Skate, uma prática no lazer da juventude : um estudo etnográfico

Na presente pesquisa trato inicialmente a diversas abordagens teóricas que contribuem minimamente para delinear as temáticas sobre jovens e juventude, no lazer. Diante destas inúmeras possibilidades teóricas, procuro não advogar em prol de uma teoria, mas procuro compreender como estas auxiliam-me a...

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Bibliographic Details
Main Author: Rampazzo, Marcelo
Other Authors: Stigger, Marco Paulo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/63159
Description
Summary:Na presente pesquisa trato inicialmente a diversas abordagens teóricas que contribuem minimamente para delinear as temáticas sobre jovens e juventude, no lazer. Diante destas inúmeras possibilidades teóricas, procuro não advogar em prol de uma teoria, mas procuro compreender como estas auxiliam-me a dar os contornos do debate, já que, que também não encontro um consenso entre os diversos estudos. Foco minha empreitada teórica nos jovens e como estes vivem seu cotidiano, trago elementos que discutem o lazer, família, educação e trabalho. A fim de atender aos questionamentos que elaboro, recorro à pesquisa etnográfica. Pesquisa esta que realizei com um grupo de jovens praticantes de skate (os “calças coladas”), na pista pública de skate do bairro IAPI na cidade de Porto Alegre - RS. Foram ao todo nove meses de observação direta, no qual relatei cada observação em Diários de Campo, totalizando 70 diários ao final do período. Com o intuito de cobrir as lacunas deixadas pela observação direta, recorri também a entrevistas semi-estruturadas. De posse desses materiais produzidos descrevi o contexto em três Capítulos subsequentes. A pista: o local onde ocorreu a pesquisa, no qual pude acompanhar os “calças coladas” e as disputas ocorridas na pista. Descrevo primeiramente os aspectos materiais da pista, e posteriormente os aspectos simbólicos, configurando assim, a pista. Na pista, ainda descrevo seu jogo e o movimento na pista, e as implicações destes aspectos simbólicos, a partir da perspectiva do grupo dos “calças coladas”. Este grupo que descrevo no Capítulo seguinte: Os “calças coladas” são um grupo predominantemente de jovens, mas ainda considero sua heterogeneidade. Procuro descrever a distinção que há entre os “calças coladas” e os “calças largas”, alguns destes últimos já foram descritos na pesquisa de Bastos (2006) quando acompanhou a trajetória de profissionalização de alguns skatistas, a forma pela qual estes passavam a viver do skate. Distinção entre esses grupos que se dava num primeiro olhar por suas vestimentas, mas que compreendi como muito mais complexas, para além de suas calças. Apesar da distinção e disputa com o outro, os “calças coladas” mesmo tendo seu skate praticado no lazer, não deixam de projetar suas expectativas no skate dos “calças largas”, ou seja, também projetavam viver do skate. Com isso os jovens “calças coladas” procuravam se manter no skate, uma das formas pela qual eles conseguiam foi pelo que chamavam de “apoio”, que era conferido em grande parte pela rede de relações que o grupo construiu na pista. Mas por vezes o “apoio” não era o suficiente para os jovens manter seus projetos, e tão pouco as aspirações de suas famílias. Com isso chego ao último Capítulo descritivo: Os “calças coladas”: as relações dos significados do skate com a família, educação e trabalho. No momento final procuro compreender como o lazer dos jovens que se dava pela prática do skate, se relacionava como outros aspectos de seu cotidiano. Os jovens necessitavam de conciliar as cobranças de suas famílias que recaiam sobre eles. Cobranças estas que também se encontravam no ambiente de trabalho, além das rotulações e estereótipos. Rotulações impostas “de fora”, algo que também acontecia na escola. Mas ao fim percebo que os jovens passam por tudo isso com o propósito de manterem seus projetos no skate. === In the present research I primarily deal with the diverse theoretical approaches that minimally contribute to delineate the thematic on youngsters and youth in leisure. Facing these countless theoretical possibilities, I try not to advocate for a theory, but to understand the way they help me outline this debate, since I cannot find a consensus among the numerous studies. I focus my theoretical task on the youngsters and the way they live their everyday, I bring elements that discuss leisure, family, education and work. In order to answer the questions I make, I resort to ethnographic research. I have performed this research with a group of youngsters practitioners of skateboarding (the “tight pants”), in the public skateboarding track of the IAPI district in the city of Porto Alegre- RS/Brazil. A total of nine months of direct observations were made, in which I reported every observation in the Field Diaries, totalizing 70 journals in the end of the period. In order to cover the gaps left by direct observation, I have also appealed to semi-structured interviews. With this produced material, I have described the context in three subsequent chapters. The track: the place where the research was performed, in which I could follow the “tight pants” and the disputes that took place in the track. I firstly describe the material aspects of the track, and then the symbolic aspects, therefore configurating the track. Also in the track I describe its game and the movement on the track, and the implications of these symbolic aspects from the perspective of the “tight pants” group. This group, which I describe in the following chapter: “The “tight pants” are a group with predominance of Young people, but I still consider its heterogeneity. I try to describe the distinction existent between the “tight pants” and the “loose pants”, some of which were already described on Bastos (2006) when He followed the professionalization path of some skateboarders, and the way these people started making a living from skateboard. The distinction between these groups was made, in a first look, bay their clothing, but I understood them as much more complex, beyond their pants. Despite the distinction and dispute with the other. The “tight pants”, even if they practiced their skateboarding in leisure time, also projected their expectations in skating on the “loose pants”, that is, they also projected making a living from skateboarding. With this, the Young “tight pants” sought to continue skateboarding, and one of the ways they managed to do that was through what they called “support”, which was given, in a great deal, through the relations that the group has built in the track. But many times the “support” was not enough for the youngsters to keep their projects, nor the aspirations of their families. With this, I get to the final descriptive chapters: The “tight pants”: the relations of the meanings of skateboarding with family, education and work. In the final moment I try to understand the way the leisure of these youngsters, which took place through the practice of skateboarding, relates to other aspects of their everyday. They needed to reconcile the demands of their families over them. These demands were also found in the work environment, as well as labels and stereotypes. This labeling were imposed from others, what also took place in the school. But, in the end, I perceive that the youngsters GO through all of this with the purpose of maintaining their skateboarding projects.