A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal

Durante época colonial, portugueses em sua missão civilizadora, consideravam que todo era primitivo e inferior. E que a medicina tradicional, deveria ser descartada para abrir caminho a iluminação ocidental. Os curandeiros tradicionais foram demitidos como charlatães. Os hospitais foram construídos...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Mendes, Irina
Other Authors: Machado, Paula Sandrine
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/180940
id ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-180940
record_format oai_dc
collection NDLTD
language Portuguese
format Others
sources NDLTD
topic Curandeiros
Medicina tradicional : África
Manjaco
Guiné-Bissau
spellingShingle Curandeiros
Medicina tradicional : África
Manjaco
Guiné-Bissau
Mendes, Irina
A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
description Durante época colonial, portugueses em sua missão civilizadora, consideravam que todo era primitivo e inferior. E que a medicina tradicional, deveria ser descartada para abrir caminho a iluminação ocidental. Os curandeiros tradicionais foram demitidos como charlatães. Os hospitais foram construídos nos centros urbanos, onde a medicina tradicional quase desapareceu. Obviamente, a nação recém-independente herdou um pouco de ideologias europeias, contudo, ainda salvaguarda os valores tradicionais milenares. A medicina tradicional herdada dos seus antepassados em matéria de saberes, relacionamento e regras de conduta, sobreviveu à invasão ocidental, e hoje, isso trouxe um conflito entre duas ideologias. É do povo guineense que a pesquisa está falando concretamente. Portanto, esta pesquisa aborda a temática sobre a cosmo-ontologia do grupo étnico manjaco sobre fenômeno Ucó e o dilema da modernidade na Guiné Bissau. Partindo do conhecimento da sua cosmovisão e concepções sobre a doença e a cura, presume-se alcançar o universo das representações sobre Saúde e doença e a análise dos itinerários terapêuticos explorados na procura da cura no âmbito tradicional e da biomedicina. A construção desta análise sustenta-se na pesquisa etnográfica em Canhob, Norte da Guiné-Bissau, na ONG “Menino Deus” e no Hospital nacional Simão Mendes em Bissau. Pretende-se dar conta cosmologia sobre Ucó ou “meninos Irãs” entre os Manjaco, desde o ponto fundamental da sua coletividade e cultural, até um eixo periférico à sua racionalidade. Durante trajetos terapêuticos, há uma procura no sentido de diminuir o sofrimento, que se vai acedendo espaço do grupo étnico e atinge a esfera social, isto é, há uma oscilação entre rede cura tradicional e biomedicina, tentando-se acumular o melhor de cada um dos sectores de cuidados. === During colonial times, Portuguese in their civilizing mission, considered that everything was primitive and inferior. And that traditional medicine should be discarded to make way for Western enlightenment. Traditional healers were dismissed as charlatans. Hospitals were built in urban centers, where traditional medicine almost disappeared. Obviously, the newly independent nation has inherited some European ideologies, yet it still safeguards the traditional millennial values. The traditional medicine inherited from its ancestors in matters of knowledge, relationship and rules of conduct survived the Western invasion, and today, this has brought about a conflict between two ideologies. It is the Guinean people that the research is speaking concretely. Therefore, this research deals with the thematic on the cosmo-ontology of the manjaco ethnic group about Ucó phenomenon and the dilemma of modernity in Guinea Bissau. Starting from the knowledge of their worldview and conceptions about the disease and the cure, it is presumed to reach the universe of the representations on Health and disease and the analysis of the therapeutic routes explored in the search of the cure in the traditional scope and of the biomedicine. The construction of this analysis is based on the ethnographic research in Canhob, North of Guinea-Bissau, the NGO "Menino Deus" and the Simão Mendes National Hospital in Bissau. It is intended to account for cosmology on Ucó or "Iranian boys" among the Manjaco, from the fundamental point of its collective and cultural, to an axis peripheral to its rationality. During therapeutic pathways, there is a search to reduce suffering, that is accessing space of the ethnic group and reaches the social sphere, that is, there is an oscillation between traditional healing network and biomedicine, trying to accumulate the best of each one care sectors.
