Summary: | O homem já havia associado produção de alimentos a solo fértil antes de praticar a agricultura e desenvolveu, assim, um conceito de fertilidade muito antes do conceito de solo. Muitos eventos contribuíram para a mudança na noção de fertilidade desde a primeira teoria de Columella (século I) até a mineralista (século XIX). Segundo esta, a fertilidade depende dos nutrientes solúveis no solo. Apesar do extraordinário progresso na agricultura promovido por sua aplicação, ainda no final daquele século muitos não concordavam com esse conceito, restrito às condições químicas do solo. No século XX, surgiram novas percepções de fertilidade solo, mais claras, porém o conceito tradicional continuou sendo amplamente utilizado no mundo. Apesar dos benefícios de sua aplicação no aumento da fertilidade dos solos e na produtividade das culturas, se verifica tanto em lavouras como em experimentos de campo, que a avaliação e, conseqüentemente, o conceito tradicional nem sempre expressam adequadamente a fertilidade do solo percebida pelas plantas. Isso pôde ser verificado principalmente pelas avaliações feitas nos solos cultivados por longo tempo no sistema plantio direto. A insuficiência percebida na teoria, desde o final de século XIX, e na prática, desde o início do século XXI, evidencia ser este um momento propício à mudança na noção da fertilidade do solo, evoluindo para um novo conceito e, conseqüentemente, uma nova avaliação e recomendação de outras práticas para melhorá-la, além da adubação e correção do solo. Há a expectativa de que a fertilidade seja percebida de maneira ampla e conceituada como uma propriedade emergente do funcionamento do sistema solo, isto é, a expressão da interação entre todas as condições dadas por ele para o desenvolvimento e a produtividade das plantas. === Man kind had already associated fertile soil and food production even before practicing agriculture, and developed, in this way, a soil fertility concept much earlier than the proper soil concept. Several events had contributed for changing the soil fertility concept since the first Columella theory (First Century) up to the mineralist theory (XIX Century). According to this theory, soil fertility depends upon soluble mineral salts (nutrients) in the soil. In spite of the extraordinary progress in agriculture due to the application of this concept, there was no unanimity about such concept, restricted to soil chemical conditions, even at the end of XIX Century. Even with the new perceptions about soil fertility that arose in the XX Century, the traditional concept was still commonly used around the world. In spite of the increase in soil fertility and crop yield due to the application of such concept, it can be observed that its evaluation and, consequently, the traditional concept does not always express the soil fertility noted by plants in both, farm fields or field experiments. This can be verified mainly in evaluations done in long term no-tilled soils. The limitations in such theory, since the end of XIX Century, and in the day-to-day experience since the beginning of XX Century, indicate this as the most likely moment for a change in the perception of the soil fertility. As a consequence, a new concept would be derived and, consequently, new evaluation methodologies, and recommendations of practices, other than just fertilizing and liming. It is expected that the fertility would be perceived and conceptualized as an emergent property of the soil as a system; this is the expression of all conditions given by the soil for plant development and productivity. It is possible that the new concept, a wider one, could express the fertility of the soil system better than the one being used, which restricts soil fertility to soil chemistry.
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