Avaliação do potencial terapêutico da guanosina em um modelo animal da doença de Parkinson induzido por 6-OHDA

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença multifatorial. Seu tratamento é apenas sintomático, o que salienta a importância do estudo de novas terapias. Há evidências de que a excitotoxicidade atribuída ao aumento da atividade glutamatérgica nos núcleos da base seja uma das causas da DP. A guanosina ex...

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Bibliographic Details
Main Author: Batassini, Cristiane
Other Authors: Souza, Tadeu Mello e
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/24166
Description
Summary:A Doença de Parkinson (DP) é uma doença multifatorial. Seu tratamento é apenas sintomático, o que salienta a importância do estudo de novas terapias. Há evidências de que a excitotoxicidade atribuída ao aumento da atividade glutamatérgica nos núcleos da base seja uma das causas da DP. A guanosina extracelular tem efeitos sobre parâmetros glutamatérgicos e é neuroprotetora: quando administrada oralmente, ela protege ratos contra convulsões induzidas por ácido quinolínico, bem como protege fatias de hipocampo submetidas à combinação de hipóxia e hipoglicemia. O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos do consumo crônico oral de guanosina no modelo animal da DP induzido por 6- hidroxidopamina (6-OHDA). Ratos Wistar machos (250-350g, 100-115 dias de idade) receberam solução de guanosina 0,5mg/ml (n=20) ou água destilada (n=16) para beber durante 4 semanas. Após as duas primeiras semanas de tratamento, receberam infusão de 6-OHDA (5,5 μl, 3 μg/μl) no feixe prosencefálico medial direito. Depois de 2 semanas do término do tratamento, os animais foram submetidos ao Teste de Motricidade sobre Grade (TMG), com duração de 3 minutos e, após uma semana, foram desafiados com metilfenidato (MF) 20 mg/kg, durante 30 minutos, para verificação do grau de lesão dos animais. Imunoistoquímica para TH em células nigrais também foi realizada. Treze de 16 animais do grupo controle apresentaram comportamento rotacional ipsilateral espontâneo no TMG, o que diferiu do grupo tratado, onde apenas nove, dentre os vinte utilizados apresentaram o mesmo comportamento (teste exato de Fisher, p=0,041). Entretanto, não verificamos uma diminuição do número das rotações induzidas por MF 20 mg/kg em animais tratados com guanosina, quando comparado com o grupo controle (teste t para amostras independentes, P = 0,716). Houve tendência a uma menor perda de neurônios positivos para TH na parte compacta da substância nigra no grupo tratado com guanosina (teste t para amostras independentes, p=0,064; grupo controle, n=8, 90%±5, média±E.P.; grupo tratado, n=5, 70%±11). Podemos concluir, a partir desses resultados, que a guanosina previne a expressão comportamental no TMG típica de animais lesionados com 6-OHDA e, talvez, diminua a morte de células nigrais positivas para TH. === Parkinson’s Disease (PD) is a multifactorial disorder and the treatment is only symptomatic, which stresses the importance of studying new therapies. There is some evidences that excitotoxicity attributed to increased glutamatergic activity in the basal ganglia could be one of the causes of PD. Extracellular guanosine has effects on glutamatergic parameters and is neuroprotective: when orally administered, protect against seizures induced by quinolinic acid in rats, and protect brain slices exposed to hypoxia/hypoglycemia. The aim of this work is to investigate the effects of a chronic oral administration of guanosine in the 6-hydroxydopamine (6-OHDA) animal model of PD. Male Wistar rats (250-350 g, 100-115 days old) drank a 0.5 mg/ml guanosine (n=20) or distilled water (n=16) during 4 weeks. After the two first weeks of treatment, they received a stereotaxic infusion of 6-OHDA (16.5 μg, 5.5 μl) into the right medial forebrain bundle (MFB). Two weeks after the end of the treatment, animals were exposed to the footfault apparatus for three minutes; and two weeks after, they were challenged with 20 mg/kg of methylphenidate and were observed for 30 minutes, to verify the degree of lesion. Immunohistochemistry for tyrosine hydroxylase (TH) was also performed. Thirteen of 16 control animals showed spontaneous rotational behavior in the footfault test, which differed from the treated group where only 9 of 20 animals showed the same behavior (Fisher Exact Test, P=0.041). However, the number of rotations induced by MF 20 mg/kg in animals treated with guanosine didn’t change, when compared with the control group (t test for independent samples, P = 0.716). There was a trend towards a smaller decrease of TH-positive nigral neurons in the guanosine-treated animals when compared to controls (independent t test, P=0.064, control group, n=8, 90%+/5. average+/-S.E.M.; treated group, n=5, 70%+/-11) Our results show that guanosine prevents, in some 6-OHDA-lesioned animals, the behavioral pattern of contextinduced rotations in the footfault test. Our preliminary results suggest that guanosine may also have a neuroprotective effect in the 6-OHDA PD model, since we found a trend towards a smaller decrease in the number of TH-positive cells in guanosinetreated animals relative to control animals.