Masculinidades, feminilidades e androginia: uma análise interpretativa sobre a construção social de gêneros e suas implicações para o exercício da liderança no Poder Judiciário de Rondônia

Tem-se como objetivo nesta tese identificar e analisar os estereótipos de masculinidades e feminilidades nomeados pelos gestores do Tribunal de Justiça de Rondônia e as implicações desses no exercício da liderança. Consiste em uma pesquisa qualitativa com gestores e gestoras vinculados ao Tribunal d...

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Bibliographic Details
Main Author: Santos, Jean Carlo Silva dos
Other Authors: Antunes, Elaine di Diego
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/86090
Description
Summary:Tem-se como objetivo nesta tese identificar e analisar os estereótipos de masculinidades e feminilidades nomeados pelos gestores do Tribunal de Justiça de Rondônia e as implicações desses no exercício da liderança. Consiste em uma pesquisa qualitativa com gestores e gestoras vinculados ao Tribunal de Justiça de Rondônia, onde se buscou identificar e descrever, a partir da dinâmica das relações de gênero, como os gestores percepcionam os significados de liderança e como a vivenciam em sua rotina de trabalho. Os dados coletados foram organizados por meio do método de análise de conteúdo. O marco teórico de referência envolve a teoria do papel social (EAGLY e KARAU, 1991) e a teoria da androginia psicológica (BEM, 1975, 1981). O cenário no qual as organizações do trabalho em sua maioria são estereotipadas como um espaço eminentemente masculino aguça o interesse dos pesquisadores sobre a questão de como a minoria feminina que alcançou cargos de liderança a conduz e se percebe como líderes e sobre as diferenças destas perspectivas com relação aos homens, o que leva ao exame do controvertido tema sobre a existência de diferenças de estilos de liderança entre os gêneros. Buscou-se compreender também como se manifestam os estereótipos de masculinidade e feminilidade entre os líderes, os significados atribuídos à liderança sob a lente do gênero e os atribuídos considerados pertinentes às lideranças masculina e feminina. Neste sentido, os estereótipos de liderança engendrados na organização, estão associados à expressividade e à instrumentalidade, mas esses atributos não estão localizados no âmbito específico da feminilidade e da masculinidade, respectivamente. São subjetivações, que não implica uma posse, mas uma produção incessante que acontece a partir dos encontros vivenciado com o outro (GUATTARI e ROLNIK, 1996). Mesmo que uma minoria dos gestores reporte-se à heteronormatividade dos papéis de gênero na liderança, a maioria reporta-se a uma perspectiva andrógina que concerne a níveis ou campos variados. Esta androginia, apesar de ser localmente situada, apresenta pontos comuns com a androginia apontada pelos autores, referentes à multidimensionalidade dos papéis de gênero no que diz respeito à análise dos conceitos de masculinidade e feminilidade que possibilita uma variedade de comportamentos individuais por parte do homem e da mulher. === This thesis aims to identify and analyze the stereotypes of masculinity and femininity managers named by the managers of Rondônia Court of Justice and their implications for the exercise of leadership. It consists of a qualitative survey conducted among managers and manageresses attached to the Rondônia Court of Justice, in which we sought to identify and describe, based on the dynamics of gender relations, how managers perceive the meanings of leadership and how they live them in their daily work routine. The data collected were organized using the content analysis method. The theoretical reference involves social role theory (EAGLY and KARAU, 1991) and the theory of psychological androgyny (BEM, 1975, 1981). The scenario in which labor organizations are, for the most part, stereotyped as a predominantly masculine spaces sharpens the interest of researchers regarding the question of how the minority of women who have achieved positions of leadership conduct and perceive themselves as leaders and on the differences of those perspectives when compared to men, which leads to the examination of the controversial issue of the existence of differences in leadership styles between genders. An attempt is also made to understand how the stereotypes of masculinity and femininity are manifested among leaders, the meanings attributed to leadership through the lens of gender and the attributes considered relevant to male and female leaders. In this sense, the leadership stereotypes engendered in the organization are associated with expressiveness and instrumentality, but these attributes are not located in the specific context of femininity and masculinity, respectively. They are subjectivities, which does not imply possession, but a ceaseless production that arises from encounters experienced with the other (GUATTARI and ROLNIK, 1996). Even though a minority of managers reports the heteronormativity of gender roles in leadership, the majority refers to androgynous perspective that concerns the varied levels or fields. This androgyny, despite being locally situated, has commonalities with the androgyny highlighted by the authors, concerning the multidimensionality of gender roles with regard to the analysis of the concepts of masculinity and femininity that enables a variety of individual behaviors on the part of the man and the woman.