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Previous issue date: 2009-04-30 === Na clínica médica de bovinos, os desvios prematuros de pênis são citados como
importantes enfermidades, acometendo touros de diferentes raças, idades e
aptidões, dificultando ou inabilitando o touro à cópula. Entretanto, dependendo do
desvio, as técnicas tradicionais de correção têm culminado em resultados
questionáveis. Em consequência desses inconvenientes, métodos alternativos
utilizando implantes de biomateriais têm sido alvo de estudos. Neste sentido,
objetivou-se nesta pesquisa realizar um estudo epidemiológico das principais
enfermidades que acometem o aparelho reprodutor dos touros e avaliar dois
métodos cirúrgicos utilizando a tela de polipropileno e de quitosana, como
biomateriais na correção do desvio prematuro do pênis do touro. Inicialmente,
realizou-se um estudo epidemiológico retrospectivo, referente aos anos de 1982 a
2007 e utilizando um universo de 12.320 touros de diferentes raças e idades, das
enfermidades de importância cirúrgica que acometem o aparelho reprodutor.
Essas informações foram obtidas em visita às propriedades após aplicação de um
questionário estruturado fechado e exame clínico dos touros apontados como
possíveis portadores de injúrias no aparelho reprodutor. Também foi utilizado no
estudo epidemiológico um banco de dados contendo informações zootécnicas
catalogadas em diferentes anos por profissionais que atuam na área da
reprodução. Por meio deste estudo, realizado em diversas regiões do estado de
Goiás, foi possível diagnosticar as doenças responsáveis pela perda ou
deficiência da integridade do aparelho reprodutor de touros, além das raças e
idades mais acometidas de acordo com cada doença. Os aspectos
epidemiológicos avaliados indicaram ocorrência expressiva de touros portadores
de enfermidades do aparelho reprodutor passíveis de tratamento cirúrgico,
sugerindo etiologia multifatorial. O manejo e a característica racial dos animais
foram os principais fatores predisponentes relacionados à etiopatogenia das
enfermidades da genitália dos touros, sendo que as de maior relevância foram
diagnosticadas no prepúcio e na glande. Na segunda etapa realizou-se estudo
anatômico do ligamento apical do pênis do touro, certificando-se do seu real
posicionamento no corpo peniano. Posteriormente, procurou-se por meio de duas
diferentes abordagens cirúrgicas, induzir experimentalmente a enfermidade. Para isto, foram utilizados 24 touros divididos em dois grupos experimentais, conforme
metodologia cirúrgica utilizada. Após pleno domínio da técnica cirúrgica mais
adequada para promover a indução do desvio prematuro do pênis do touro, foram
utilizados 21 bovinos com idade de 18 a 20 meses, para indução da enfermidade,
sendo num segundo momento, avaliados o tipo e grau do desvio peniano
apresentado pelos animais. Posteriormente, procurou-se corrigir o desvio
utilizando como implantes filme de quitosana e a tela de polipropileno, como
biomateriais. Avaliações clínicas, testes de comportamento sexual e capacidade
de cópula e exames histopatológicos do sítio de implante, foram utilizados para
avaliação da eficiência dos métodos de correção cirúrgicos propostos. Tanto a
tela de polipropileno como o filme de quitosana mostraram-se ineficazes na
correção do desvio prematuro do pênis do touro, tendo o filme de quitosana
demonstrado ser menos irritante ao tecido, tendo em vista a resposta inflamatória
discreta, ausência de reação eosinofílica e células gigantes, quando comparado à
tela de polipropileno.
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