Efeito do bypass gástrico na doença do refluxo gastroesofágico em pacientes com obesidade mórbida
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é caracterizada por sintomas desconfortáveis e/ou complicações que são causadas pelo refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago. Em nosso estudo de revisão verificamos que, no Brasil, a prevalência de DRGE é de aproximadamente 7%, sendo a pirose semanal ve...
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Refluxo gastroesofágico Gastroplastia Anastomose em-Y de Roux Obesidade mórbida Madalosso, Carlos Augusto Scussel Efeito do bypass gástrico na doença do refluxo gastroesofágico em pacientes com obesidade mórbida |
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A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é caracterizada por sintomas desconfortáveis e/ou complicações que são causadas pelo refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago. Em nosso estudo de revisão verificamos que, no Brasil, a prevalência de DRGE é de aproximadamente 7%, sendo a pirose semanal verificada de 4,6% a 31%. A DRGE determina redução de qualidade de vida e elevado custo social e econômico. Quanto à etiologia, uma associação causal entre fatores ambientais, comportamentais e genéticos tem sido proposta. A crescente prevalência de obesidade coincide com um aumento da frequência de DRGE, expressa pela maior ocorrência de sintomas ou lesão esofágica, como esofagite de refluxo (ER), esôfago de Barrett (EB) e adenocarcinoma do esôfago. Estudos populacionais podem subestimar a prevalência da DRGE em obesos em consequência da redução da percepção de sintomas nesse grupo de doentes. Nosso primeiro estudo verifica o desempenho do Consenso de Montreal no diagnóstico de DRGE em pacientes candidatos à cirurgia bariátrica. Nesse estudo, 75 pacientes consecutivos foram avaliados sintomaticamente, por endoscopia digestiva alta e pHmetria de 24h sem uso de IBP. Dois algoritmos diagnósticos foram testados: o primeiro consistiu na abordagem padrão, em que qualquer sintoma esofágico, síndromes esofágicas com injúria pela endoscopia ou exposição ácida aumentada à pHmetria de 24h eram considerados diagnósticos; o segundo aplicava a abordagem recomendada pelo Consenso de Montreal, pelo qual apenas sintomas desconfortáveis e achados endoscópicos eram considerados. Nossos achados demonstram acurácia e especificidade elevadas, porém com baixo valor preditivo negativo (47%). Os tratamentos utilizados na DRGE são o medicamentoso e o cirúrgico. Este último consiste na fundoplicatura associada à hiatoplastia com índices de sucesso próximo a 90%. Contudo, em indivíduos com obesidade mórbida (OM) a recidiva da DRGE após cirurgia antirrefluxo ocorre em cerca de um terço dos pacientes. Recentemente, a gastroplastia vertical com reconstrução em Y-de-Roux (GYR), padrão-ouro no tratamento da OM, tem sido proposta como alternativa no tratamento da DRGE. Nosso segundo estudo teve por foco a terapêutica cirúrgica da DRGE em obesos mórbidos. Assim, avaliou o efeito da (GYR) por meio de parâmetros subjetivos e objetivos de DRGE em obesos mórbidos. A análise foi realizada em 86 pacientes consecutivos, que foram investigados no pré-operatório e seis meses após a GYR. Os pacientes foram submetidos à avaliação subjetiva, através de sintomas, e objetiva, com endoscopia e pHmetria de 24h. Além disso, foram avaliados radiologicamente para a presença de hérnia hiatal e submetidos à manometria esofágica para estudo de alterações de motilidade esofágica. Com os dois estudos, chegamos às seguintes conclusões: 1. A abordagem pelo Consenso de Montreal limita a identificação de DRGE em obesos mórbidos, sendo, assim, recomendada a investigação mesmo em pacientes sem sintomas desconfortáveis de DRGE; 2. Sintomas de DRGE, exposição ácida do esôfago e injúria mucosa do esôfago apresentam resposta favorável com a GYR; 3. A melhora radiológica é observada em metade dos pacientes, estando relacionada com alívio de sintomas; 4. Não há melhora dos distúrbios motores do esôfago com a GYR. 5. Resultados a longo prazo são necessários para confirmar essa operação como técnica de escolha para tratar DRGE mesmo em indivíduos com obesidade leve. |
