Summary: | O diabetes melito (DM) do tipo 2 (DM2) é responsável por 90% dos casos de diabetes e está associado a complicações micro e macrovasculares de elevada morbimortalidade. O DM2 é uma doença de prevalência crescente que impõe grande carga aos serviços de saúde, é de fácil diagnóstico, e medidas efetivas para a prevenção de suas complicações podem ser tomadas. As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 65% da mortalidade de indivíduos com diabetes, tornando-o a sétima maior causa de morte nos Estados Unidos da América. Os indivíduos comprovadamente com maior risco de desenvolvimento de diabetes incluem aqueles com glicemia de jejum alterada (GJA) e tolerância diminuída à glicose (TDG), fases pré-clínicas da doença, e especialmente aqueles com GJA e TDG combinadas. Esses indivíduos fazem parte de um grupo hoje conhecido como pré-diabetes. Aproximadamente 25% dos indivíduos com pré-diabetes desenvolverá DM2 em 3 a 5 anos. A hiperglicemia, na ausência de DM diagnosticado, também foi associada ao aumento no risco de DCV. Mais recentemente, o pré-diabetes também vem sendo associado a complicações microvasculares, antes atribuídas somente ao DM. Muitos estudos demonstraram que mudanças no estilo de vida e intervenções medicamentosas são efetivas em retardar ou prevenir o DM2 em pacientes com pré-diabetes. Dentre os medicamentos que podem ser utilizados com essa finalidade, a metformina é a droga mais estudada e, por apresentar baixo custo, fácil disponibilidade, segurança, e por ser relativamente bem tolerada, é a droga de escolha nos indivíduos com indicação de tratamento medicamentoso. Em conclusão, GJA e TDG estão fortemente associadas ao desenvolvimento de DM2 e, apesar das controvérsias, a maioria dos estudos epidemiológicos reforça a importância dessas duas condições também no desenvolvimento de doença micro e macrovascular. Dessa forma, intervenções terapêuticas em pacientes com pré-diabetes podem ser importantes na prevenção primária do DM2 e de suas complicações crônicas. === Type 2 Diabetes Mellitus accounts for 90% of diabetes cases and is associated with macrovascular and microvascular complications of high morbidity and mortality. Diabetes is a disease of increasing prevalence which imposes great burden on health services, is easily diagnosed, and effective measures to prevent its complications can be taken. Cardiovascular diseases (CVD) account for 65% of mortality from diabetes and make diabetes the seventh leading cause of death in the United States of America. Individuals with proven increased risk of developing type 2 diabetes include those with impaired fasting glucose (IFG) and impaired glucose tolerance (IGT), pre-clinical stages of the disease, and especially those with combined IFG and IGT. These individuals are part of a group known as prediabetes. Approximately 25% of individuals with prediabetes will develop type 2 diabetes in 3 to 5 years. Hyperglycemia, in the absence of diagnosed diabetes, was also associated with increased risk of CVD. More recently, prediabetes has been associated with microvascular complications, previously attributed only to diabetes. Many studies have shown that changes in lifestyle and drug interventions are effective in delaying or preventing type 2 diabetes in patients with prediabetes. Among the drugs that can be used for this purpose, metformin is the most studied and, due to its low cost, easy availability, security, and relatively high tolerability, it is the drug of choice in patients in which medical treatment is warranted. In conclusion, IGT and IFG are strongly associated with the development of type 2 diabetes and, despite the controversy, most epidemiological studies reinforce the importance of these two conditions also in the development of micro and macrovascular disease. Thus, therapeutic interventions in patients with prediabetes may be important in primary prevention of type 2 diabetes and its chronic complications.
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