author2 Machado, Paula Sandrine
author_facet Machado, Paula Sandrine
Mendes, Irina
author Mendes, Irina
author_sort Mendes, Irina
title A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
title_short A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
title_full A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
title_fullStr A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
title_full_unstemmed A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
title_sort prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal
publishDate 2018
url http://hdl.handle.net/10183/180940
work_keys_str_mv AT mendesirina apraticadoucocosmoontologiamanjacosobrematerializacaodocorponadiversidadecorporal
AT mendesirina praticadoucocosmoontologiamanjacosobrematerializacaodocorponadiversidadecorporal
_version_ 1718756729564430336
spelling ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-1809402018-09-30T04:28:44Z A prática do ucó : cosmo-ontologia manjaco sobre materialização do corpo na diversidade corporal Mendes, Irina Machado, Paula Sandrine Curandeiros Medicina tradicional : África Manjaco Guiné-Bissau Durante época colonial, portugueses em sua missão civilizadora, consideravam que todo era primitivo e inferior. E que a medicina tradicional, deveria ser descartada para abrir caminho a iluminação ocidental. Os curandeiros tradicionais foram demitidos como charlatães. Os hospitais foram construídos nos centros urbanos, onde a medicina tradicional quase desapareceu. Obviamente, a nação recém-independente herdou um pouco de ideologias europeias, contudo, ainda salvaguarda os valores tradicionais milenares. A medicina tradicional herdada dos seus antepassados em matéria de saberes, relacionamento e regras de conduta, sobreviveu à invasão ocidental, e hoje, isso trouxe um conflito entre duas ideologias. É do povo guineense que a pesquisa está falando concretamente. Portanto, esta pesquisa aborda a temática sobre a cosmo-ontologia do grupo étnico manjaco sobre fenômeno Ucó e o dilema da modernidade na Guiné Bissau. Partindo do conhecimento da sua cosmovisão e concepções sobre a doença e a cura, presume-se alcançar o universo das representações sobre Saúde e doença e a análise dos itinerários terapêuticos explorados na procura da cura no âmbito tradicional e da biomedicina. A construção desta análise sustenta-se na pesquisa etnográfica em Canhob, Norte da Guiné-Bissau, na ONG “Menino Deus” e no Hospital nacional Simão Mendes em Bissau. Pretende-se dar conta cosmologia sobre Ucó ou “meninos Irãs” entre os Manjaco, desde o ponto fundamental da sua coletividade e cultural, até um eixo periférico à sua racionalidade. Durante trajetos terapêuticos, há uma procura no sentido de diminuir o sofrimento, que se vai acedendo espaço do grupo étnico e atinge a esfera social, isto é, há uma oscilação entre rede cura tradicional e biomedicina, tentando-se acumular o melhor de cada um dos sectores de cuidados. During colonial times, Portuguese in their civilizing mission, considered that everything was primitive and inferior. And that traditional medicine should be discarded to make way for Western enlightenment. Traditional healers were dismissed as charlatans. Hospitals were built in urban centers, where traditional medicine almost disappeared. Obviously, the newly independent nation has inherited some European ideologies, yet it still safeguards the traditional millennial values. The traditional medicine inherited from its ancestors in matters of knowledge, relationship and rules of conduct survived the Western invasion, and today, this has brought about a conflict between two ideologies. It is the Guinean people that the research is speaking concretely. Therefore, this research deals with the thematic on the cosmo-ontology of the manjaco ethnic group about Ucó phenomenon and the dilemma of modernity in Guinea Bissau. Starting from the knowledge of their worldview and conceptions about the disease and the cure, it is presumed to reach the universe of the representations on Health and disease and the analysis of the therapeutic routes explored in the search of the cure in the traditional scope and of the biomedicine. The construction of this analysis is based on the ethnographic research in Canhob, North of Guinea-Bissau, the NGO "Menino Deus" and the Simão Mendes National Hospital in Bissau. It is intended to account for cosmology on Ucó or "Iranian boys" among the Manjaco, from the fundamental point of its collective and cultural, to an axis peripheral to its rationality. During therapeutic pathways, there is a search to reduce suffering, that is accessing space of the ethnic group and reaches the social sphere, that is, there is an oscillation between traditional healing network and biomedicine, trying to accumulate the best of each one care sectors. 2018-08-02T02:40:59Z 2018 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/180940 001072897 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS