Semiologia da linguagem : a enunciação do sagrado e o corpo afrorreligioso

Cette thèse propose un élargissement de la notion d’énonciation, telle comme elle est construite à partir de la pensée d’Émile Benveniste. Nous nous sommes basé sur l’ouverture prévue dans des textes tels que l’article « Sémiologie de la langue » (1969) et l’ensemble de notes qui compose le livre po...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Severo, Renata Trindade
Other Authors: Flores, Valdir do Nascimento
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/143595
id ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-143595
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collection NDLTD
language Portuguese
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sources NDLTD
topic Énonciation
Sémiologie
Corps
Sacré
Témoignage
Enunciação
Semiologia
Corpo
Sagrado
Testemunho
Enonciation
Semiology
Body
Sacred
Testimony
spellingShingle Énonciation
Sémiologie
Corps
Sacré
Témoignage
Enunciação
Semiologia
Corpo
Sagrado
Testemunho
Enonciation
Semiology
Body
Sacred
Testimony
Severo, Renata Trindade
Semiologia da linguagem : a enunciação do sagrado e o corpo afrorreligioso
description Cette thèse propose un élargissement de la notion d’énonciation, telle comme elle est construite à partir de la pensée d’Émile Benveniste. Nous nous sommes basé sur l’ouverture prévue dans des textes tels que l’article « Sémiologie de la langue » (1969) et l’ensemble de notes qui compose le livre posthume Dernières leçons pour étudier un objet qui, encore lié à la linguistique, présente des dimensions qui vont au-delà d’elle. Dans ces textes, Benveniste réaffirme et établit définitivement la place de la langue en tant que système interprétant universel : la langue interprète tous les autres systèmes, y compris elle-même. Elle est le système qui rend possible une sémiologie de tous les autres. De l’énonciation de / dans la langue, nous arrivons à une idée d’énonciation centrée dans le langage : en vertu d’un intenté, sur le tissu significatif de l’instance de discours, la catégorie de personne s’instaure et, avec elle, l’intersubjectivité, à travers une sémantisation qui n’est pas exclusive de la langue. L’énonciateur fait usage des systèmes sémiologiques dont la matérialité est exprimée par / dans le corps, avec la voix, avec le regard, avec des gestes et avec des formes encore plus subtiles et spécifiques d’une énonciation donnée. Dans notre texte, nous observons la langue, l’affectivité et le sacré s’intégrer dans une énonciation dont l’indice de subjectivité est le corps : l’énonciation du sacré. Pour traiter de cet objet, nous utilisons la Théorie de l’Énonciation – avec quelques déplacements et ouvertures – et aussi les réflexions sur le corps de David Le Breton (1998 ; 2011 ; 2012) pour penser l’affectivité comme un système de sens articulé à la langue. Pour atteindre à l’énonciation du sacré, nous nous sommes inspiré dans les notions de témoin et de témoignage pensées par Giorgio Agamben (2008). C’est le témoignage, donc la langue, qui nous permet de faire la sémiologie de l’énonciation du sacré, l’objectif principal de cette thèse. Des entretiens ouverts avec des informateurs identifiés dans sa relation avec des religions afro-brésiliennes du Rio Grande do Sul et l’observation participante dans les rituels de ces religions ont été les moyens de recueille des témoignages, qui constituent le corpus d’analyse. À partir de la notion d’auctor (AGAMBEN, 2008), nous attribuons, à ces témoignages, le statut d’objet d’étude : le témoignage du sacré, qui a fourni le matériel dont l’observation et l’analyse ont mobilisé un cadre théorique et méthodologique, héritier de la Théorie de l’Énonciation, de l’anthropologie du corps et de la philosophie – celle de l’Occident, par l’intermédiaire d’Agamben, et l’afro-brésilienne, à travers d’une affectivité produite dans le domaine du sacré, qui a influencé plus d’une façon l’écriture de cette thèse. L’énonciation du sacré reste un objet que l’on peut traiter seulement via auctor, dans le témoignage du sacré. === Essa tese propõe um alargamento da noção de enunciação tal como ela tem sido construída a partir do pensamento de Émile Benveniste. Apoiamo-nos na abertura prevista em textos como o artigo “Semiologia da língua” (1969) e o conjunto de notas que compõe o livro póstumo Dernières leçons para estudar um objeto que, ainda vinculado à língua, apresenta dimensões que a extrapolam. Nesses textos, Benveniste reafirma e estabelece definitivamente o lugar da língua como sistema interpretante universal: a língua interpreta todos os outros sistemas, inclusive a si mesma. Ela é o sistema que torna possível uma semiologia