08b428cd27a (MD5)
Previous issue date: 2007 === CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === As abordagens analítico-comportamentais da linguagem ainda não conseguiram fornecer um tratamento conceitual e empírico adequado dos comportamentos verbais complexos. Uma proposta funcionalista recente que vem abordando repertórios complexos na aquisição e no
desenvolvimento da linguagem é a teoria da aquisição da linguagem baseada no uso, de Tomasello e cols. Esta teoria vem se desenvolvendo no interior de uma análise mais ampla de Tomasello e cols. sobre a evolução da cognição humana. Nesta proposta, a compreensão e o
compartilhamento da intencionalidade são elementos-chave para o desenvolvimento cognitivo e linguístico humano. E é justamente o uso do conceito de intencionalidade o que tem produzido as principais críticas a esta proposta, principalmente, enquanto possibilidade de
representar um retorno às propostas mentalistas sobre cognição e linguagem. Com base nisso, o presente trabalho procurou: (1) analisar a proposta de Tomasello e cols. sobre a evolução da cognição humana e a relação entre essa proposta e a aquisição e o desenvolvimento da
linguagem – analisando, especificamente, o papel do conceito de intencionalidade nessa proposta e a relação entre intencionalidade e linguagem; (2) analisar o tratamento do conceito de intencionalidade nos trabalhos de John R. Searle e de Daniel C. Dennett, comparando-o
com o proposto por Tomasello e cols., segundo os critérios de (a) definição de
intencionalidade e (b) relação entre intencionalidade e linguagem; e (3) analisar o tratamento
que o conceito de intencionalidade tem recebido na Análise do Comportamento, comparandoo
com o proposto por Tomasello e cols, segundo os mesmos critérios (a) e (b). Esperava-se
que estas análises permitissem um maior esclarecimento sobre o uso do conceito de
intencionalidade na proposta de Tomasello e cols. e uma aproximação dessa proposta com um
referencial analítico-comportamental, i.e., sem recorrer a entidades mentais como elementos
explicativos da cognição e da linguagem. Tomasello e cols. propõem que a cognição humana
é um tipo de cognição primata, derivada de adaptações biológicas característica dos primatas
em geral para compreender os outros intencionalmente, em termos de ações, percepções,
estados emocionais e objetivos, além de uma motivação exclusivamente humana para
compartilhar intencionalidade com os outros. A partir dessas características, os humanos se
tornaram capazes de se engajar em atividades de colaboração relacionadas à cognição cultural
(envolvendo a criação e o uso de símbolos lingüísticos e matemáticos, artefatos culturais,
tecnologias, práticas culturais e instituições sociais), que alteraram profundamente os modos
de interação social da espécie humana, permitindo a ela acumular e modificar conhecimentos
ao longo da história e transmitir esses conhecimentos para as gerações posteriores.
Considerando a análise dos usos do conceito de intencionalidade nas propostas de Tomasello
e cols, Searle, Dennett e da Análise do Comportamento, foi possível estabelecer uma relação
entre as propostas de Tomasello e cols. e de Dennett, ambas caracterizando a intencionalidade
como um conjunto de habilidades cognitivo-comportamentais dos organismos, resultante da
história evolutiva das espécies. Contudo, foi possível relacionar o uso do o conceito de
intencionalidade nas propostas de Searle e da Análise do Comportamento com o conceito de
intencional na proposta de Tomasello e cols., ambos significando uma propriedade referencial
(i.e., estar relacionado com) de certos fenômenos em relação a aspectos do mundo. No que
concerne à relação entre intencionalidade e linguagem, as propostas de Tomasello e cols.,
Searle e de Dennett destacam a importância da interação da intencionalidade com a linguagem
para a evolução da cognição humana propriamente dita. Contudo, Tomasello e cols. se
aproximam mais do modelo de Searle, ao sugerirem que a linguagem simbólica é uma
habilidade comportamental humana derivada da intencionalidade. Dennett, por outro lado, se contrapõe a essa hipótese, afirmando que intencionalidade e linguagem simbólica são dois
fenômenos comportamentais distintos que co-evoluíram e passaram a interagir em certo
momento da história evolutiva da espécie humana. Em geral, o presente trabalho sugere que
os principais conceitos utilizados na proposta de Tomasello e cols. sobre a evolução da
cognição humana e, especificamente, na teoria da aquisição da linguagem baseada no uso, são
compatíveis com alguns conceitos aplicados em outras áreas do conhecimento, como a
filosofia da mente e as ciências do comportamento. Em adição, o presente trabalho também
possibilitou uma aproximação da proposta de Tomasello e cols. com um referencial analíticocomportamental.
