Dizendo-se autoridade : polícia e policiais em Porto Alegre, 1896-1929

Este trabalho é uma história da polícia e dos policiais nas décadas que se seguiram à proclamação da República no Brasil. A pesquisa reconstitui as práticas do policiamento na cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, entre 1896 e 1929, no entrecruzamento entre a polícia projet...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Mauch, Cláudia
Other Authors: Schmidt, Benito Bisso
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/34692
Description
Summary:Este trabalho é uma história da polícia e dos policiais nas décadas que se seguiram à proclamação da República no Brasil. A pesquisa reconstitui as práticas do policiamento na cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, entre 1896 e 1929, no entrecruzamento entre a polícia projetada pelos governantes republicanos e as experiências dos homens que exerceram diretamente esta atividade. A partir de fontes produzidas pelas próprias instituições policiais (registros de ocorrências, fichas de pessoal e inquéritos administrativos movidos contra policiais, entre outras) investigo quem eram, como viviam, trabalhavam e lidavam com a autoridade a eles atribuída os policiais - grupo ocupacional marcado pela ambígua condição de agentes da dominação estatal recrutados no meio social que deveriam controlar. Minha hipótese é que sua autoridade era constantemente reinventada e seus sentidos atualizados contextualmente, no âmbito das interações sociais. A dominação que os policiais exerciam ou pretendiam exercer, portanto, não dependia unicamente de seu mandato legal, embora não existisse sem ele. === This study is a history of the police and the policemen in the decades that followed the establishment of republican regime in Brazil. The research reviews the practices of policing in the city of Porto Alegre (capital of the state of Rio Grande do Sul), from 1896 to 1929, in the intersection between the police, as projected by republican leaders, and the experiences of the men who exercised this activity directly. Based on sources produced by the police institutions themselves (incident reports, personnel files and cases against police officers, among others), I ask who were the policemen, how they lived, worked and dealt with the authority ascribed to them. Policemen formed an occupational group marked by an ambiguous condition: they were agents of state domination recruited in the social environment that should control. My argument is that the senses of his authority were constantly reinvented. The domination that policemen exercised or intended to exercise, therefore, did not depend only from its legal mandate, but did not exist without it.