de todos os outros. Da enunciação da/na língua, chegamos a uma ideia de enunciação centrada na linguagem: em virtude de um intentado, sobre o tecido significativo da instância de discurso, instaura-se a categoria da pessoa e, com ela, a intersubjetividade, por meio de uma semantização que não é exclusiva da língua. O enunciador se vale de sistemas semiológicos cuja materialidade é expressa pelo/no corpo, seja com a voz, com o olhar, com gestos e com formas ainda mais sutis e específicas de determinada enunciação. Em nosso texto, observamos língua, afetividade e sagrado integrar-se em uma enunciação cujo índice de subjetividade é o corpo: a enunciação do sagrado. Para abordar esse objeto, além de nos valermos da Teoria da Enunciação — com alguns deslocamentos e aberturas —, recorremos às reflexões sobre corpo de David Le Breton (1998; 2011; 2012) para pensarmos a afetividade como um sistema de sentido articulado à língua. Para chegarmos à enunciação do sagrado, nos inspiramos nas noções de testemunha e de testemunho pensadas por Giorgio Agamben (2008). É o testemunho, portanto a língua, que nos permite fazer a semiologia da enunciação do sagrado, principal objetivo dessa tese. Entrevistas abertas com informantes identificados em sua relação com religiões afro-gaúchas e observação participativa em rituais dessas religiões foram os modos de coleta dos testemunhos que constituem o corpus de análise. A partir da noção de auctor (AGAMBEN, 2008), atribuímos a esses testemunhos o estatuto de objeto de estudo: o testemunho do sagrado, que forneceu o material cuja observação e análise mobilizaram um arcabouço teórico-metodológico tributário da Teoria da Enunciação, da antropologia do corpo e da filosofia — a ocidental, via Agamben, e a afrobrasileira, por meio de uma afetividade produzida no âmbito do sagrado que influenciou de mais de uma maneira a tessitura dessa tese. A enunciação do sagrado permanece um objeto a que só chegamos via auctor, no testemunho do sagrado. === This thesis proposes an extension of the concept of enunciation such as it has been built from the thought of Émile Benveniste. We rely on the existing opening in texts such as the article "The semiology of language" (1969) and on the set of notes which compose the posthumous book Dernières leçons to study an object that, although still linked to language, has dimensions that go beyond it. In these texts, Benveniste reaffirms and definitively establishes the place of language as a universal interpreter system: language interprets all other systems, including itself. It is the system that makes the semiology of all others possible. From the enunciation of/in langue, we come to the idea of enunciation focused on langage: through a formulation produced on the meaningful fabric of speech, the category of the individual is established, and with it, the intersubjectivity through semantization that is not exclusive to language. The enunciator relies on semiologic systems whose materiality is expressed by and in the body, either using its voice, its eyes, with gestures and even more subtle forms that are specific of a particular enunciation. In our text, we observe language, affection and the sacred integrate into an enunciation whose subjectivity index is the body: the enunciation of the sacred. To address this object, beyond taking the Enunciation Theory into account- with some shifts and openings - we use the reflections on the body by David Le Breton (1998; 2011; 2012) to think about affectivity as a system of meaning articulated into language. To come to the enunciation of the sacred, we have been inspired by the witness and testimony notions thought by Giorgio Agamben (2008). It is the testimony, therefore the langue, that allows us to make the semiology of the enunciation of the sacred, the main objective of this thesis. The approach used to collect the testimonies which constitute the corpus of analysis has been open interviews with informants identified by their relation with African-gaucho religions and participatory observation in rituals of these religions. From the notion of auctor (AGAMBEN, 2008), we assign these testimonies the object- of-study status: the testimony of the sacred, which provided the material whose observation and analysis mobilized a theoretical and methodological framework linked to the Theory of Enunciation, to the anthropology of the body and to philosophy - the Western, via Agamben, and African- Brazilian, through an affection produced within the sacred that has influenced the fabric of this thesis in more than one way. The enunciation of the sacred remains an object which can only be reached via auctor, in the testimony of the sacred.
