Corpo, voz e resistência; a (des)construção da representação feminina nas obras poéticas de Elizandra Souza e Luiza Romão

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Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lousa, Pilar Lago e
Other Authors: Camargo, Flávio Pereira
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Goiás 2018
Subjects:
Online Access:http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/8171
Description
Summary:Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-02-19T17:40:15Z No. of bitstreams: 2 Dissertação - Pilar Lago e Lousa - 2017.pdf: 1639196 bytes, checksum: 3e21da1c0d643787fa9827d57fd6b084 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) === Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-02-19T17:58:00Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação - Pilar Lago e Lousa - 2017.pdf: 1639196 bytes, checksum: 3e21da1c0d643787fa9827d57fd6b084 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) === Made available in DSpace on 2018-02-19T17:58:00Z (GMT). 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Thus, they found a way of resistance and bring about the voice of the women so far silenced, through discursive representation of the female condition of marginalized women, problematizing, above all, issues regarding female identity, their bodies and the places they occupy in society. This self-representation of the female condition, unveiled by the poems, traditionally faces the following ways of subordination: by the gender bias, the economic and geographical situation and often by the race bias. In a process that initially deconstructs to reconstruct the female representation, some paradigms, myths and taboos are broken, which reveals a body that no longer accepts the abjection imposed, becoming subject of its own speech. This way, this work has the objective of verifying how poetry and literary and linguistic intrinsic processes materialize this body that is able to unveil the woman inscribed in the marginal-peripheral literature, her identity and her specific demands. A voice that arises under the sign of the resistance, public space appropriation, of placing the feminine in an outstanding position to no longer let it be object of somebody else’s speech, but subject of the voice of these women. To achieve such goals, poems of the authors Elizandra Souza, from the books Punga (2007) and Águas da Cabaça (2012), and Luiza Romão, from the book Coquetel Motolove (2014), and only one poem from her homonymous page on Facebook shall beanalyzed from a theoretical-critical perspective of studies in gender and feminism. The analyses of this study are divided into 3 chapters. The first chapter is dedicated to the marginal-peripheral literature from São Paulo, its main assumptions and the understanding of soirée and slams movements, and women inscribed in this literature. The main authors whose theoretical support is going to be used are: Jéssica Balbino (2016), Roberta Estrela D’alva (2014), Carlos Cortez Minchillo (2016), Érica Peçanha do Nascimento (2009) and Lucía Tennina (2013; 2015a; 2015b). In the chapter regarding Elizandra Souza’s poetry, themes such as black ancestry and beauty are going to be addressed and the studies of Conceição Evaristo (2005; 2009), Eduardo de Assis Duarte (2009), Bell Hooks (2014), Djamila Ribeiro (2015), Sueli Carneiro (2003; 2016), Lélia Gonzalez (2016), Amanda Braga (2015), Kimberlé Crenshaw (2002) are going to be recaptured. In the third chapter, the poetry of Luiza Romão is going to be discussed and for such, we shall use the knowledge of Silvia Federici (2017), Elisabeth Grosz (2000), Michelle Perrot (2003), Rebecca Solnit (2017) and Rachel Soihet (2001). To verify the issues of female representation and performance, shared by the two authors, the theoretical background of Avtar Brah (2006), Elaine Showalter (1993; 1994), Elizabeth Grosz (2000); Érica Nascimento (2009; 2015), Guacira Lopes Louro (2010), Leda Martins (2003; 2007), Paul Zumthor (2014), Pierre Bourdieu (1983; 2002), Sara Ahmed (2003; 2004), among others, shall be necessary. === A literatura marginal-periférica de autoria feminina surgiu no cenário nacional, no início do século XXI, como uma crítica estética, literária e social que questiona os padrões tradicionais de representação do feminino tanto no cânone literário brasileiro quanto na sociedade. Inscritas na rubrica da literatura marginal-periférica, Elizandra Souza, oriunda do movimento dos saraus, e Luiza Romão, que representa a cena dos slams, rechaçam os intermediáriostradicionais do mercado editorial, tais como editores e jornalistas. Assim, elas fundam certa forma de resistência e deflagram a voz de mulheres até então silenciadas por meio da representação discursiva da condição feminina de mulheres marginalizadas, problematizando, sobretudo, questões que dizem respeito à identidade feminina, aos seus corpos e aos lugares que estes ocupam na sociedade. Essa autorrepresentação da condição feminina descortinada pelos poemas enfrenta tradicionalmente as seguintes formas de subalternização: pelo viés do gênero, da situação econômico-geográfica e muitas vezes pelo viés da raça. Em um processo que a princípio descontrói para depois reconstruir a representação feminina, alguns paradigmas, mitos e tabus são quebrados, o que revela um corpo que não aceita mais a abjeção que lhe é imposta, passando a ser sujeito de seu próprio discurso. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo verificar como a poesia e os processos intrínsecos da literatura e da linguagem materializam esse corpo que é capaz de desvelar a mulher inscrita na rubrica da literatura marginal-periférica, sua identidade e suas demandas específicas. Uma voz que insurge sob o signo da resistência, da apropriação do espaço público, de colocar o feminino em posição de destaque para não mais deixa-lo ser objeto do discurso alheio, e sim sujeito da fala dessas mulheres. Para alcançar estes objetivos, serão analisados poemas das autoras Elizandra Souza, dos livros Punga (2007) e Águas da cabaça (2012), e Luiza Romão, do livro Coquetel Motolove (2014), e apenas um poema de sua página no facebook homônima, a partir de uma perspectiva teórico-crítica dos estudos sobre gênero e feminismo. As análises deste estudo estão divididas em três capítulos. O primeiro capítulo é dedicado à literatura marginal-periférica de São Paulo, seus principais pressupostos e o entendimento dos movimentos dos saraus e slams e das mulheres que se inscrevem na rubrica dessa literatura. Os principais autores cujo aporte teórico serão utilizados são: Jéssica Balbino (2016), Roberta Estrela D’alva (2014), Carlos Cortez Minchillo (2016), Érica Peçanha do Nascimento (2009) e Lucía Tennina (2013; 2015a; 2015b). No capítulo a respeito da poesia de Elizandra Souza serão tratadas as temáticas como ancestralidade e beleza negras e serão resgatados os estudos de Conceição Evaristo (2005; 2009), Eduardo de Assis Duarte (2009), bell hooks (2014), Djamila Ribeiro (2015), Sueli Carneiro (2003; 2016), Lélia Gonzalez (2016), Amanda Braga (2015), Kimberlé Crenshaw (2002). No terceiro capítulo trataremos da poesia de Luiza Romão e para tal utilizaremos os conhecimentos de Silvia Federici (2017), Elisabeth Grosz (2000), Michelle Perrot (2003), Rebecca Solnit (2017) e Rachel Soihet (2001). Para verificar as questões da representação feminina e da performance, partilhadas pelas duas autoras se fará necessária a utilização do arcabouço teórico de Avtar Brah (2006), Elaine Showalter (1993; 1994), Elizabeth Grosz (2000); Érica Nascimento (2009; 2015), Guacira Lopes Louro (2010), Leda Martins (2003; 2007), Paul Zumthor (2014), Pierre Bourdieu (1983; 2002), Sara Ahmed (2003; 2004), entre outros.