MicroRNAs em adenocarcinoma ductal pancreático : novos biomarcadores de diagnóstico e prognóstico

O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) é uma doença rara, mas possui uma taxa de incidência muito próxima à taxa de letalidade. Parte da alta mortalidade do ADP se deve ao diagnóstico difícil (muitas vezes somente possível com análise de tecido pancreático) e tardio da doença, que geralmente acon...

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Bibliographic Details
Main Author: Beserra, Bárbara Alemar
Other Authors: Prolla, Patrícia Ashton
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/73114
Description
Summary:O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) é uma doença rara, mas possui uma taxa de incidência muito próxima à taxa de letalidade. Parte da alta mortalidade do ADP se deve ao diagnóstico difícil (muitas vezes somente possível com análise de tecido pancreático) e tardio da doença, que geralmente acontece com o tumor já em estágio avançado. Assim, a descoberta de biomarcadores não-invasivos surge como uma possibilidade de diagnóstico mais seguro e, de preferência, precoce. Recentemente descobriuse que os microRNAS (miRNAs - pequenos RNAs não-codificantes, envolvidos na iniciação e na manutenção de tumores, incluindo o ADP) são estáveis em amostras circulantes, e a diferença em seus níveis de expressão pode discriminar com acurácia a presença ou ausência de determinadas doenças. Neste estudo, nós avaliamos a expressão de seis miRNAs (miR-21, -34a, -155, -196a, -200b e -376a) escolhidos de acordo com dados prévios da literatura, em amostras de soro e saliva de pacientes com e sem ADP, e também em tecido tumoral e não-tumoral de pacientes com ADP. Esta avaliação comparativa teve como objetivo verificar a presença de biomarcadores de diagnóstico, e possivelmente de prognóstico, neste perfil. Os níveis de expressão foram mensurados através de quantificação relativa, por PCR quantitativo em tempo real. Embora os níveis de expressão tenham se mostrado elevados em todas as amostras de tecido tumoral em relação ao tecido não-tumoral, esta diferença não foi significativa. Isso pode ser explicado pelo pequeno tamanho amostral, pela heterogeneidade tumoral e tecidual e pela ampla variabilidade de expressão dos miRNAs. Em amostras de soro, miR-21 e miR-34a foram significativamente mais expressos em pacientes com ADP e ambos foram capazes de discriminar pacientes com e sem doença com sensibilidade e especificidades clinicamente aceitáveis. Nosso estudo mostrou ainda que existe uma correlação forte e positiva entre os níveis de expressão destes dois miRNAs em amostras de soro e tecido, embora o mecanismo responsável por esta correlação seja desconhecido. A ausência de correlação de miR-21 e de miR-34a, quando analisados individualmente em amostras de soro e tecido pareadas, sugere que diferentes mecanismos regulam a expressão destes miRNAs em diferentes tecidos. Nas amostras de saliva, de modo geral, os níveis de miRNA foram muito baixos, e mesmo os miRNA detectáveis não apresentaram valores de expressão significativamente diferentes entre casos e controles. Tais achados sugerem que os miRNAs escolhidos neste estudo não são biomarcadores salivares adequados para diagnóstico, embora seja necessário uma confirmação destes dados em uma série maior de casos. === Pancreatic ductal adenocarcinoma (PDAC) is a rare disease, whose incidence rates are very close to mortality rates. Part of the high mortality of PDAC is due to its difficult (often only possible with pancreatic tissue analysis) and late diagnosis, when disease is at an advanced stage. Thus, the discovery of noninvasive diagnostic biomarkers emerges as a possibility to perform a safe diagnosis, preferably early in the disease course. Recently, microRNAs (miRNAs - small non-coding RNAs involved in tumors initiation and maintenance, including PDAC) were discovered as stable molecules in circulating samples. Several studies have shown that the difference in their expression levels between cases and controls can accurately discriminate the presence or absence of certain diseases. In this study, we evaluated the expression levels of six miRNAs (miR-21, -34a, -155, -196a, -200b and -376a), chosen according to previous literature data, in serum and saliva samples from patients with and without PDAC, and also in non-tumoral and tumoral tissue. The aim of our study was to investigate the presence of diagnostic and/or prognostic biomarkers. Expression levels were measured by relative quantification using real-time quantitative PCR. Although expression levels were increased in tumor tissues, this difference did not reach significance. This can be explained by the small sample size and the heterogeneity of tumor and tissue, beyond the already described wide variability in miRNAs expression levels. In serum, miR-21 and miR-34a were significantly more expressed in samples from patients with ADP and both were able to distinguish patients with and without disease with clinically acceptable sensitivity and specificity. Our study also showed that there is a strong positive correlation between the expression levels of these two miRNAs in serum and tissue. However, the mechanism related to this correlation remains unknown. The absence of correlation between each miR-21 and miR-34a individually, when matched serum and tissue samples were compared, indicates that different mechanisms regulate the expression of these miRNAs in different body compartments. In saliva samples, generally, miRNA levels were very low, and no difference in miRNA expression levels was seen between cases and controls. These findings suggest that the chosen miRNAs are not adequate as diagnostic biomarkers in saliva, although these findings require confirmation in a larger series of cases.