author2 Flores, Valdir do Nascimento
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Severo, Renata Trindade
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spelling ndltd-IBICT-oai-lume56.ufrgs.br-10183-1435952018-09-30T04:22:47Z Semiologia da linguagem : a enunciação do sagrado e o corpo afrorreligioso Severo, Renata Trindade Flores, Valdir do Nascimento Le Breton, David Énonciation Sémiologie Corps Sacré Témoignage Enunciação Semiologia Corpo Sagrado Testemunho Enonciation Semiology Body Sacred Testimony Cette thèse propose un élargissement de la notion d’énonciation, telle comme elle est construite à partir de la pensée d’Émile Benveniste. Nous nous sommes basé sur l’ouverture prévue dans des textes tels que l’article « Sémiologie de la langue » (1969) et l’ensemble de notes qui compose le livre posthume Dernières leçons pour étudier un objet qui, encore lié à la linguistique, présente des dimensions qui vont au-delà d’elle. Dans ces textes, Benveniste réaffirme et établit définitivement la place de la langue en tant que système interprétant universel : la langue interprète tous les autres systèmes, y compris elle-même. Elle est le système qui rend possible une sémiologie de tous les autres. De l’énonciation de / dans la langue, nous arrivons à une idée d’énonciation centrée dans le langage : en vertu d’un intenté, sur le tissu significatif de l’instance de discours, la catégorie de personne s’instaure et, avec elle, l’intersubjectivité, à travers une sémantisation qui n’est pas exclusive de la langue. L’énonciateur fait usage des systèmes sémiologiques dont la matérialité est exprimée par / dans le corps, avec la voix, avec le regard, avec des gestes et avec des formes encore plus subtiles et spécifiques d’une énonciation donnée. Dans notre texte, nous observons la langue, l’affectivité et le sacré s’intégrer dans une énonciation dont l’indice de subjectivité est le corps : l’énonciation du sacré. Pour traiter de cet objet, nous utilisons la Théorie de l’Énonciation – avec quelques déplacements et ouvertures – et aussi les réflexions sur le corps de David Le Breton (1998 ; 2011 ; 2012) pour penser l’affectivité comme un système de sens articulé à la langue. Pour atteindre à l’énonciation du sacré, nous nous sommes inspiré dans les notions de témoin et de témoignage pensées par Giorgio Agamben (2008). C’est le témoignage, donc la langue, qui nous permet de faire la sémiologie de l’énonciation du sacré, l’objectif principal de cette thèse. Des entretiens ouverts avec des informateurs identifiés dans sa relation avec des religions afro-brésiliennes du Rio Grande do Sul et l’observation participante dans les rituels de ces religions ont été les moyens de recueille des témoignages, qui constituent le corpus d’analyse. À partir de la notion d’auctor (AGAMBEN, 2008), nous attribuons, à ces témoignages, le statut d’objet d’étude : le témoignage du sacré, qui a fourni le matériel dont l’observation et l’analyse ont mobilisé un cadre théorique et méthodologique, héritier de la Théorie de l’Énonciation, de l’anthropologie du corps et de la philosophie – celle de l’Occident, par l’intermédiaire d’Agamben, et l’afro-brésilienne, à travers d’une affectivité produite dans le domaine du sacré, qui a influencé plus d’une façon l’écriture de cette thèse. L’énonciation du sacré reste un objet que l’on peut traiter seulement via auctor, dans le témoignage du sacré. Essa tese propõe um alargamento da noção de enunciação tal como ela tem sido construída a partir do pensamento de Émile Benveniste. Apoiamo-nos na abertura prevista em textos como o artigo “Semiologia da língua” (1969) e o conjunto de notas que compõe o livro póstumo Dernières leçons para estudar um objeto que, ainda vinculado à língua, apresenta dimensões que a extrapolam. Nesses textos, Benveniste reafirma e estabelece definitivamente o lugar da língua como sistema interpretante universal: a língua interpreta todos os outros sistemas, inclusive a si mesma. Ela é o sistema que torna possível uma semiologia de todos os outros. Da enunciação da/na língua, chegamos a uma ideia de enunciação centrada na linguagem: em virtude de um intentado, sobre o tecido significativo da instância de discurso, instaura-se a categoria da pessoa e, com ela, a intersubjetividade, por meio de uma semantização que não é exclusiva