Sugere-se que (i) a adoção de um vocabulário analítico-comportamental
pode contribuir para abordar os fenômenos contemplados na proposta de Tomasello e cols.,
evitando a recorrência a pressupostos mentalistas; e, (ii) a proposta de Tomasello e cols. pode
oferecer relevantes contribuições para a Análise do Comportamento, no que se refere à
investigação de processos simbólicos, principalmente, a aquisição e o desenvolvimento da
linguagem simbólica, na medida em que esta proposta tem investigado processos simbólicos
mais complexos do que aqueles tradicionalmente investigados na Análise do Comportamento. === Behavioral theories of language did not offer until this moment an adequate conceptual and
empirical treatment for complex verbal behaviors. A contemporary functionalist proposal
concerning complex repertoires in language acquisition and development is the usage-based
theory of language acquisition, by Tomasello and colleagues. This theory has been developed
in the context of Tomasello and colleagues’ wider analysis about the evolution of human
cognition. In this proposal, comprehending and sharing intentionality are key aspects to
human cognitive and linguistic development. The concept of intentionality, however, has led
to several critics to this proposal, mainly because of a possible comeback of mentalist
proposals about cognition and language. Thus, the present paper aimed: (1) to analyze
Tomasello and colleagues’ proposal about the evolution of human cognition and the relation
between this proposal and the acquisition/development of language – analyzing specifically
the role of the concept of intentionality in this proposal and the relation between intentionality
and language; (2) to analyze the treatment of this concept in John R. Searle and Daniel C.
Dennett’s papers, comparing it to Tomasello and colleagues’ one, based on the criteria of: (i)
definition of intentionality and (ii) relation between intentionality and language; (3) to analyze
the treatment of the concept of intentionality in Behavior Analysis, comparing it to Tomasello
and colleagues’ one, based on the same (i) and (ii) criteria. It was expected that these analyses
would allow a better clarification about the usage of the concept of intentionality in
Tomasello and colleagues’ proposal and would allow an interlocution between Tomasello and
colleagues’ proposal and Behavior Analysis, i.e., one approach to cognition and language
without references to mental entities as explicative aspects. Tomasello and colleagues propose
that human cognition is a sort of primate cognition, derived from primate biological
adaptations to comprehend the others intentionally, in terms of actions, perceptions, emotional
states and objectives, and a exclusively human motivation to share intentionality with others.
From these characteristics, human beings became able to engage in collaboration activities
related to cultural cognition (involving the creation and usage of linguistic and mathematic
symbols, cultural artifacts, technologies, cultural practices, and social institutions), that
changed considerably human species’ social interactions, allowing it to accumulate and
modify the knowledge throughout history and to transmit this knowledge to further
generations. Considering analyses of the usage of the concept of intentionality in Tomasello
and coleagues, Searle, Dennett and Behavior Analysis’ proposals, it was established a relation
between Tomasello and colleagues’ and Dennett’s proposals, both of them defining
intentionality as a set of cognitive-behavior skills of organisms, derived from species’
evolutionary history. Furthermore, it was established a relation between the concept of
intentionality in Searle’s and Behavior Analysis’ proposals and the concept of intentional in
Tomasello and colleagues’ one, both of them meaning a referential property (i.e., to be related
to) of certain phenomena according to objects and state of affairs. Concerning to the relation
between intentionality and language, Tomasello and colleagues’, Searle’s and Dennett’s
proposals emphasize the importance of the interaction between intentionality and language to
the evolution of the so-called human cognition. However, Tomasello and colleagues are more
related to Searle’s model because both of them suggest symbolic language is an intentionalityderived
human behavioral skill. Dennett rejects this hypothesis, considering intentionality and
symbolic language as two different behavior phenomena that co-evolved and started to
interact from a certain moment in human species’ evolutionary history. In general, the
present paper suggests that the main concepts used in Tomasello and colleagues’ proposal about the evolution of human cognition and, specifically, in the usage-based theory of
language acquisition, are compatible to some concepts used in others knowledge’s areas, like
the philosophy of mind and behavioral sciences. In addition, the present paper also allowed an
interlocution between Tomasello and colleagues’ proposal and Behavior Analysis. It is
suggested that (a) adopting behavioral vocabulary may contribute to investigate the
phenomena in Tomasello and colleagues’ proposal, rejecting references to mentalists
hypotheses; and (b) Tomasello and colleagues’ proposal may offer relevant contributions to
Behavior Analysis, concerning to the investigation of symbolic processes, specially symbolic
language acquisition and development, since this proposal has investigated more complex
symbolic processes than those traditionally investigated by Behavior Analysis.
|