Summary: | Acompanhando a evolução dos meios de comunicação, as marcas da indústria ganharam força e popularidade, conquistando a confiança dos consumidores. Assim, as marcas de fabricantes consolidaram-se durante o século XX, simbolizando qualidade e status. Enquanto a indústria fortalecia a imagem das suas marcas junto aos consumidores, o poder de negociação do varejo decaía. No entanto, durante a década de 1970 o varejo iniciou um processo de transformação. Sua consolidação e internacionalização contribuíram para o aumento do seu poder de barganha frente às grandes indústrias. Em razão dos grandes volumes negociados o grande varejo passou a ser o principal veículo de distribuição dos produtos fabricados pela indústria. Inicia então uma relação de rivalidade entre a indústria e varejo. Diversas estratégias foram colocadas em prática pelo varejo de alimentos com o objetivo de ganhar competitividade frente aos concorrentes. O desenvolvimento de marcas próprias merece destaque em função da sua abrangência e disseminação no mundo. Diante desse cenário, o trabalho propõe um estudo sobre o desenvolvimento de marcas próprias, sob a perspectiva dos diversos agentes envolvidos: varejo supermercadista, indústria e consumidores. Logo, seu principal objetivo é apresentar informações atualizadas sobre o setor de marcas próprias no Brasil e no mundo, identificar os fatores que podem motivar ou restringir o seu desenvolvimento, analisar os possíveis efeitos e impactos da estratégia de marcas próprias sobre os seus agentes e identificar as forças competitivas envolvidas na indústria de marcas próprias. A Europa é a região onde as marcas próprias têm maior desenvolvimento e mantêm a sua participação consolidada no varejo. Um dos fatores que contribuem para a grande participação das marcas próprias no faturamento das redes supermercadistas instaladas na Europa é a alta concentração de mercado. Conforme as escalas sugeridas Bain (1968) e pelo governo dos Estados Unidos, no Horizontal Mergers Guidelines, de 1992, a concentração do setor supermercadista brasileiro calculada para o ano de 2010 é moderada. De acordo com último estudo de marcas próprias publicado pela Nielsen, a participação das marcas próprias representou 4.8% do faturamento das redes em 2010. Utilizando informações publicadas em trabalhos anteriores foram identificados os efeitos e impactos do desenvolvimento de marcas próprias, distinguidos como verticais e horizontais. Os impactos verticais envolvem os fornecedores, indústria e consumidores. Os impactos horizontais envolvem o varejista que desenvolve marcas próprias e as redes concorrentes. De acordo com literatura consultada foi possível identificar que os fatores motivadores para o desenvolvimento de rótulos privados são tão representativos para o varejo quanto para as empresas fabricantes. No entanto, em função do poder que as grandes redes exercem sobre a indústria, os reflexos negativos da estratégia de marcas próprias podem representar um risco muito maior para os fabricantes de marcas próprias do que para os varejistas. === Following the media evolution, industry brands gained strength and popularity, winning the confidence of its consumers. Manufacturer brands were consolidated during the twentieth century, symbolizing quality, reliability and status to its consumers. While the industry strengthened the image of their brands with consumers, the retail negotiation power crumbled. However, during the 1970s retailers began a transformation process. Their consolidation and internationalization have contributed to the increase in their bargaining power with large industries. Because of the large volumes traded the large retailers became the main distribution vehicle for products manufactured by the industry, starting a rivalry relationship between industry and retail. Several strategies were put in place by food retailing in order to gain a competitive edge against its competitors. The development of their own brands is noteworthy in light of its scope and spread throughout the world. In this scenario, the paper proposes a study on the development of private label brands, also called own brands, from the perspective of the various actors involved: retail, industry and consumers. Therefore, its main objective is to present updated information on the private label brands sector in Brazil and worldwide; to identify factors that may motivate or constrain their development, analyze potential effects and impacts of the own brands strategy on the actors and identify the competitive forces involved in the own brands industry. Europe is the region where private label brands have greater development and maintain their participation consolidated in the retail. One of the factors that contribute to the large share of private label brands in the revenues of supermarket chains based in Europe is the high market concentration. As the scales suggested by Bain, 1968 and the U.S. government, in the Horizontal Mergers Guidelines, 1992, the Brazilian supermarket sector concentration calculated for the year 2010 is moderate. According to the latest study on own brands published by Nielsen, the share of private label brands accounted for 4.8% of the chains revenues in 2010. Using data published in previous works we have identified the effects and impacts of the development of own brands, distinguished as vertical and horizontal. The vertical impacts involve suppliers, industry and consumers. The horizontal impacts involve the retailer that develops its own brands and competing chains. According to the literature, we found that the motivating factors for the development of private label brands are so representative for retail companies as they are for the manufacturers. However, due to the power that the major chains have on the industry, the negative effects of the strategy of own brands can represent a much higher risk for private label brands manufacturers than for retailers.
|