da língua. O enunciador se vale de sistemas semiológicos cuja materialidade é expressa pelo/no corpo, seja com a voz, com o olhar, com gestos e com formas ainda mais sutis e específicas de determinada enunciação. Em nosso texto, observamos língua, afetividade e sagrado integrar-se em uma enunciação cujo índice de subjetividade é o corpo: a enunciação do sagrado. Para abordar esse objeto, além de nos valermos da Teoria da Enunciação — com alguns deslocamentos e aberturas —, recorremos às reflexões sobre corpo de David Le Breton (1998; 2011; 2012) para pensarmos a afetividade como um sistema de sentido articulado à língua. Para chegarmos à enunciação do sagrado, nos inspiramos nas noções de testemunha e de testemunho pensadas por Giorgio Agamben (2008). É o testemunho, portanto a língua, que nos permite fazer a semiologia da enunciação do sagrado, principal objetivo dessa tese. Entrevistas abertas com informantes identificados em sua relação com religiões afro-gaúchas e observação participativa em rituais dessas religiões foram os modos de coleta dos testemunhos que constituem o corpus de análise. A partir da noção de auctor (AGAMBEN, 2008), atribuímos a esses testemunhos o estatuto de objeto de estudo: o testemunho do sagrado, que forneceu o material cuja observação e análise mobilizaram um arcabouço teórico-metodológico tributário da Teoria da Enunciação, da antropologia do corpo e da filosofia — a ocidental, via Agamben, e a afrobrasileira, por meio de uma afetividade produzida no âmbito do sagrado que influenciou de mais de uma maneira a tessitura dessa tese. A enunciação do sagrado permanece um objeto a que só chegamos via auctor, no testemunho do sagrado. This thesis proposes an extension of the concept of enunciation such as it has been built from the thought of Émile Benveniste. We rely on the existing opening in texts such as the article "The semiology of language" (1969) and on the set of notes which compose the posthumous book Dernières leçons to study an object that, although still linked to language, has dimensions that go beyond it. In these texts, Benveniste reaffirms and definitively establishes the place of language as a universal interpreter system: language interprets all other systems, including itself. It is the system that makes the semiology of all others possible. From the enunciation of/in langue, we come to the idea of enunciation focused on langage: through a formulation produced on the meaningful fabric of speech, the category of the individual is established, and with it, the intersubjectivity through semantization that is not exclusive to language. The enunciator relies on semiologic systems whose materiality is expressed by and in the body, either using its voice, its eyes, with gestures and even more subtle forms that are specific of a particular enunciation. In our text, we observe language, affection and the sacred integrate into an enunciation whose subjectivity index is the body: the enunciation of the sacred. To address this object, beyond taking the Enunciation Theory into account- with some shifts and openings - we use the reflections on the body by David Le Breton (1998; 2011; 2012) to think about affectivity as a system of meaning articulated into language. To come to the enunciation of the sacred, we have been inspired by the witness and testimony notions thought by Giorgio Agamben (2008). It is the testimony, therefore the langue, that allows us to make the semiology of the enunciation of the sacred, the main objective of this thesis. The approach used to collect the testimonies which constitute the corpus of analysis has been open interviews with informants identified by their relation with African-gaucho religions and participatory observation in rituals of these religions. From the notion of auctor (AGAMBEN, 2008), we assign these testimonies the object- of-study status: the testimony of the sacred, which provided the material whose observation and analysis mobilized a theoretical and methodological framework linked to the Theory of Enunciation, to the anthropology of the body and to philosophy - the Western, via Agamben, and African- Brazilian, through an affection produced within the sacred that has influenced the fabric of this thesis in more than one way. 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