Funções de marketing na distribuição da soja no Rio Grande do Sul : um estudo comparativo entre cooperativas e empresas privadas

A comparação entre cooperativas e empresas privadas, com ba se em pressupostos teõricos, tem feito crescer, nos últimos tempos a convicção de que as diferenças entre ambas são cada vez menores. Cresce o consenso de que as cooperativas, no afã de fazer frente -a-s empresas privadas, engajam-se em um...

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Bibliographic Details
Main Author: Slongo, Luiz Antonio
Other Authors: Luce, Fernando Bins
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/56182
Description
Summary:A comparação entre cooperativas e empresas privadas, com ba se em pressupostos teõricos, tem feito crescer, nos últimos tempos a convicção de que as diferenças entre ambas são cada vez menores. Cresce o consenso de que as cooperativas, no afã de fazer frente -a-s empresas privadas, engajam-se em um processo de desenvolvimento muito prõximo a um comportamento capitalista que se contrapõe ã fi losofia do cooperativismo. Com a preocupação de levar a comparação entre cooperativas e empresas privadas para o ãmbito dos fatos concretos, elaborou-se o presente trabalho. Com base em levantamentos de campo, comparouse a atuação daqueles dois tipos de instituições no que se refere ao desempenho das funções de marketing envolvidas na distribuição da soja no Rio Grande do Sul. Foram pesquisadas 28 cooperativas e 20 empresas privadas, cuja seleção foi feita com base no volume de soja comercializada em 1981. As instituições participantes da amostra, em função do vo lume comercializado naquele ano, enquadram-se nos três extratos se guintes: pequenas, médias e grandes. Essas instituições movimenta ram em 1981, 4,5 milhões de toneladas de soja, o que representa 74% da safra gaúcha deste ano. Os resultados permitiram concluir que as cooperativas que participam do canal de distribuição da soja no Rio Grande do Sul, caracterizam-se pela prestação de serviços. Desempenham atividades intensas nas ãreas de armazenagem, beneficiamento, financiamento e fomento à produção da soja, mas não participam de forma efetiva na transformação do produto. A industrialização e- dominada pelas empresas privadas. Ficou evidente que as funções de marketino desempenhadas pe las cooperativas assumem um carãter de apoio aos produtores de so ja, enquanto que as empresas privadas, em geral, utilizam-se delas como instrumentos de barganha para aumentar, ou pelo menos manter, a participação na aquisição do produto. Na categoria de prestadoras de serviços e com a predisposi çio de atender preponderantemente às demandas dos fornecedores, as cooperativas propiciam aos usuãrios de seus serviços maior flexibi lidade em termos de quando e a quem vender o produto. Desta forma, os resultados deste trabalho se contrapõem às supostas semelhanças entre o comportamento de cooperativas e empre sas privadas, muito embora o esclarecimento definitivo acerca das reais diferenças entre ambas deva ser confirmado através de novas pesquisas, enfocando novos aspectos de seus comportamentos. === Lately, in comparing cooperatives and private businesses based on theoretical assumptions, there has been a growing conviction that differences between them are diminishing. There is an increasing consensus that cooperatives which strive to compete with private business use a development process very similar to capitalist behaviour, which is the opposite of the philosophy of cooperati vi sm. The purpose of this study was to achieve a concrete comparison between cooperatives and private companies. Based on field surveys, the behaviour of these two types of institution was compared as to the performance of marketing functions involved in soy-bean distribution in the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Twenty-eight cooperatives and twenty private companies studied, were chosen by the amount of soy-bean sold in 1981. The institutions participating in the sample, as function of the volu me of turnover for that year, are classified according to the three following extracts: small, medium-sized and large. In 1981, these institutions had a turnover of 4,5 million tons of soy-bean, equivalent to 74% of the Rio Grande do Sul production for that year. It was concluded, from the results that the main characteristic of cooperatives participating in the soy-bean distribution channel for Rio Grande do Sul is service. They are very active in providing storage, processing, financing and incentives to soy pro duction, but do not participate effectively in product transformation. Industrial processing is carried out mainly by private companies. It became obvious that the marketing functions of the coope ratives are to supoort soy-bean producers, whereas private busines ses generally use them as bargaining instruments to increase, orat least maintain, participation in product purchase. As service companies nrepared to satisfy mainly the demands of the suppliers, cooperatives provi de the users of their services with greater flexibility in terms of when and to whom the product is to be sold. Thus, the results of this study show the contrary of the previously assumed differences between the behaviour of cooperatives and private companies, although a defini te explanation of real differences between them must be confirmed by new studies focusing other aspects of their behaviour.