Summary: | Made available in DSpace on 2018-09-13T23:35:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_8021_tese LARISSA MILANEZI FABRIZ PDF.pdf: 12475651 bytes, checksum: 2e80eca253a6973430e55c95022e1356 (MD5)
Previous issue date: 2018-09-21 === Esta pesquisa de doutorado analisou a Revista Americana, publicação protagonizada por diplomatas brasileiros ligados ao Ministério das Relações Exteriores e que circulou de forma não contínua entre 1909 e 1919. A revista se transformou em espaço de divulgação de diferentes aspectos da política, da cultura e da história do Brasil e de outras Repúblicas sul-americanas. Pretendeu-se, durante o estudo, compreender quais seriam os objetivos implícitos e explícitos desse impresso, bem como analisar qual seria o papel proposto para o corpo diplomático no sentido de viabilizar um projeto de pan-americanismo. A pesquisa partiu do pressuposto de que a Revista foi um instrumento de estratégia utilizado pelo Itamaraty no sentido de pensar e promover uma aproximação entre o Brasil e a América do Sul. Além disso, a partir da leitura dos exemplares, investigou-se qual seria o destaque do papel exercido pela diplomacia da República brasileira na difusão de representações de Brasil como possível líder diplomático do continente. Também foram localizadas as representações discutidas no periódico em relação aos problemas correntes do continente e suas possíveis soluções propostas pelos intelectuais, que eram oriundos não apenas do Brasil, mas de outros países do continente americano. Analisou-se, principalmente, quais representações de futuro são defendidas na Revista, visando apresentar o Brasil como país pacífico, civilizado, bem como de um continente americano moderno e com relações solidárias entre os países. O estudo se fundamentou no esquema conceitual de Roger Chartier (representações, práticas culturais, apropriação e circulação); no conceito de intelectuais proposto por Sirinelli (1998) e de diplomacia cultural de Ribeiro (1989). Concluiu-se que na Revista ocorria a valorização de elementos de uma diplomacia cultural, por meio de uma retórica pan-americana, que deveria servir de base para a construção de novas identidades, marcada por características próprias e específicas do continente americano. O pan-americanismo pensado dessa maneira fundamentou a existência de uma geração de intelectuais que puseram a circular na publicação projetos de futuro que representavam a América não apenas como espaço, mas principalmente como sentimento.
|