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Previous issue date: 2018-02-05 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === The female authorship in the marginal-peripheral literature emerged in the national scene,
right in the beginning of the 21 st century, as aesthetical, literary and social criticism,
questioning the traditional standards regarding female representation both in the literary
canon and in the society. Inscribed in the item of the marginal-peripheral literature, Elizandra
Souza, from soirées movements, and Luiza Romão, representing the scene of the slams,
reject the traditional intermediaries in the editorial market, such as editors and journalists.
Thus, they found a way of resistance and bring about the voice of the women so far silenced,
through discursive representation of the female condition of marginalized women,
problematizing, above all, issues regarding female identity, their bodies and the places they
occupy in society. This self-representation of the female condition, unveiled by the poems,
traditionally faces the following ways of subordination: by the gender bias, the economic and
geographical situation and often by the race bias. In a process that initially deconstructs to
reconstruct the female representation, some paradigms, myths and taboos are broken, which
reveals a body that no longer accepts the abjection imposed, becoming subject of its own
speech. This way, this work has the objective of verifying how poetry and literary and
linguistic intrinsic processes materialize this body that is able to unveil the woman inscribed in
the marginal-peripheral literature, her identity and her specific demands. A voice that arises
under the sign of the resistance, public space appropriation, of placing the feminine in an
outstanding position to no longer let it be object of somebody else’s speech, but subject of the
voice of these women. To achieve such goals, poems of the authors Elizandra Souza, from the
books Punga (2007) and Águas da Cabaça (2012), and Luiza Romão, from the book Coquetel
Motolove (2014), and only one poem from her homonymous page on Facebook shall beanalyzed from a theoretical-critical perspective of studies in gender and feminism. The
analyses of this study are divided into 3 chapters. The first chapter is dedicated to the
marginal-peripheral literature from São Paulo, its main assumptions and the understanding of
soirée and slams movements, and women inscribed in this literature. The main authors whose
theoretical support is going to be used are: Jéssica Balbino (2016), Roberta Estrela D’alva
(2014), Carlos Cortez Minchillo (2016), Érica Peçanha do Nascimento (2009) and Lucía
Tennina (2013; 2015a; 2015b). In the chapter regarding Elizandra Souza’s poetry, themes
such as black ancestry and beauty are going to be addressed and the studies of Conceição
Evaristo (2005; 2009), Eduardo de Assis Duarte (2009), Bell Hooks (2014), Djamila Ribeiro
(2015), Sueli Carneiro (2003; 2016), Lélia Gonzalez (2016), Amanda Braga (2015), Kimberlé
Crenshaw (2002) are going to be recaptured. In the third chapter, the poetry of Luiza Romão
is going to be discussed and for such, we shall use the knowledge of Silvia Federici (2017),
Elisabeth Grosz (2000), Michelle Perrot (2003), Rebecca Solnit (2017) and Rachel Soihet
(2001). To verify the issues of female representation and performance, shared by the two
authors, the theoretical background of Avtar Brah (2006), Elaine Showalter (1993; 1994),
Elizabeth Grosz (2000); Érica Nascimento (2009; 2015), Guacira Lopes Louro (2010), Leda
Martins (2003; 2007), Paul Zumthor (2014), Pierre Bourdieu (1983; 2002), Sara Ahmed
(2003; 2004), among others, shall be necessary. === A literatura marginal-periférica de autoria feminina surgiu no cenário nacional, no início do
século XXI, como uma crítica estética, literária e social que questiona os padrões tradicionais
de representação do feminino tanto no cânone literário brasileiro quanto na sociedade.
Inscritas na rubrica da literatura marginal-periférica, Elizandra Souza, oriunda do movimento
dos saraus, e Luiza Romão, que representa a cena dos slams, rechaçam os intermediáriostradicionais do mercado editorial, tais como editores e jornalistas. Assim, elas fundam certa
forma de resistência e deflagram a voz de mulheres até então silenciadas por meio da
representação discursiva da condição feminina de mulheres marginalizadas, problematizando,
sobretudo, questões que dizem respeito à identidade feminina, aos seus corpos e aos lugares
que estes ocupam na sociedade. Essa autorrepresentação da condição feminina descortinada
pelos poemas enfrenta tradicionalmente as seguintes formas de subalternização: pelo viés do
gênero, da situação econômico-geográfica e muitas vezes pelo viés da raça. Em um processo
que a princípio descontrói para depois reconstruir a representação feminina, alguns
paradigmas, mitos e tabus são quebrados, o que revela um corpo que não aceita mais a
abjeção que lhe é imposta, passando a ser sujeito de seu próprio discurso. Dessa forma, este
trabalho tem como objetivo verificar como a poesia e os processos intrínsecos da literatura e
da linguagem materializam esse corpo que é capaz de desvelar a mulher inscrita na rubrica da
literatura marginal-periférica, sua identidade e suas demandas específicas. Uma voz que
insurge sob o signo da resistência, da apropriação do espaço público, de colocar o feminino
em posição de destaque para não mais deixa-lo ser objeto do discurso alheio, e sim sujeito da
fala dessas mulheres. Para alcançar estes objetivos, serão analisados poemas das autoras
Elizandra Souza, dos livros Punga (2007) e Águas da cabaça (2012), e Luiza Romão, do livro
Coquetel Motolove (2014), e apenas um poema de sua página no facebook homônima, a
partir de uma perspectiva teórico-crítica dos estudos sobre gênero e feminismo. As análises
deste estudo estão divididas em três capítulos. O primeiro capítulo é dedicado à literatura
marginal-periférica de São Paulo, seus principais pressupostos e o entendimento dos
movimentos dos saraus e slams e das mulheres que se inscrevem na rubrica dessa literatura.
Os principais autores cujo aporte teórico serão utilizados são: Jéssica Balbino (2016), Roberta
Estrela D’alva (2014), Carlos Cortez Minchillo (2016), Érica Peçanha do Nascimento (2009) e
Lucía Tennina (2013; 2015a; 2015b). No capítulo a respeito da poesia de Elizandra Souza
serão tratadas as temáticas como ancestralidade e beleza negras e serão resgatados os
estudos de Conceição Evaristo (2005; 2009), Eduardo de Assis Duarte (2009), bell hooks
(2014), Djamila Ribeiro (2015), Sueli Carneiro (2003; 2016), Lélia Gonzalez (2016), Amanda
Braga (2015), Kimberlé Crenshaw (2002). No terceiro capítulo trataremos da poesia de Luiza
Romão e para tal utilizaremos os conhecimentos de Silvia Federici (2017), Elisabeth Grosz
(2000), Michelle Perrot (2003), Rebecca Solnit (2017) e Rachel Soihet (2001). Para verificar
as questões da representação feminina e da performance, partilhadas pelas duas autoras se
fará necessária a utilização do arcabouço teórico de Avtar Brah (2006), Elaine Showalter
(1993; 1994), Elizabeth Grosz (2000); Érica Nascimento (2009; 2015), Guacira Lopes Louro
(2010), Leda Martins (2003; 2007), Paul Zumthor (2014), Pierre Bourdieu (1983; 2002), Sara
Ahmed (2003; 2004), entre outros.
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