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Previous issue date: 2016-06-10 === The following study consists in a sociological analysis about the production of manhood styles in
the universe of Mixed Martial Arts (MMA), from an ethnographic research made with a group of
physical fight practitioners in the city named Goiânia-GO. Thus, it points out to the relevance of
consumption and the interference of the market in the construction of some symbolic repertoire
about manhood seen as essentials and/or primordials, discussing how the subjects seize and
embody such an imaginary thing amidst stress, ambivalences and disputes. The document is
organized into five chapters. In the first, I talk about the questionable utilization of physical
fights and martial arts as an invented tradition, as an orientalist play, in the configuration of
imaginary communities. In the second, I talk about the appearance of MMA coming from the
Ultimate Fighting Championship (UFC), giving focus to historical and sociological aspects that
takes part in the symbolic economy in which establishes some manly speeches that are important
for involved agents with the dynamic of manhoods in question. The third chapter brings thoughts
about implied codes to the expression of manhoods in the universe of fighters where it was
realized the field research, emphasizing the usage of signs associated to the genre relations with
the production of relevant styles of the habitus of fighters. I develop discussions about the
acceptance of the speech of order and the discipline of the contributors in the fourth chapter, in
order to determine how interactions with women and other manhoods go through the influence
of conservative opinion; and how much this dynamic is responsible for the creation of conflicts
in this universe. The fifth chapter talks about the biographies of iconic fighters in several levels
of the field topology embodied by fighters and referees that take part of the cultural goods
market around MMA and UFC. So I posit that the fight that brought the thoughts about
manhoods in this study highlights the stress around the sexuality, of questions related to family
and to work; and before it means a sportivization, it indicates an intense civilizing process, as it
allows the fruition an uncontrolled control of the emotions and makes evident tools of social
control. The respect and affection of traditional institutes like family and heterosexuality, like the
possibility of social ascension through MMA, require from the fighters a self-sacrifice that
reinstalls in the contemporaneous scenario the perspective of the individual discipline as a
resource to the success. This process allow us to imply that dynamics and rhetoric of market
(re)products styles of manhoods seen as “non corruptible” by the present day, such elements
being appropriate by interested agents in the symbolic capital that is inherent in the form of
disputes for hegemony.
Keywords: Mixed Martial Arts, manhoods; uncontrolled control; imaginary communities;
market of symbolic goods. === O presente estudo consiste em uma análise sociológica da produção de estilos de masculinidades
no universo do Mixed Martial Arts (MMA), a partir de uma pesquisa de caráter etnográfico
realizada junto a um grupo de praticantes de lutas corporais na cidade de Goiânia-GO. Aponta,
assim, para a pertinência do consumo e para a interferência do mercado na construção de certo
repertório simbólico sobre masculinidades tidas como essenciais e/ou primordiais, discutindo
como os sujeitos apropriam-se e corporificam tal imaginário em meio a tensões, ambivalências e
disputas. O texto está organizado em cinco capítulos. No primeiro, discorro sobre a problemática
das lutas corporais e das artes marciais enquanto tradição inventada utilizada, enquanto peça
orientalista, na conformação de comunidades imaginadas. No segundo, abordo o surgimento do
MMA a partir do Ultimate Fighting Championship (UFC), focando aspectos históricos e
sociológicos que participam da economia simbólica dentro da qual se instalam discursos e
retóricas viris importantes para agentes envolvidos com a dinâmica da masculinidade em
questão. O terceiro capítulo traz reflexões a respeito de códigos implícitos à expressão de
masculinidades no universo de lutadores onde foi realizada a pesquisa de campo, realçando o
manejo de signos associados às relações de gênero com a produção de estilos relevadores de
habitus de lutadores. Desenvolvo discussões sobre uma apropriação do discurso da ordem e da
disciplina por parte dos colaboradores no quarto capítulo, no sentido de apontar como interações
com mulheres e outras masculinidades sofrem a influência de disposições conservadoras; e o
quanto tal dinâmica é responsável pela produção de conflitos nesse universo. O quinto capítulo
aborda a questão das biografias de lutadores emblemáticos em diversos níveis da topologia do
campo constituído por lutadores e mediadores que participam do mercado de bens culturais em
torno do MMA e do UFC. Postulo que a luta de que se lançou mão para as reflexões sobre
masculinidades nesse estudo realça a tensão em torno da sexualidade, de questões relacionadas à
família e ao trabalho; e antes de significar uma desportivização, indica um acirramento do
processo civilizatório, na medida em que permite a fruição de um descontrole controlado das
emoções e evidencia ferramentas de controle social. A valorização de instituições tradicionais
como a família e a heterossexualidade, bem como a possibilidade de ascensão social através do
MMA, exigem de lutadores um auto sacrifício que reinstala no cenário contemporâneo a
perspectiva da ascese individual como recurso para o sucesso. Este processo permite inferir que
dinâmicas e retóricas de mercado (re)produzem estilos de masculinidades tidos como “não
corrompidos” pela modernidade, sendo tais elementos apropriados por agentes interessados no
capital simbólico que lhes é inerente sob a forma de disputas por hegemonia.
Palavras-chave: Mixed Martial Arts; masculinidades; descontrole controlado; comunidades
imaginadas; mercado de bens simbólicos.
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