Cultura infantil e envelhecimento : o que as crianças têm a dizer sobre a velhice? : um estudo com meninos e meninas da periferia de Porto Alegre

A presente dissertação busca compreender os saberes que as crianças têm sobre a velhice. As crianças são entendidas aqui como sujeitos sociais comuns, que produzem cultura – ao mesmo tempo em que também são produzidas sócioculturalmente – nas interações com os seus pares e com outros grupos culturai...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ramos, Anne Carolina
Other Authors: Doll, Johannes
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2007
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/8929
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spelling ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-89292018-09-30T04:02:38Z Cultura infantil e envelhecimento : o que as crianças têm a dizer sobre a velhice? : um estudo com meninos e meninas da periferia de Porto Alegre Ramos, Anne Carolina Doll, Johannes Pedagogia cultural Pessoa idosa Representação Conhecimento Cultura Criança Envelhecimento Childhood Old age Representation A presente dissertação busca compreender os saberes que as crianças têm sobre a velhice. As crianças são entendidas aqui como sujeitos sociais comuns, que produzem cultura – ao mesmo tempo em que também são produzidas sócioculturalmente – nas interações com os seus pares e com outros grupos culturais e etários. Esta pesquisa foi desenvolvida com um grupo de 16 meninos e meninas, moradores da periferia de Porto Alegre. Através da metodologia adaptada de Grupo Focal, as crianças desenharam, escreveram e discutiram sobre os marcadores identitários da velhice, evidenciando diferentes representações acerca dos idosos. Os dados coletados foram organizados em categorias analíticas de acordo com o método hermenêutico-dialético proposto por Minayo (1998). Sendo o corpo um produto histórico e cultural, as crianças nos permitem conhecer, por meio de seus saberes, os investimentos – sempre localizados, provisórios e situados – que fazemos sobre o corpo-velho, saberes que falam das relações desse corpo com outros corpos, das relações existentes entre os avós e os netos, os velhos e o amor, entre o idoso, o trabalho e a aposentadoria. As análises apontam para uma forte relação de diferenciação entra a juventude e a velhice, na qual a primeira é vista como a identidade – sempre desejável, posição não-problemática, central –, enquanto a segunda é concebida como a diferença. As vozes das crianças se instauram como polifônicas, trazendo fragmentos dos discursos dos avós, assim como de outras pedagogias culturais, como a televisão. The present work aims at understanding the children’s knowledge about aging. The children, in this context, are seen as ordinary social beings who produce culture – at the same time that they are also produced in social and cultural terms – in the interactions with their pairs as well as other cultural and generational groups. This research was developed with a group of sixteen boys and girls who live on the outskirts of Porto Alegre. Through the adopted methodology of the Focal Group, the children drew, wrote and discussed about the identity markers of aging, highlighting different representations of elderly people. The collected data were organized in analytic categories according to the hermeneutics dialectics method proposed by Minayo (1998). Being the body a historical and cultural product, children allow us to learn, through their knowledge, about the investments – always located, provisional and situated – we make about the old-body. This children’s knowledge speaks about the relations of this body with other bodies, the existing relations between grandparents and grandchildren, between elderly people and love, and, between elderly people, work and retirement. The analyses point out a strong relation of differentiation between the youth and the old age, in which the first is seen as the identity – always desirable, non-problematic position, central – while the second one is conceived as the difference. The children’s voices are established as polyphonic, bringing fragments of their grandparents’ speeches, as well as other cultural pedagogies, such as television. 2007-06-06T19:20:18Z 2006 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/8929 000591048 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS
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Ramos, Anne Carolina
Cultura infantil e envelhecimento : o que as crianças têm a dizer sobre a velhice? : um estudo com meninos e meninas da periferia de Porto Alegre
description A presente dissertação busca compreender os saberes que as crianças têm sobre a velhice. As crianças são entendidas aqui como sujeitos sociais comuns, que produzem cultura – ao mesmo tempo em que também são produzidas sócioculturalmente – nas interações com os seus pares e com outros grupos culturais e etários. Esta pesquisa foi desenvolvida com um grupo de 16 meninos e meninas, moradores da periferia de Porto Alegre. Através da metodologia adaptada de Grupo Focal, as crianças desenharam, escreveram e discutiram sobre os marcadores identitários da velhice, evidenciando diferentes representações acerca dos idosos. Os dados coletados foram organizados em categorias analíticas de acordo com o método hermenêutico-dialético proposto por Minayo (1998). Sendo o corpo um produto histórico e cultural, as crianças nos permitem conhecer, por meio de seus saberes, os investimentos – sempre localizados, provisórios e situados – que fazemos sobre o corpo-velho, saberes que falam das relações desse corpo com outros corpos, das relações existentes entre os avós e os netos, os velhos e o amor, entre o idoso, o trabalho e a aposentadoria. As análises apontam para uma forte relação de diferenciação entra a juventude e a velhice, na qual a primeira é vista como a identidade – sempre desejável, posição não-problemática, central –, enquanto a segunda é concebida como a diferença. As vozes das crianças se instauram como polifônicas, trazendo fragmentos dos discursos dos avós, assim como de outras pedagogias culturais, como a televisão. === The present work aims at understanding the children’s knowledge about aging. The children, in this context, are seen as ordinary social beings who produce culture – at the same time that they are also produced in social and cultural terms – in the interactions with their pairs as well as other cultural and generational groups. This research was developed with a group of sixteen boys and girls who live on the outskirts of Porto Alegre. Through the adopted methodology of the Focal Group, the children drew, wrote and discussed about the identity markers of aging, highlighting different representations of elderly people. The collected data were organized in analytic categories according to the hermeneutics dialectics method proposed by Minayo (1998). Being the body a historical and cultural product, children allow us to learn, through their knowledge, about the investments – always located, provisional and situated – we make about the old-body. This children’s knowledge speaks about the relations of this body with other bodies, the existing relations between grandparents and grandchildren, between elderly people and love, and, between elderly people, work and retirement. The analyses point out a strong relation of differentiation between the youth and the old age, in which the first is seen as the identity – always desirable, non-problematic position, central – while the second one is conceived as the difference. The children’s voices are established as polyphonic, bringing fragments of their grandparents’ speeches, as well as other cultural pedagogies, such as television.
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