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Previous issue date: 2018-08-03 === Este projeto de pesquisa investiga como os anglicismos têm se incorporado na
língua portuguesa do Brasil no atual contexto denominado era digital e como
as políticas linguísticas têm dialogado com essa realidade. Historicamente,
termos de outras línguas sempre se fixaram na mente das sociedades e
sempre engendraram debates acirrados e decisões políticas, na maioria das
vezes negativas, a respeito do assunto. Trata-se de políticas linguísticas que,
conforme bem define Rajagopalan (NICOLAIDES et al, 2013), podem ser vistas
como a arte de conduzir reflexões sobre questões da linguagem e realizar
ações concretas junto com os indivíduos que a utilizam. O interesse por tal
tema se dá pelo fato de que, historicamente, foram cometidas muitas
atrocidades em nome desse elemento cultural que marca a alma de um povo
a língua. Marquês de Pombal condenou a língua geral aqui falada pela ampla
maioria da população e primou pelo uso do português, caso contrário, os
indivíduos pagariam com suas vidas. Getúlio Vargas criou o conceito de crime
idiomático, o que levou centenas de pessoas a prisões e sessões de tortura.
Mais recentemente, o deputado comunista Aldo Rebello, com o projeto de lei
1676/1999, quis dar força a um plano de intimidação dos indivíduos que
fizessem uso de um termo que não fosse em português, como se essa língua
não fosse resultado de séculos de hibridismo. Neste sentido, torna-se
relevante, para o campo da Linguística Aplicada, nos termos de Lopes (2006),
Cavalcanti (1998) e Signorini (1998), entre outros, investigar como políticas
linguísticas institucionais e não institucionais tem se posicionado em relação a
práticas multilíngues cada vez mais presentes em nossos cotidianos. Para
realizar essa investigação, colocamos em diálogo, além dos autores já citados,
as teorias do Círculo de Bakhtin (2010; 2014) sobre dialogismo, assim como o
conceito de liquidez do sociólogo Zygmunt Bauman. Como corpus, trabalhamos
com memes, por se tratar de uma forma discursiva muito utilizada na
atualidade.
Palavras-chave: Anglicismos. Dialogismo. Era digital. Políticas linguísticas.
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