Concepções alternativas de calouros de química sobre conceitos fundamentais da química geral

Esta investigação tem como objetivo inventariar as concepções alternativas ao conhecimento científico expressas por estudantes universitários que cursam a disciplina de Química Geral Teórica no Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A...

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Bibliographic Details
Main Author: Silva, Shirley Martim da
Other Authors: Del Pino, Jose Claudio
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2009
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/16277
Description
Summary:Esta investigação tem como objetivo inventariar as concepções alternativas ao conhecimento científico expressas por estudantes universitários que cursam a disciplina de Química Geral Teórica no Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada em três turmas de Química Geral Teórica vigentes no semestre 2005/1, contabilizando 66 estudantes do curso de Química (licenciatura, bacharelado e industrial), 46 estudantes da Engenharia Química, 17 estudantes da Engenharia de Materiais e 1 estudante do curso de Geologia, totalizando 130 estudantes matriculados. Nessa pesquisa averiguamos as concepções alternativas ao conhecimento científico que os estudantes possuem para os conhecimentos disciplinares desta área. Buscou-se uma descrição, interpretação e análise dessas concepções alternativas visando identificar as principais inadequações na compreensão de conceitos fundamentais presentes na disciplina de Química Geral, pois essas se constituem obstáculos à construção de novos conceitos ou ao desenvolvimento de concepções mais avançadas que delas dependam. Os dados desta investigação foram construídos a partir: i) digitalização das respostas dadas por esses estudantes ao pré-teste aplicado ao início de cada uma das quatro unidades temáticas da disciplina. Esse instrumento utilizado para a obtenção de dados foi constituído de quatro a cinco questões com alguns itens tratando dos fenômenos químicos abordados nessa disciplina; ii) categorização das respostas apresentadas pelos estudantes nas explicações dos fenômenos questionados; iii) agrupamento das adequações e inadequações das diferentes explicações para os fenômenos químicos; e iv) análise e discussão do enredamento conceitual apresentado nas explicações destes. A literatura referente à didática das ciências nos reporta para resultados de pesquisas em ensino de química que apontam para o fato de que o estudante que resolve problemas padrões necessariamente não tenha adquirido um entendimento do conhecimento de química que lhe permita aplicar satisfatoriamente determinados conceitos em situações não abordadas previamente. Outra questão marcante é de que os estudantes possuem grandes dificuldades em relacionar conceitos em um arcabouço teórico coerente com o conhecimento científico, há dificuldades conceituais que não podem ser superadas apenas pelo ensino e que ao final de uma disciplina alguns estudantes sabem manusear representações algébricas e expressões, mas isso não implica que os estudantes possam conectar os conceitos bem como não significa que os conceitos estejam disponíveis para serem utilizados em outras situações. Identificamos que estes estudantes apresentam dificuldades desta natureza ao explicarem os fenômenos a nível microscópico, onde apresentam na maioria dos casos explicações que não dão conta dos conteúdos estabelecidos cientificamente. A maioria das explicações reproduz rótulos e máximas, sendo assim, apresentam concepções alternativas incoerentes e longe da explicação científica. Em suma, pode-se inferir que este inventário das concepções alternativas manifestas por estudantes universitários para os conteúdos disciplinares de Química Geral se fez necessário visto a importância de que estas concepções sejam divulgadas e discutidas com os professores que lecionam nessa disciplina para que estas possam ser utilizadas como estratégia para a proposição pedagógica em sala de aula, visto a forte resistência a uma mudança conceitual que estas desencadeiam, provocando dificuldades para uma aprendizagem efetivamente significativa.