Summary: | A assimetria nas preferências dos Bancos Centrais é um assunto que vem sendo muito discutido no meio acadêmico, mas até o momento essa polêmica tem se restringido a economias desenvolvidas como a canadense e inglesa. O que o texto a seguir se propõe é, em parte, tentar trazer essa discussão para o campo dos países emergentes, tomando como centro da análise a economia brasileira. Preferências assimétricas consistem num comportamento por parte da autoridade monetária que atribui perdas diferentes a desvios da taxa de inflação observada em relação à meta definida, que embora sejam de mesma magnitude apresentam sinais opostos. Replicando os testes já usados em outros estudos, o regime de Metas de Inflação é aqui abordado, iniciando sua análise sob uma ótica mais geral e depois o particularizando para a economia brasileira, desde sua concepção (em 1999 após a crise cambial de janeiro desse ano) até os dias atuais. Este comportamento assimétrico parece, ainda, ocasionar um viés inflacionário diferente daquele proposto pelo modelo KPBG (Kydland-Prescott-Barro-Gordon) que surge da ambição do Banco Central em estabelecer uma taxa de desemprego que esteja abaixo da taxa natural, num ambiente no qual as preferências, ao contrário do proposto, são quadráticas. Infelizmente, os dados brasileiros ainda não apontam na direção da assimetria, talvez por causa do tempo de implantação do regime no Brasil, talvez devido às turbulências que a economia brasileira sofreu decorrentes de crises internacionais e de suas conseqüências sobre o desempenho da política de Metas de Inflação que gerou inúmeros insucessos. No entanto, o histórico de hiperinflações e sua influência sobre as expectativas e os comportamentos dos agentes econômicos nos faz suspeitar de que dentro em breve a assimetria será não só detectada em nossa economia como também será fruto de estudos para o desenho e direcionamento da política monetária. === Central Banks preferences asymmetry is a subject that has been discussed for quite some time in academic publications. However, such controversy has been restricted to developed economies, such as the English and Canadian ones, so far. The following text intends to bring about the discussion to emerging countries, using the brazilian economy as the focus of the analysis. Asymmetric preferences can be defined as a particular behaviour of the monetary authorities that weigh differently their losses concerning inflation deviations from its predetermined target that have the same magnitude but different signs. The main tests used in other studies have been repeated here and the inflation target regime is approached, initially from a broader outlook and then specifically to the brazilian case, ever since its conception in 1999 (after the exchange rate crash in the same year) to the present day. The asymmetric behaviour seems to cause an inflationary bias different from the one proposed by the KPBG model (Kydland-Prescott-Barro-Gordon) which derives from the Central Bank ambition to establish an unemployment rate lower than its natural rate, in an environment in which preferences are quadratic. Unfortunately, brazilian data do not suggest asymmetry yet, maybe because the inflation target regime has been installed for too little time, or because of all the turmoil in the brazilian economy in recent international crisis and their consequences on the regime performance, that has been usually compromised. Nevertheless, the history of hyperinflations and their impacts on expectations and the agents behaviour raises suspicions that soon not only will asymmetry be found in our economy but it will also be studied to design monetary policy directives.
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