Efeito dos exercícios concêntricos e excêntricos sobre a hemostasia

Existem evidências mostrando que diferentes tipos de contração realizadas no exercício de força, podem causar alterações distintas na hemostasia e inflamação. O exercício estimula a coagulação através do aumento do fator VIII (FVIII) e de fator von Willebrand (FvW). A atividade fibrinolítica é regul...

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Bibliographic Details
Main Author: Teixeira, Bruno Costa
Other Authors: Oliveira, Álvaro Reischak de
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/77181
Description
Summary:Existem evidências mostrando que diferentes tipos de contração realizadas no exercício de força, podem causar alterações distintas na hemostasia e inflamação. O exercício estimula a coagulação através do aumento do fator VIII (FVIII) e de fator von Willebrand (FvW). A atividade fibrinolítica é regulada, principalmente, pelo ativador de plasminogênio tecidual (t-PA) e pelo inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1 (PAI-1), o aumento da atividade fibrinolítica como consequência da atividade física é atribuída ao aumento da liberação de t-PA pelo endotélio vascular e à diminuição na atividade do PAI-1. O exercício excêntrico causa maiores danos à fibra muscular e uma maior resposta inflamatória de proteína C reativa (PCR). A PCR quando aumentada desregula o balanço entre coagulação e fibrinólise devido ao aumento de PAI-1 o que aumenta o risco para formação de trombos. Participaram do estudo 11 sujeitos jovens, sedentários, com idade média de 25,4±2,8 anos, estatura 176,2±4,4 cm, massa corporal 77,1±8,7 kg, massa de gordura 32,3±5,2 kg e VO2máx 41,4±6,5 ml/kg/min-1. Na primeira semana os sujeitos realizavam três visitas ao laboratório, na primeira visita realizavam coletas de sangue pré e pós protocolo, uma contração voluntária máxima (CVM) em um protocolo de dano isocinético, na segunda e terceira visita os sujeitos realizavam apenas a coleta de sangue e a CVM. Na segunda semana após sete dias de descanso os sujeitos repetiam todos os testes da semana anterior mudando apenas o tipo de contração. Os protocolos de dano concêntrico eram decididos por sorteio no dia do teste. O protocolo excêntrico apresentou maior déficit de torque 24h (62,4±30,6 5,3 ± 29,9 Nm) e 48h pós a realização (64,3±33,6; 2,5±31,1Nm). Também existiu um aumento de PCR no excêntrico 48h pós (0,140±0,04; 0,06±0,04 mg/L) e um aumento da inibição de fibrinólise por aumento de PAI-1 48h pós quando comparados ao concêntrico (13,5±7,5; 7,3±6,7 ug/L). Além disso, foi encontrada uma correlação positiva entre PCR e PAI-1 no protocolo excêntrico 48h pós r= 0,69; p< 0,05. Concluímos com este estudo que o exercício excêntrico causa maior perda de força, maior resposta inflamatória e essa resposta inflamatória aumenta a inibição do processo fibrinolítico. === There is evidence that different types of contraction performed in the exercise of strength, can cause different changes in hemostasis and inflammation. Exercise stimulates coagulation by increasing factor VIII (FVIII) and von Willebrand factor (vWF). The fibrinolytic activity is regulated primarily by tissue plasminogen activator (t-PA) and plasminogen activator inhibitor type 1 (PAI-1), increased fibrinolytic activity as a consequence of physical activity is attributed to increased release of t-PA by vascular endothelium and a decrease in the activity of PAI-1. The eccentric exercise causes greater damage to muscle fibers and a greater inflammatory response of c-reactive protein (CRP). PCR deregulates increased when the balance between clotting and fibrinolysis because of increased PAI-1 increases the risk for thrombus formation. The study included 11 young subjects who were sedentary, with a mean age of 25.4±2.8 years, height 176.2±4.4 cm, body mass 77.1±8.7 kg, fat mass 32.3±5.2 kg and VO2max 41.4±6.5 ml / kg / min-1. In the first week the subjects performed three visits to the laboratory, the first visit performed blood sampling before and after protocol, a maximum voluntary contraction (MVC) in a protocol of isokinetic damage in the second and third visit, the subjects performed only the blood collection and CVM. In the second week after seven days of rest subjects repeated all the tests the week before just changing the type of contraction. The damage concentric protocols were decided by lottery on test day. The protocol had higher eccentric torque deficit 24 (62.4 ± 5.3 30.6 ± 29.9 Nm) and 48 hours after the completion (64.3±33.6, 31.1±2.5 Nm). There was also an increase in PCR cam 48h post (0.140±0.04, 0.06±0.04 mg/L) and inhibiting an increase in fibrinolysis by increasing PAI-1 after 48 hours when compared to the concentric (13, 5±7.5, 7.3 ± 6.7 ug/L). Furthermore, we found a positive correlation between CRP and PAI-1 in the protocol 48h after eccentric r = 0.69, p<0.05. We conclude from this study that eccentric exercise causes greater loss of strength, a greater inflammatory response and the inflammatory response increases the inhibition of fibrinolysis.