Produção de documentário : imagens e polifonias da desinstitucionalização da loucura na cidade
As transformações que a Reforma Psiquiátrica possibilitou na relação entre a cidade e a loucura trouxe aos usuários de saúde mental, antes confinados nos manicômios, uma abertura para a diversidade de relações e acontecimentos no espaço urbano. Ao mesmo tempo, nessa relação, existe a possibilidade d...
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ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-709372018-09-30T04:14:27Z Produção de documentário : imagens e polifonias da desinstitucionalização da loucura na cidade Oliveira, Rafael Wolski de Palombini, Analice de Lima Cinema Reforma psiquiátrica Ambientes urbanos Loucura Filme documentário Documentary Contemporary Psychiatric reform City As transformações que a Reforma Psiquiátrica possibilitou na relação entre a cidade e a loucura trouxe aos usuários de saúde mental, antes confinados nos manicômios, uma abertura para a diversidade de relações e acontecimentos no espaço urbano. Ao mesmo tempo, nessa relação, existe a possibilidade de que a presença antes interdita do louco no espaço urbano possa ser agente de novos modos de ser e habitar a cidade. O contato do louco com a polis e vice-versa permite que todos os habitantes possam estar em contato com o estranhamento, proporcionando um terreno fecundo para irrupção de novas formas de ser, de estar e habitar a cidade. Baseado nesta relação e nesta mudança de perspectiva desencadeada pela desinstitucionalização da loucura, surgiu a produção de um documentário que retrata justamente este cenário contemporâneo, este momento singular no processo da reforma psiquiátrica, em que pessoas deixam de ocupar o manicômio e habitam a vida comum da cidade. Esta produção, iniciada no ano de 2008, inspirada na itinerância de Abel, morador de um serviço substitutivo ao manicômio, e através do depoimento de algumas pessoas que o conheciam, é o balizador desta dissertação. A partir de pensadores sobre o cinema como Deleuze, Vertov, Benjamin, Comolli, Lins, Ramos, entre outros, aos quais se soma a análise da produção do documentário "Eu Conheço o Abel", procurouse elementos para analisar a produção de cinema documental como agente de transformação do real, e não como retratação do real, como sugerem algumas correntes da produção de documentários. A partir desta análise, puderam ser estabelecidas ressonâncias com a ética e a pesquisa em psicologia social. The transformations that enabled the Psychiatric Reform in the relationship between the city and madness brought to users of mental health, before confined in asylums, an openness to the diversity of relationships and events around the city. At the same time, this relationship, the possibility exists that prohibits the presence before the mad in urban space can be an agent of new ways of being and living the city. The contact with the polis crazy and vice versa allows all residents can stay in contact with the strangeness, providing a fertile ground for emergence of new forms of being, living and inhabit the city. Based on this relationship and this change of perspective triggered by deinstitutionalization, appeared to produce a documentary that depicts precisely this contemporary setting, this unique moment in the process of psychiatric reform, in which people fail to take the asylum and live the common life of city. This production, which began in 2008, inspired by the roaming Abel, a resident of a substitute service to the asylum, and through the testimony of some people who knew of this dissertation is the yardstick. From thinkers as Deleuze on cinema, Vertov, Benjamin, Comolli, Lins, Ramos, among others, plus analysis of the production of the documentary "I know Abel," we tried to analyze the elements for production of documentary film as an agent transformation of the real, and not as a portrayal of reality, as suggested by some strands of documentary filmmaking. From this analysis, could be established resonances with the ethics and research in social psychology. 2013-05-03T01:46:11Z 2012 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/70937 000876475 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS |
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As transformações que a Reforma Psiquiátrica possibilitou na relação entre a cidade e a loucura trouxe aos usuários de saúde mental, antes confinados nos manicômios, uma abertura para a diversidade de relações e acontecimentos no espaço urbano. Ao mesmo tempo, nessa relação, existe a possibilidade de que a presença antes interdita do louco no espaço urbano possa ser agente de novos modos de ser e habitar a cidade. O contato do louco com a polis e vice-versa permite que todos os habitantes possam estar em contato com o estranhamento, proporcionando um terreno fecundo para irrupção de novas formas de ser, de estar e habitar a cidade. Baseado nesta relação e nesta mudança de perspectiva desencadeada pela desinstitucionalização da loucura, surgiu a produção de um documentário que retrata justamente este cenário contemporâneo, este momento singular no processo da reforma psiquiátrica, em que pessoas deixam de ocupar o manicômio e habitam a vida comum da cidade. Esta produção, iniciada no ano de 2008, inspirada na itinerância de Abel, morador de um serviço substitutivo ao manicômio, e através do depoimento de algumas pessoas que o conheciam, é o balizador desta dissertação. A partir de pensadores sobre o cinema como Deleuze, Vertov, Benjamin, Comolli, Lins, Ramos, entre outros, aos quais se soma a análise da produção do documentário "Eu Conheço o Abel", procurouse elementos para analisar a produção de cinema documental como agente de transformação do real, e não como retratação do real, como sugerem algumas correntes da produção de documentários. A partir desta análise, puderam ser estabelecidas ressonâncias com a ética e a pesquisa em psicologia social. === The transformations that enabled the Psychiatric Reform in the relationship between the city and madness brought to users of mental health, before confined in asylums, an openness to the diversity of relationships and events around the city. At the same time, this relationship, the possibility exists that prohibits the presence before the mad in urban space can be an agent of new ways of being and living the city. The contact with the polis crazy and vice versa allows all residents can stay in contact with the strangeness, providing a fertile ground for emergence of new forms of being, living and inhabit the city. Based on this relationship and this change of perspective triggered by deinstitutionalization, appeared to produce a documentary that depicts precisely this contemporary setting, this unique moment in the process of psychiatric reform, in which people fail to take the asylum and live the common life of city. This production, which began in 2008, inspired by the roaming Abel, a resident of a substitute service to the asylum, and through the testimony of some people who knew of this dissertation is the yardstick. From thinkers as Deleuze on cinema, Vertov, Benjamin, Comolli, Lins, Ramos, among others, plus analysis of the production of the documentary "I know Abel," we tried to analyze the elements for production of documentary film as an agent transformation of the real, and not as a portrayal of reality, as suggested by some strands of documentary filmmaking. From this analysis, could be established resonances with the ethics and research in social psychology. |
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