Summary: | Este ensaio traça um percurso textual inusitado para estudar a saúde. Pesquisaexperimento que acopla o conto de ficção científica “A Formiga Elétrica”, de Philip K. Dick, às (des)construções poéticas do Corpo-sem-Orgãos, de Antonin Artaud, e visa a ofertar caminhos possíveis ao pensamento, aportando - para o campo dos estudos científicos da saúde - provocações sobre o corpociborgue. Com a ficção-cietífica apreendeu-se que, após tornar o corpo máquina, insurge um potente desejo de retorno, pois o andróide (vir-a-ser do ciborgue) luta - após atingir sua perfeição como máquina - para conquistar a vida e suas sensações (memórias, inscrições, riscos). Esta experimentação buscou produzir acontecimentos (geradores de linhas de fuga) para pensar os movimentos de corpos (im)possíveis que se rebelam contra sua ciborguização para que a vida possa escapar: rasgos nos territórios da terapêutica, da cura e da reabilitação; deslocamentos de realidade; imaginação; subversão da norma e desconstrução do controle sobre o corpo; fabulação de corpos-humanos-outros na saúde coletiva. Corpo-sem-Órgãos para outras clínicas (im)possíveis, produção de um cuidado que afirme a vida. Margens (riscadas a giz) para corporeidades insurgentes. === This essay outlines an unusual textual route to study health. Research-experiment that engage the Philip K. Dick’s science-fiction short story "The Electric Ant" in the Antonin Artaud’s poetic (de)constructions of the Body-without-Organs and aims to offer possible ways to thought, introducing - in the field of scientific health studies - provocations on the cyborgbody. With the science-fiction was apprehended that, after rendering the body as a machine, a powerful desire of return insurges, as the android (the becoming of the cyborg) struggles - after reaching its perfection as a machine - to conquer life and its sensations (memories, inscriptions, risks). This experiment quested to produce events (lines of flight generators) to think the movements of (im)possible bodies who rebel against their cyborgzation so that life can escape: tears in the territories of therapy, healing and rehabilitation; displacements of reality; imagination; subversion of the rules and deconstruction of the control over the body; fable other-human-bodies in collective health. Body-without-Organs to other (im)possible clinics, production of a care that affirms life. Borders (chalk scratched) to insurgent corporealities.
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