Summary: | O carcinoma medular de tireóide (CMT) é uma neoplasia das células C ou parafoliculares da tireóide, correspondendo a 5–8% dos tumores malignos da glândula. O CMT apresenta-se como um tumor esporádico (75-80%) ou na forma hereditária (20-25%). Na forma familiar é um dos componentes de uma síndrome genética de herança autossômica dominante, apresentando-se isoladamente, como carcinoma medular de tireóide familiar (CMTF) ou como um dos componentes da neoplasia endócrina múltipla (NEM) 2A ou 2B. A síndrome genética NEM 2A caracteriza-se pela presença de CMT (95%), feocromocitoma (30 – 50%) e hiperparatireoidismo (10-20%), enquanto que pacientes com NEM 2B podem aprensentar CMT (90%), feocromocitoma (45%), ganglioneuromatose (100%) e hábito marfanóide (65%). O proto-oncogene RET, gene responsável pela NEM 2, codifica um receptor tirosinoquinase expresso nas células derivadas da crista neural. Mutações germinativas no RET são descritas principalmente nos exons 10, 11 e 16. Diversos estudos demonstraram a associação entre mutações específicas (genótipo) e idade no diagnóstico ou agressividade do CMT hereditário (fenótipo). No entanto, pacientes portadores da mesma mutação no proto-ongene RET podem apresentam quadros clínicos diferentes. Por esta razão, os polimorfismos do RET têm sido investigados como possíveis modificadores do fenótipo clínico em pacientes com NEM 2. Porém, os dados existentes na literatura sobre o papel dos polimorfismos do RET ainda são controversos. O objetivo do nosso estudo foi avaliar o papel das variantes genéticas do RET na apresentação clínica do CMT (Siqueira DR et al, Endocr Relat Cancer 2010; 17:953-963). Dentro deste contexto, realizamos uma revisão do conhecimento atual sobre a associação dos polimorfismos do RET com o risco de desenvolver ou modificar a evolução do CMT (Ceolin L et al, Int J Mol Sci 2012; 13:221-239). A melhor compreensão dos diferentes mecanismos moleculares envolvidos na patogênese tumoral permitiu o desenvolvimento de novos tratamentos, direcionados principalmente aos pacientes com doença metastática. Dentre as diversas classes de novas drogas, destacam-se os inibidores tirosina quinase; essas drogas inibem a ação de vários receptores, entre eles o RET. O crescente número de estudos publicados avaliando o efeito de inibidores tirosina-quinase no manejo de pacientes com CMT metastático determinou um estudo da literatura sobre este tema (artigo submetido à publicação).
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