O trabalho artístico em moldes colaborativos, e a utopia concreta dos teatreiros da ocupação cênica Hospital Psiquiátrico São Pedro

Cette thèse porte sur la relation entre travail et art dans la société contemporaine. Elle propose une analyse des procédés novateurs développés par le processus collaboratif cette méthodologie de création qui va de pair avec une organisation du travail spécifique dans le théâtre contemporain. Les c...

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Bibliographic Details
Main Author: Lauda, Luciene Zenaide Andrade
Other Authors: Rosenfield, Cinara Lerrer
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/180578
Description
Summary:Cette thèse porte sur la relation entre travail et art dans la société contemporaine. Elle propose une analyse des procédés novateurs développés par le processus collaboratif cette méthodologie de création qui va de pair avec une organisation du travail spécifique dans le théâtre contemporain. Les caractéristiques du phénomène étudié nous orientent vers trois approches à la fois distinctes et liées entre elles. La première approche met en débat la capacité critique de l’art (BOURDIEU, 1996 ; CHIAPELLO, 1998) puis la possibilité de son renouvellement (BOLTANSKI et CHIAPELLO ; BOLTANSKI, 2015 ; MUNK, 2015). Cette discussion nous permet d’interpréter le processus collaboratif comme une possibilité renouvelée de la capacité critique de l'art qui, en cherchant à récupérer ce qui a été assimilé et instrumentalisé par le capitalisme, avance “l’idéal” du paradigme contemporain du travail par projets. La deuxième approche appréhende l’organisation du travail sur des bases collaboratives comme une dimension sous-jacente du mouvement de résistance et de lutte en faveur de politiques publiques de soutien direct au théâtre, mouvement qui s’est développé en réponse au processus de privatisation de la culture (WU, 2005). Cette vision est cohérente avec la théorie de Touraine (1998, 2007), selon laquelle nous assisterions à l’affaiblissement voire à la disparition des institutions sociales qui soutiennent les individus, ce qui marquerait pour cet auteur le passage à un nouveau paradigme du point de vue de notre interprétation de la réalité sociale. Ce mouvement collectif organisé par des artistes et des groupes exclus des mécanismes de mécénat entrepreneurial via des exonérations fiscales, est emblématique des actions d’un sujet émergeant du centre du nouveau paradigme culturel – celui qui, ne voulant pas se soumettre à la logique du marché et de la consommation, cherche à définir son propre destin en articulant droit personnel et organisation collective. La troisième approche aborde enfin l’organisation du travail et la gestion collective sur des bases collaboratives que mettent en oeuvre les cinq collectifs de l’Occupation Immeuble Scénique Hôpital Psychiatrique São Pedro comme la réalisation d’une utopie concrète, une nouvelle grammaire de vie commune qui unit travail et projet de vie en communauté (LALLEMENT, 2015). Les théories mobilisées pour comprendre le phénomène analysé dans cette étude – le travail organisé de façon collaborative – renvoient ainsi à une seule et même question : la capacité d’action des acteurs dans le contexte des transformations récentes qui modèlent la société capitaliste contemporaine. === Esta tese versa sobre a relação entre trabalho e arte na sociedade contemporânea. Para tanto, dedicou-se a analise dos procedimentos de inovação desenvolvidos pela metodologia de criação e a correlata organização do trabalho em teatro contemporâneo, conhecida como processo colaborativo. As características apresentadas pelo fenômeno analisado nos apontam para três abordagens distintas, porém, inter-relacionadas. A primeira, discute a capacidade crítica da arte (BOURDIEU, 1996; CHIAPELLO, 1998) e, em seguida, a potencialidade de sua renovação (BOLTANSKI e CHIAPELLO; BOLTANSKI, 2015; MUNK, 2015). Tal discussão nos permitiu entender o processo colaborativo como uma possibilidade renovada da capacidade crítica da arte que, ao buscar resgatar o que foi apropriado e instrumentalizado pelo capitalismo, faz avançar o “ideal” do paradigma contemporâneo do trabalho, por projetos. A segunda, toma a organização do trabalho em moldes colaborativos como subjacente ao movimento de resistência e de lutas por políticas públicas de fomento direto ao teatro, surgido a partir do processo de privatização da cultura (WU, 2006). Situação esta que, em seu conjunto, vem ao encontro da teoria de Touraine (2007), segundo a qual estaríamos vivenciando o enfraquecimento, ou até mesmo, o desaparecimento das instituições sociais que dão suporte aos indivíduos, condição esta que sinaliza o que o autor entende ser a passagem de um paradigma a outro em nossa interpretação da realidade social Tomamos esse movimento coletivo organizado por artistas e grupos, alijados dos mecanismos de patrocínio empresarial via incentivo fiscal, como emblemático das ações do sujeito que emerge do centro do novo paradigma cultural - aquele que não querendo se subter à lógica do mercado e do consumo, busca definir seu próprio destino articulando direito pessoal e organização coletiva. E a terceira, aborda a organização do trabalho e a gestão coletiva em moldes colaborativos, mantidas pelos cinco coletivos que fazem parte da Ocupação Condomínio Cênico Hospital Psiquiátrico São Pedro, como a realização de uma utopia concreta, na medida em que se apresenta como uma nova gramática de convivência, que une trabalho e projeto de vida em comum (LALLEMENT, 2015). De forma que as teorias mobilizadas para a compreensão do fenômeno avaliado neste estudo - o trabalho que se realiza em moldes colaborativos - dizem respeito a uma única questão: a capacidade de ação dos atores no contexto das recentes transformações que configuraram a sociedade capitalista contemporânea.