Summary: | Os modelos experimentais têm um papel importante no conhecimento dos mecanismos envolvidos na patogênese da rinossinusite crônica (RSC). Objetivos: comprovar que sem inoculação de bactérias seria possível induzir alterações histológicas crônicas nos seios maxilares de coelhos através da obstrução do óstio de drenagem dos mesmos, produzindo um modelo experimental consistente e reproduzível para RSC. Secundariamente, comparar achados inflamatórios entre duas técnicas de oclusão do óstio do seio maxilar com N-butil cianocrilato: via transmaxilar (VTM) e via teto de fossa nasal (VTFN). Métodos: estudo experimental randomizado cego em animais de laboratório realizado na Unidade de Experimentação Animal do Centro de Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no qual foram sorteados dezesseis coelhos Nova Zelândia entre oclusão do seio maxilar direito VTM ou VTFN. Após 12 semanas de seguimento, os animaisforam anestesiados e sacrificados para análise histopatológica cegada da mucosa do seio maxilar. Resultados: apresentavam alterações histopatológicas compatíveis com RSC os oito (100%) seios maxilares intervindos através da técnica VTM e três (37,5%) através da técnica VTFN, com p 0,008 e 0,250, respectivamente, quando comparados lado direito com o lado controle. Comparando-se as duas técnicas de oclusão, a técnica VTM mostrou-se mais consistente em provocar alterações crônicas nas mucosas dos seios maxilares ocluídos (p 0,026). Conclusões: O modelo do presente trabalho obteve sucesso em provocar alterações histológicas compatíveis com RSC nos animais submetidos à técnica de oclusão VTM com seguimento de 12 semanas, podendo ser facilmente replicável para futuros estudos celulares na mucosa sinusal. === Experimental models have an important role in understanding the mechanisms involved in the pathogenesis of chronic rhinosinusitis (CRS). Objectives: To demonstrate that, without the inoculation of pathogenic bacteria, it is possible to induce chronic histological changes in the maxillary sinuses of rabbits secondary to sinus ostium obstruction, producing a consistent and reproducible experimental model for CRS. Secondly, to compare inflammatory findings between two techniques of experimental occlusion of the maxillary sinus ostium with N-butyl cyanoacrylate: transmaxillary and through the roof of the nasal cavity. Methods: In a randomized, blinded, experimental study, 16 New Zealand rabbits were assigned for occlusion of the right maxillary sinus through a transmaxillary approach or through the roof of the nasal cavity. The contralateral sinus was left undisturbed to serve as a control. After 12 weeks of follow-up, the animals were anesthetized and sacrificed for blinded histopathological analysis of the maxillary sinus mucosa. Results: Histopathological changes consistent with CRS were found in eight (100%) of the maxillary sinuses approached transmaxillary and three of thoseapproached through the roof of the nasal cavity (37.5%), p 0.008 and 0.250, respectively, comparing the right to the left control sinus. Comparing the occlusion techniques, the transmaxillary approach was more consistent in causing chronic mucosal changes (p 0.026). Conclusions: The proposed model was successful in causing histological changes compatible with CRS in animals subjected to sinus occlusion with a transmaxillary approach followed-up for 12 weeks. This experimental model can be easily replicated for future cellular studies of the sinus mucosa.
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