Summary: | O Pampa é um bioma do tipo savana exclusivo da região Neotropical, situado na porção sul da América do Sul, cobrindo a Argentina, o Uruguai e o Brasil. O clima é quente temperado e úmido, com temperaturas anuais que variam de 0° C no inverno e mais de 24° C no verão. Os grandes distúrbios no Pampa se iniciaram a cerca de 300 anos com a chegada da colonização Europeia na região e o advento da agricultura, silvicultura, manejo sem controle pelo fogo e a criação de gado, leiteiro e de corte. Apesar de contribuir para a falta de heterogeneidade vegetal e perda na diversidade de fauna, a pecuária ainda é extensivamente indicada como manejo sustentável do Pampa. Com pesquisas e trabalhos por vezes mais focados no aumento da produtividade do rebanho que na manutenção da biodiversidade, a conservação do Pampa vem sendo negligenciada. O monitoramento de diferentes metodologias de pastejo, tradicional, em mosaico e exclusão total do gado, se faz necessário para um maior entendimento de como a diversidade de plantas e animais se comportam nestes sistemas. Para isso, são necessários bons modelos ecológicos para testes de hipóteses e diferentes manejos, o que sustenta a utilização de aranhas para estes estudos. Aranhas são rápidas colonizadoras, ótimas dispersoras, predadoras generalistas, além de estarem estritamente relacionadas à estrutura vegetal. Suscetíveis a impactos bióticos e abióticos, aranhas são ótimas medidoras de qualidade ambiental e, sendo de fácil amostragem, podem ser envolvidas em estudos sobre diversidade de espécies e indivíduos. Para tanto, este estudo foi realizado na APA do Ibirapuitã, na Campanha do Rio Grande do Sul, Brasil. Seis parcelas, de um hectare cada, foram distribuídas em pares em três fazendas. Cada par é constituído de uma parcela com pastejo, demarcadas apenas por estacas, onde o gado tem livre acesso, e uma parcela sem pastejo, cercadas desde Agosto de 2012 onde o pastejo do gado foi excluído por completo. A principal expectativa principal é que a abundancia, riqueza, biomassa e composição de aranhas serão diferentes quando áreas com e sem pastejo são comparadas forem comparados. As amostragens foram realizadas com o uso de armadilhas de queda do tipo “Pitfall traps” nas primaveras de 2011, 2012 e 2013, e sazonalmente no outono (maio), inverno (setembro) e primavera (novembro) de 2015 e verão (fevereiro) de 2016 para a captura de aranhas de hábito epígeo. Para análises estatísticas, Testes T, ANOVA e ANOSIM foram realizadas. Linyphiidae e Lycosidae foram as famílias mais abundantes e ricas em todas as coletas realizadas. Os resultados obtidos em 2011, 2012 e 2013 não demonstraram diferença significativa na fauna de aranhas, abundância e riqueza quando áreas com e sem pastejo foram comparadas. Contudo, os resultados apresentaram valores maiores nas áreas com pastejo quando comparando com áreas sem pastejo. Em 2015/2016 a abundância e a riqueza de aranhas também não foram significativamente diferentes nos dados coletados, contudo, os valores brutos também apresentaram maiores abundância e riqueza em áreas com pastejo do que nas sem pastejo. Analisando-se as estações como um todo, juntando áreas com e sem pastejo, o verão foi a estação com mais riqueza geral. Contudo, analisando as áreas com e sem pastejo separadamente, o inverno foi a estação mais rica e abundante em cada uma destas áreas. Apesar dos resultados anteriores, as espécies mais abundantes demonstraram diferença significativa em suas abundancias em cada estação do ano quando áreas com e sem pastejo foram comparados. A biomassa das aranhas não foi significativamente diferente para todos os anos entre áreas com e sem pastejo, com valores maiores em áreas com pastejo. Entretanto, espécies mais abundantes demonstraram diferenças significativas em sua biomassa sazonalmente nos anos de 2015 e 2016, com valores maiores em áreas com pastejo. Áreas com e sem pastejo ainda se mantém similares mesmo após quase quatro anos de exclusão do gado em termos de abundância total de aranhas. Apenas aranhas mais abundantes demonstram diferença entre áreas com e sem pastejo em termos de abundância e biomassa. === Pampa is a savanna-like biome, exclusively of Neotropical region, lying in southern part o South America, covering Argentina, Uruguay and Brazil. The climate is hot temperate and humid, with annual temperatures ranging of 0° C in winter and higher than 24° C in summer. The increase of disturbance at Pampa began around 300 years after Europian colonization and the advent of agriculture, silviculture, uncontrolled fire management and creation of dairy and beef cattle. Even livestock causing loss of vegetal heterogeneity and fauna diversity, it is a widely recommended methodology for sustainable management of Pampa. With studies more focused in forage properties and beef production than diversity maintenance, the Pampa conservation has been neglected. Monitoring different livestock methodologies are necessary to improve knowledge of how diversity of plants and animals change during this impact. Thus, using great ecological models, like spiders, are necessary to test hypotheses and different managements. Spiders are quick settlers, great dispersers, generalist predators and are much correlated with vegetal structure. Susceptible to biotic and abiotic impacts, spiders are great environmental quality meters, being easy to sample and to measure abundance, diversity and richness. This study was conduct at Ibirapuitã River Environmental Federal Protection Area “Área de Proteção Ambiental – APA do Rio Ibirapuitã” in Rio Grande do Sul state, Brazil. Six plots, of one hectare each, were distributed in pars in three farms. Each pair is constituted of a closed plot, a fenced plots since August 2012, with total exclusion of cattle graze; and a opened plot with only poles in the corners to demarcate the place, and cattle have free access for graze. Our main expectative is that abundance, richness, biomass and composition of arenofauna will be different when grazed and ungrazed areas were compared. Ground dwelling spiders were sampled with Pitfall traps in springs of 2011, 2012 and 2013, and seasonally in autumn (May), winter (September) and spring (November) 2015 and summer (February) 2016. Statistical analyses were performed using Stundents’ Test, ANOVA and ANOSIM. Linyphiidae and Lycosidae were the most abundant and richer families. Results of 2011, 2012 and 2013 were no significant different in spider abundance and richness when grazed and ungrazed plots were compared. However, raw data suggest higher values of abundance in grazed areas than ungrazed ones. In 2015/2016 samples, spider abundance and richness were not significant different between grazed and ungrazed areas. Raw data suggest that grazed areas abundance and richness was higher than in ungrazed though. Although summer was the richer season in general, winter was the richer season separately in grazed and ungrazed areas. Despite the previous results, abundance of the most abundant species were significant different between grazed and ungrazed areas in general and in each season. Spider biomass was not significant different in any year when grazed and ungrazed areas were compared. However, biomass of most abundant species were significant different seasonally and in each season in 2015/2016. Grazed and ungrazed areas are still very similar even after almost four years of cattle exclusion in terms of spider abundance and biomass. Only most abundant species demonstrate a significant difference between grazed and ungrazed areas in terms of abundance and biomass, with higher values in grazed plots.
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