Summary: | O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de um programa de treinamento de potência muscular na capacidade funcional e equilíbrio, na função neuromuscular, no perfil lipídico, controle glicêmico e no nível de qualidade de vida de idosos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Para tanto, foram avaliados 21 sujeitos (68,2 ± 3,1 anos), divididos em dois grupos: grupo intervenção (GI) (n=11) e grupo controle (GC) (n=10). Os sujeitos do GI realizaram treinamento de potência muscular, com sessões bissemanais, o GC realizou alongamento muscular, uma vez na semana, ambos por um período de 12 semanas. O treino de potência muscular foi realizado para os principais grupos musculares, sendo os exercícios executados da maneira mais rápida possível durante a fase concêntrica. O grupo muscular alvo foi o quadríceps. As variáveis dependentes foram avaliadas antes (momento 1), 8 semanas (momento 2 - equilíbrio dinâmico e estático) e após (momento 3) o período de intervenção O GC realizou alongamento muscular de membros superiores, tronco e membros inferiores. Para a análise dos dados foi utilizado um teste t de Student para comparação dos grupos no momento pré treinamento, para amostras independentes. A comparação de médias foi realizada com ANOVA de duas vias para medidas repetidas, utilizando um post hoc de Bonferroni para as variáveis que foram realizadas em três momentos. Os efeitos avaliados foram os fatores tempo e grupo, bem como a interação desses fatores. Para as variáveis colesterol LDL e potência de pico (calculada por fórmula), como houve diferença entre os grupos pré-treinamento, foi realizada uma ANCOVA. Um nível de significância de α ≤ 0,05 foi adotado para as análises. Os resultados demonstraram que houve uma melhora significativa (p≤0,05) para o GI na variável de equilíbrio dinâmico, avaliada pelo teste de alcance funcional, do momento 2 para o momento 3, após as 12 semanas de treinamento, o GC não apresentou modificações (p>0,05) em nenhum dos três momentos. As variáveis de equilíbrio estático não apresentaram efeitos significativos (p>0,05). Na bateria de testes Short Physical Performance Battery (SPPB), o GI apresentou uma diminuição no tempo para a realização do teste de velocidade da marcha (p<0,05) após as 12 semanas de intervenção. No teste de levantarse da cadeira, houve um efeito significativo do tempo (p<0,05), bem como, no score total da bateria de testes SPPB (p=0,001), em que os dois grupos demonstraram melhoras pós-treinamento. A espessura muscular e qualidade muscular apresentaram um efeito do tempo (p<0,05), demonstrando que ambos os grupos apresentaram melhoras. A variável neuromuscular de eco intensidade não apresentou efeito significativo (p>0,05), bem como a variável de composição corporal, gordura visceral. Para o teste de força dinâmica, realizado através do teste de 1 repetição máxima (1-RM) houve um incremento significativo, após 12 semanas de treinamento para o GI (p<0,05). O pico de torque apresentou efeito do tempo significativo (p<0,05) em ambos os grupos. Quanto à taxa de produção de torque não foram identificados efeitos significativos (p>0,05). No salto com contra movimento (CMJ) ocorreu um ganho significativo (p<0,05), em que o GI apresentou incrementos pós 12 semanas de treinamento, as outras variáveis do salto (potência média e potência de pico) apresentaram efeitos significativos (p<0,05), quando calculadas por fórmula. A hemoglobina glicada e o LDL melhoraram significativamente (p<0,05) para os dois grupos, após o treinamento. Para as demais variáveis sanguíneas não foi encontrado valores significativos. A qualidade de vida, avaliada pelo questionário de avaliação da qualidade de vida no diabetes (DQOL) demonstrou melhora significativa (p<0,05) para o GC após intervenção, não ocorrendo o mesmo com o GI. Por fim, o treinamento de potência muscular foi eficaz para demonstrar ganhos significativos nos testes de equilíbrio dinâmico, na bateria de testes funcionais e no CMJ. === The aim of the present study was to evaluate the effect of a power training program on functional fitness and balance, neuromuscular function, lipid profile, glycaemic control and quality of life level of elderly people with type 2 diabetes mellitus (T2DM). For that, 21 subjects were evaluated (68.2 ± 3.1 years), who were allocated into two groups: intervention group (IG, n=11) and control group (CG, n=10). IG subjects performed power training sessions two times per week whereas CG performed muscle stretching sessions once a week, both for a period of 12 weeks. Power training program was performed for the main muscle groups, in which the exercises were executed as fast as possible during the concentric phase. Quadriceps was the target muscle group. Dependent variables were assessed before (moment 1), at the 8th week (moment 2 – dynamic and static balance) and after (moment 3) intervention period. CG performed muscle stretching for upper limbs, trunk and lower limbs. For data analysis, a Student t test was used for comparison of the groups in the pretraining moment, for independent samples. The comparison of the means was performed with two-way ANOVA for repeated measures, with post hoc of Bonferroni for the variables that were performed in three moments. The effects evaluated were time and group factors, as well as the interaction between these factors As there was difference between groups in the pre-training, for LDL cholesterol and peak power (calculated by formula) variables an ANCOVA was performed. An α ≤ 0.05 was adopted for analyses. The results demonstrated that there was a significant improvement (p≤0.05) for IG in the dynamic balance variable, evaluated through functional reach test, from moment 2 to moment 3, after the 12 weeks of training, whereas CG did not show modifications (p>0.05) in none of the moments. Static balance variables did not show significant effects (p>0.05). In Short Physical Performance Battery (SPPB) tests, IG showed a decrease in the time factor for the performance of the gait speed test (p<0.05) after the 12 weeks of intervention. In the sit-up test, there was a significant effect of time (p<0.05), as well as in the total score of the SPPB tests battery (p=0.001), in which both groups demonstrated improvements after training. Muscle thickness and muscle quality showed an effect of time (p<0.05), demonstrating that both groups presented improvements. Neuromuscular variable of echo intensity did not show significant improvements (p>0.05), as well as the body composition variable, visceral fat. For dynamic strength test, performed through 1 repetition maximum (1-RM) test, there was a significant increment after the 12 weeks of training for IG (p<0.05). Peak torque showed a significant effect of time (p<0.05) in both groups. Regarding rate of torque production, no significant effects were identified (p>0.05). In the countermovement jump (CMJ) test, there was a significant gain (p<0.05), in which IG showed increments after the 12 weeks of intervention, and the other jump variables (mean power and peak power) showed significant effects (p<0.05), when calculated by formula. Glycated hemoglobin and LDL significantly improved (p<0.05) for both groups after training. For the remaining blood variables, significant values were not found. Quality of life, assessed through Diabetes Quality of Life Measure questionnaire (DQOL), demonstrated significant improvement (p<0.05) for CG after the intervention, which did not occur for IG. Lastly, power training program was efficient in demonstrating significant gains in dynamic balance tests, in functional tests battery and in CMJ.
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