Summary: | Fundamentação e Objetivo: A epilepsia é a doença neurológica mais comum em crianças. A avaliação da qualidade de vida destas crianças é importante para otimizar o tratamento delas. É importante para obter os pontos de vista das próprias crianças e seus pais. No entanto, existem poucos instrumentos que avaliem a qualidade de vida através da visão das crianças e dos seus pais. O objetivo deste estudo foi desenvolver e validar uma nova ferramenta para avaliação da qualidade de vida em crianças com epilepsia através de seus pais e dos pacientes. Material e Métodos: Baseada no trabalho anterior de Arunkumar e colaboradores, foi elaborada uma escala de múltipla escolha com 20 questões independentes para as crianças e seus pais: A Quality-of-Life in Pediatric Epilepsy Scale (QLPES). A análise fatorial com rotação VARIMAX foi usada para identificar possíveis áreas para as 20 questões propostas e alfa de Cronbach foi utilizado para testar a consistência das escalas. As respostas dadas pelos pacientes e seus pais ou cuidadores foram correlacionadas com frequência e gravidade das crises e com outras variáveis relacionadas com a epilepsia. Resultados: No total, 171 pacientes e seus pais participaram deste estudo. Setenta e quatro pacientes (43,3%) eram do sexo feminino, com médias de 13,3 (DP = 3,0) anos de idade e de 5,1 (DP = 3,1) anos de escolaridade. O alfa de Cronbach para cada domínio isolado sugerido pela analise fatorial foi abaixo de 0,7 para cada grupo. Entretanto, o alfa de Cronbach para todas as perguntas na escala dos pais foi de 0,83, e de 0,74 para as crianças. Para os pais ou cuidadores, as pontuações do QLPES foram menores para as mães/cuidadoras, para as crianças que usavam dois ou mais medicamentos antiepilépticos, para crianças com mais tempo de epilepsia, com maior duração de crises, ou aquelas com maior número de crises. Para as crianças, a pontuação QLPES foi menor para pacientes do sexo feminino, para as crianças que usavam dois ou mais medicamentos antiepilépticos, para aquelas com maior frequência de crises, e para crianças com EEG normal. Conclusão: A QLPES apresenta validade interna, consistência interna, confiabilidade teste-reteste e boa sensibilidade. A QLPES é um instrumento útil, preciso, rápido e fácil de usar, que reflete adequadamente a forma como a epilepsia afeta a qualidade de vida de crianças/adolescentes, assim como ele reflete como a epilepsia pediátrica afeta a qualidade de vida dos pacientes na perspectiva de seus pais ou cuidadores. === Background and Purpose: Epilepsy is the most common neurological condition in children. The evaluation of the quality of life of these children is important to optimize the treatment of them. It is important to obtain the views of the children themselves and of their parents. However, there are few scales assessing quality of life through both. The purpose of this study was to develop and validate a new parent- and patient- tool for evaluating health-related quality-of-life in pediatric epilepsy. Design and Methods: Based on previous work of Arunkumar and colleagues, we created a multiple choice scale with 20 independent questions for children and their parents. The Quality-of-Life in Pediatric Epilepsy Scale (QLPES). Factor analysis with VARIMAX rotation was used to identify possible areas for the 20 proposed questions, and Cronbach's alpha was used to test the scale’s consistency. The answers given by patients and their parents or caregivers were correlated with frequency and severity of the seizures and with other epilepsy-related variables. Results: A total of 171 patients and their parents participated in this study. Seventy four (43.3%) patients were female, with mean of 13.3 (SD=3.0) years of age and 5.1 (SD=3.1) years of schooling. The Cronbach's alpha of isolated domains suggested by the factor analysis were less than 0.7 for each group. However, alpha Cronbach for all the questions in the parents’ scale was 0.83 and 0.74 for children. For parents or caregivers, QLPES scores were lower for females responders, for children using two or more antiepileptic drugs, for children with longer time of epilepsy, longer seizure duration, or those with higher number of seizures. For children, QLPES scores were lower for female patients, for children using two or more antiepileptic drugs, for those with higher frequency of seizures, and for children with normal EEG. Conclusion: QLPES exhibits internal validity, internal consistency, test–retest reliability, and good sensitivity. QLPES is a useful, accurate, brief and easy to use instrument that adequately reflects the way epilepsy affects the quality of life of children/adolescents, as well as it reflects how pediatric epilepsy affects quality of life in the perspective of their parents or caregivers.
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