Efeito da microinjeção de histamina e metil-histamina no núcleo póstero-dorsal da amígdala medial sobre o controle da pressão arterial em ratos

INTRODUÇÃO: A amígdala medial (AMe) modula comportamentos sociais, como o reprodutivo, e respostas a estímulos estressantes. Para tanto são necessários ajustes homeostáticos concomitantes da função cardiovascular. Dada sua notável presença na AMe, a histamina (HA) poderia estar envolvida em tais ati...

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Bibliographic Details
Main Author: Quagliotto, Edson
Other Authors: Rasia Filho, Alberto Antonio
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2007
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/10060
Description
Summary:INTRODUÇÃO: A amígdala medial (AMe) modula comportamentos sociais, como o reprodutivo, e respostas a estímulos estressantes. Para tanto são necessários ajustes homeostáticos concomitantes da função cardiovascular. Dada sua notável presença na AMe, a histamina (HA) poderia estar envolvida em tais atividades. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da microinjeção de HA e de agonista dos receptores H3, metil-histamina, no núcleo medial póstero-dorsal (AMePD de ratos não anestesiados) sobre o controle cardiovascular em situação basal e após modificação desencadeada pela estimulação dos barorreceptores e quimiorreceptores. MÉTODOS: Ratos machos Wistar (3 meses de idade) foram mantidos em condições padrão de biotério e cuidados éticos. Os animais foram anestesiados e submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação de cânula na AMePD direita. No quinto dia pós-cirúrgico, os animais foram novamente anestesiados e submetidos à colocação de cateter de polietileno no interior da artéria aorta abdominal e da veia cava inferior. Um dia após a canulação dos vasos, os animais foram microinjetados na AMePD com solução salina (0,3 μl, n = 10), histamina nas doses de 10 nM/0,3 μl (n = 8) e de 100 nM/0,3 μl (n = 8) ou com o agonista dos receptores histaminérgicos H3, metil-histamina, na dose de 10 μM/0,3 μl (n = 7). Dados de freqüência cardíaca (FC) e de pressão arterial (PA) foram gravados por 3 minutos em período basal controle e, a seguir, foram microinjetadas as substâncias mencionadas e testadas as variávies de interesse. Os reflexos pressores foram testados pela injeção de fenilefrina (doses crescentes desde 0,25 até 32 μg/kg) e nitroprussiato de sódio (doses crescentes desde 2,5 até 100 μg/kg) e os quimiorreceptores, pelo cianeto de potássio (doses crescentes desde 60 até 180 μg/kg). O modelo autoregressivo de análise espectral foi utilizado para avaliar a variabilidade da FC e da PA e as atividades simpática e vagal. Os dados foram comparados pelo teste da análise da variância (ANOVA) de duas vias para medidas repetidas e pelo teste post hoc de Newman-Keuls ou pela ANOVA de uma via e pelo teste de Tukey, conforme apropriado. O nível de significância estatística foi estabelecido em p < 0,05. RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos estudados nos valores de FC, PA sistólica, PA diastólica e PA média em situação basal ou após as diferentes microinjeções nos grupos estudados (p > 0,05). Histamina na dose de 10 nM e metilhistamina na dose de 10 μM microinjetadas na AMePD geraram diminuição reflexa maior na FC após a estimulação dos quimiorreceptores com KCN na dose de 100 μg/kg (p < 0,05). Os valores referentes ao ponto de maior inclinação da curva referente aos barorreceptores, (PA50), após injeções de fenilefrina e nitroprussiato de sódio, foram maiores nos ratos que receberam histamina na dose de 10 nM na AMePD (p < 0,05). Houve maior variabilidade na PA sistólica, no componente de baixa e de alta freqüência do tacograma e no índice de atividade simpático-vagal nos grupos que receberam histamina na dose de 100 nM e metilhistamina na dose de 10 μM na AMePD (p < 0,05). CONCLUSÃO: A AMePD, por ação da histamina e de agonista dos receptores H3 modula respostas pressóricas reflexas e participa do controle central da PA. Tais dados, ainda inéditos, podem indicar que a AMePD se vale de sua atividade histaminérgica local por circuitaria própria ou devido à aferências neurais, para modificar variáveis cardiovasculares provavelmente concomitantemente à organização de comportamentos.