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ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-163792018-09-30T04:06:40Z Efeito do bypass gástrico na doença do refluxo gastroesofágico em pacientes com obesidade mórbida Madalosso, Carlos Augusto Scussel Gurski, Richard Ricachenevsky Fornari, Fernando Refluxo gastroesofágico Gastroplastia Anastomose em-Y de Roux Obesidade mórbida A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é caracterizada por sintomas desconfortáveis e/ou complicações que são causadas pelo refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago. Em nosso estudo de revisão verificamos que, no Brasil, a prevalência de DRGE é de aproximadamente 7%, sendo a pirose semanal verificada de 4,6% a 31%. A DRGE determina redução de qualidade de vida e elevado custo social e econômico. Quanto à etiologia, uma associação causal entre fatores ambientais, comportamentais e genéticos tem sido proposta. A crescente prevalência de obesidade coincide com um aumento da frequência de DRGE, expressa pela maior ocorrência de sintomas ou lesão esofágica, como esofagite de refluxo (ER), esôfago de Barrett (EB) e adenocarcinoma do esôfago. Estudos populacionais podem subestimar a prevalência da DRGE em obesos em consequência da redução da percepção de sintomas nesse grupo de doentes. Nosso primeiro estudo verifica o desempenho do Consenso de Montreal no diagnóstico de DRGE em pacientes candidatos à cirurgia bariátrica. Nesse estudo, 75 pacientes consecutivos foram avaliados sintomaticamente, por endoscopia digestiva alta e pHmetria de 24h sem uso de IBP. Dois algoritmos diagnósticos foram testados: o primeiro consistiu na abordagem padrão, em que qualquer sintoma esofágico, síndromes esofágicas com injúria pela endoscopia ou exposição ácida aumentada à pHmetria de 24h eram considerados diagnósticos; o segundo aplicava a abordagem recomendada pelo Consenso de Montreal, pelo qual apenas sintomas desconfortáveis e achados endoscópicos eram considerados. Nossos achados demonstram acurácia e especificidade elevadas, porém com baixo valor preditivo negativo (47%). Os tratamentos utilizados na DRGE são o medicamentoso e o cirúrgico. Este último consiste na fundoplicatura associada à hiatoplastia com índices de sucesso próximo a 90%. Contudo, em indivíduos com obesidade mórbida (OM) a recidiva da DRGE após cirurgia antirrefluxo ocorre em cerca de um terço dos pacientes. Recentemente, a gastroplastia vertical com reconstrução em Y-de-Roux (GYR), padrão-ouro no tratamento da OM, tem sido proposta como alternativa no tratamento da DRGE. Nosso segundo estudo teve por foco a terapêutica cirúrgica da DRGE em obesos mórbidos. Assim, avaliou o efeito da (GYR) por meio de parâmetros subjetivos e objetivos de DRGE em obesos mórbidos. A análise foi realizada em 86 pacientes consecutivos, que foram investigados no pré-operatório e seis meses após a GYR. Os pacientes foram submetidos à avaliação subjetiva, através de sintomas, e objetiva, com endoscopia e pHmetria de 24h. Além disso, foram avaliados radiologicamente para a presença de hérnia hiatal e submetidos à manometria esofágica para estudo de alterações de motilidade esofágica. Com os dois estudos, chegamos às seguintes conclusões: 1. A abordagem pelo Consenso de Montreal limita a identificação de DRGE em obesos mórbidos, sendo, assim, recomendada a investigação mesmo em pacientes sem sintomas desconfortáveis de DRGE; 2. Sintomas de DRGE, exposição ácida do esôfago e injúria mucosa do esôfago apresentam resposta favorável com a GYR; 3. A melhora radiológica é observada em metade dos pacientes, estando relacionada com alívio de sintomas; 4. Não há melhora dos distúrbios motores do esôfago com a GYR. 5. Resultados a longo prazo são necessários para confirmar essa operação como técnica de escolha para tratar DRGE mesmo em indivíduos com obesidade leve. 2009-07-17T04:13:43Z 2009 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/16379 000700099 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS |