Summary: | Na morte do autor decretada por Foucault através do ressonante dito não importa quem, dá-se a ver a finitude da propriedade desse que escreve, enquanto consciência determinante e prévia, evidenciando a relação entre sujeito e linguagem e seu desaparecimento na própria escrita. Agamben se engaja, mostrando tratar-se da função-autor concernente às condições de possibilidade de cada sociedade, manifesta na singularidade da ausência; porém, retruca com o paradigma de presença-ausência: o gesto do autor. Em cada expressão resta uma inexpressão, pondo em jogo/cena, aquilo que fica indelével nas bordas, o testemunhável. Também - Pelbart marca o gesto, como não sendo um meio de produção, mas o meio pelo qual se assume, transformando um fato em acontecimento, lugar da ética; - Queiroz sublinha o intolerável do presente em seu devir; - Deleuze refere a ligação Foucault-Blanchot com falar não é ver – ou seja, dizendo o não visto, contata-se com o limite da linguagem, seu indizível. Eis a encruzilhada onde se faz gesto essa tese, pondo em cena lugar do autor sob o crivo de uma outra questão: de quem se trata quando se trata de aprender? Que lugar ocupa esse/isso que produz(se)? Essa permanente inquietude com a aprendizagem desencadeou o desafio de revertê-la em território estranho: na filosofia da diferença. Deslocamento que faz aparecer um aprender em imanência à vida - aprender: uma vida – perspectivando-se como acontecimento no tempo: inatual, intempestivo. Um-aprender, em sua vitalidade, apregoa singularidade, impessoalidade e morte do autor, ensejando-lhe um lugar sempre em espera no que está por produzir, um permanente devir-autoria, sob efeito do desastre que arrasta as certezas. É desde um-aprender implicado ao sofrimento (não-aprender), entalado no arquivo do corpo, que pede, em sua in-fante mudez, por expressar-se; é por precárias bordas que tornam visíveis uma potência (aprender-não), que restos fazem-se testemunhos. Foi preciso tecer estranhas intercessões até que o pensamento ficasse sem imagem e revertesse representação, bom senso e senso comum do pensar, em sua intimidade com um-aprender; que a Literatura em seus modos disfuncionais de dizer afectos-perceptos invadisse a Clínica criando-lhe desvios ficcionais; que um próprio dispositivo clínico da Psicopedagogia (território de empiria), o Psicodrama, pudesse dizer-se na desconexão das significações fixas e no desdobramento de outros signos. Nesse plano rizomático os conceitos são máquinas fazendo pensar, dobrando e desdobrando-se numa proliferação de Clínicas: do Tempo Perdido, a ecoar ruídos ensurdecedores e sacudir lençóis de tempo contra o esquecimento e a morte da memória; dos Restos, insistindo entre conceitos, mas escapando por fissuras narrativas (jogar-brincar entre um aprender, um não-aprender e um aprender-não); de (um) Aprender, onde experiências clínicas se conotam pela busca no seu acontecimento, até que uma diferença se faça gesto de dessubjetivação e que o encenar abra os dramas às relações maquínicas, ao transtorno da linguagem pela fuga à funcionalidade e representação. Se as clínicas são expressões da multiplicidade de Aprender: (uma) vida... elas também dizem-se com vestígios-restos-gestos entre um aprender e a inexorável pergunta – quem? Responde-se desde outra noite, por ausência e vazio e neutro, polifonando passagens, transformando-se ao sabor das intercessões conceituais e de onde surgem singelos efeitos de dispersão ou de encontro fortuito com o Fora. São aberturas de tempo, nos quais dizeres mudos dizem-se, a cada vez, em um outro sentido. São reverberações procurando outro modo, sempre em busca de um sempre se fazendo em autorias. === In the death of the author declared by Foucault through the resonant saiying no matter who, it is given to see the limits of ownership for the one who writes, as a determining and previous counciousness, bringing to evidence the relationship between subject and language and its disappearance in the writing itself. Agamben engages, on its hand, showing that the author-function concerning the possibilities in each society, that are expressed in the uniqueness of absence; however, he retorts with the paradigm of presence-absence: the author`s gesture. In each expression remains a lack of expression, bringing into play/scene what is indelible on the edges, what can be witnessed. Pelbart also marks the gesture as not being a means of production, but the means by which it is assumed, turning a fact into an assemblage, the place of ethics; and Queiroz, highlights the intolerable of the present in its becomings; and Deleuze refers to the Foucault-Blanchot link as talking is not seeing - that is, saying the unseen, it comes into contact with the limits of language, the unutterable. This is the crossroad where this thesis turns into gesture, putting in the scene the author`s place under another question: who is it about when it comes to learning? What place does it/this belong to? This permanent concern with the learning unleashed the challenge of reversing it into unfamiliar territory: the philosophy of difference. A displacement which shines light on a learning in immanence to life - learning: a life – seeing as assemblage in time: out of time, untemely. A mode of learning, in its vitality, proclaims uniqueness, impersonality and death of the author, giving back a place always waiting on what's yet to be produced, a permanent authoring to be, under the effect of the disaster that drags certainties. It`s from a learning implied to suffering (non-learning), trapped in the body`s archive, that asks, in its in-Fante silence, to express itself; it is by the precarious edges that a potential (learn-not) becomes visible, that remains are made testimonies. It was necessary to weave strange intercessions until the thought ran out of image and reversed representation, as well as judgment and common sense thinking, in his intimacy with a learning; in which literature in its dysfunctional ways of saying affects-percepts could invade the Clinic creating fictional deviations; that a proper medical device of Psychopedagogy (empirical territory), the Psychodrama, could say in the disconnection of fixed meanings and deployment of other signs. In this rhizome plan, concepts are machines inducing to thinking, folding and unfolding in a proliferation of Clinics: of Lost Time, echoing deafening noises and shaking sheets of time against oblivion and memory death; of Remains, insisting among concepts, but escaping through narrative cracks (play-act between a learning, a non- learning and a learning - not) ; of (one) Learning, where clinical trials connote the search of your event until a difference becomes a gesture of desubjectivation and the open stage dramas to the machinic relations, to the disordering of language by leakage functionality and representation. If clinics are expressions of the multiplicity of learning: (one) life... they also say with traces - remains - gestures between a certain learning and the inexorable question - who? The response is from another night, by absence and emptiness and neutral, proliferating passages, being transformed by the flavour of the conceptual intersections and from which emerges single effects of dispersion or chance encounter with the Outside. There are gaps of time, in which dumb sayings say, every time, in another sense. They are reverberations looking otherwise, always in search of a certain forever, doing itself in authorships.
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