Raça e história: a metamorfose do negro no contraponto do mito da democracia racial

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Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bastos, Rachel Benta Messias
Other Authors: Resende, Anita Cristina Azevedo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Goiás 2017
Subjects:
Online Access:http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/7755
Description
Summary:Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2017-09-19T11:24:09Z No. of bitstreams: 2 Tese - Rachel Benta Messias Bastos - 2013.pdf: 81981874 bytes, checksum: 06367368576132f8462af4d4991a7f25 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) === Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2017-09-19T11:25:12Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Tese - Rachel Benta Messias Bastos - 2013.pdf: 81981874 bytes, checksum: 06367368576132f8462af4d4991a7f25 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) === Made available in DSpace on 2017-09-19T11:25:12Z (GMT). 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And, from the understanding of intellectual fecundity of mothers who formulated the Brazilian social thought, defined as the main theoretical framework of this thesis works of Octavio Ianni and Florestan Fernandes, given the pioneering studies on race relations in Brazil, specifically on the black race. The research allowed theoretically the establishment of the following categories: race, history, class and politics. Such categories legitimize certain contradictions and call the mediation of race as constitutive of unfolding nexus of social relations conditioned by historical factors, and class policies. It is understood that the race is a logical-historical category, a social construction. Accordingly, the pair of singularities constitutive of the racial issue, so the three races, we chose to specifically study the black race, the black Brazilian constitution, transformation, dilution and historical recreation of the social forces at play. How to study and research this problem, three chapters were proposed from the split of interracial relationships and the prospect of black Brazil: "discovery / consolidation", "national identity / modernization" and "note history / founding myth". The first aims to reveal and elaborate the meaning of the past of the black race in the formation of the Brazilian people. The second chapter exposes the contradiction as race-class transition and rupture of the colonial and monarchical to the process of constitution of modern Brazil, from the metamorphosis of the nation, the social type, sociability, culture and condition of the social fabric in black . The third attempts to grasp the challenges of race-class contradiction in contemporary, through the specific term from the kaleidoscope of miscegenation with the ideology of the lack of inter-racial conflict until the contemporary state policies with positive discrimination. We conclude that the insights of the metamorphosis of black reconfigured by the myth of racial democracy is to reveal the relationships race-class. Historically, race, race condition, was set by the identity and legitimized by social mark that is the color. The class condition - belonging to a social class - was subsumed to the proclamation of democracy, citizenship, diversity. What is in question is a past-present the contradictions arising from the capital. So proclaim themselves ideals of equality in the name of ideals of a "racial identity" that affirms and resolves in appearance. The socioeconomic status became positive element insertion, social inclusion policy, which moved from place to become global determination. === Esta tese postula que o jogo das forças sociais da modernidade engendrou as transformações constitutivas do negro imbricadas pelas tramas político-sociais de criação e recriação do mito da democracia racial. A investigação envolveu o descortino da questão racial, como universalidade inerente à condição humana de relação com o outro igual e diferente. Assim, optou-se, como metodologia de pesquisa, pelo estudo de natureza bibliográfica. E, a partir da compreensão da fecundidade intelectual das matrizes que formularam o pensamento social brasileiro, definiram-se como principais referenciais teóricos desta tese as obras de Octavio Ianni e Florestan Fernandes, haja vista os estudos pioneiros sobre as relações raciais no Brasil, especificamente sobre a raça negra. A realização da pesquisa teórica permitiu, assim, estabelecer as seguintes categorias: raça, história, classe e política. Tais categorias legitimame conclamam as contradições determinadas pela mediação da raça como nexo constitutivo dos desdobramentos das relações sociais condicionadas pelas determinações históricas, de classe e das políticas. Compreende-se que a raça é uma categoria lógico-histórica, uma construção social. Nesse sentido, a par das singularidades constitutivas da questão racial, portanto, das três raças, optou-se por estudar especificamente a raça negra, o negro brasileiro em constituição, transformação, diluição e recriação histórica no jogo das forças sociais. Como estudo e investigação dessa problemática, três capítulos foram propostos a partir do desdobramento das relações inter-raciais e da perspectiva do Brasil negro: “descobrimento/consolidação”, “identidade nacional/modernização” e “reparo histórico/mito fundador”. O primeiro tem como propósito desvelar e elaborar o significado do passado da raça negra na formação do povo brasileiro. O segundo capítulo expõe a contradição raça- classe como transição e ruptura da época colonial e monárquica para o processo de constituição do Brasil moderno, proveniente da metamorfose da nação, do tipo social, da sociabilidade, da cultura e da condição do negro na trama social. O terceiro busca apreender os desafios da contradição raça-classe na contemporaneidade, por meio das especificidades conjunturais, desde o caleidoscópio da miscigenação com a ideologia da inexistência do conflito inter-racial até a contemporaneidade das políticas de Estado com a discriminação positiva. Conclui-se que o descortino da metamorfose do negro reconfigurada pelo mito da democracia racial é o desvelamento da relação raça-classe. Historicamente, a raça, a condição de raça, foi configurada e legitimada pela identidade, pela marca social que é a cor. A condição de classe – a pertença a uma classe social – ficou subsumida à proclamação da democracia, cidadania, diversidades. O que está em questão é um passado presentificado pelas contradições oriundas do capital. Assim, proclamam-se ideais de igualdade em nome de ideais de uma “identidade racial” que se afirma e se resolve na aparência. A condição socioeconômica tornou-se elemento positivo de inserção, ou seja, de inclusão social, na política, que se deslocou de lugar, tornando-se determinação mundial.