Aparatos de produção subjetivo-corporais nas práticas de percepção da fertilidade

A presente dissertação parte da constatação de certa controvérsia em torno dos benefícios e malefícios da utilização de contraceptivos hormonais, o que tem levado jovens a modificar suas práticas contraceptivas por conta de algumas preocupações. Dentre esses métodos, estão os métodos baseados nos si...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Klöppel, Bruna
Other Authors: Rohden, Fabiola
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/159189
id ndltd-IBICT-oai-lume.ufrgs.br-10183-159189
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collection NDLTD
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sources NDLTD
topic Antropologia social
Feminismo
Estudos de gênero
Contracepção
Contraceptivos hormonais
Fertilidade
Ciclo menstrual
Autoconhecimento
Feminism
Gender
Technology
Contraception
Health
spellingShingle Antropologia social
Feminismo
Estudos de gênero
Contracepção
Contraceptivos hormonais
Fertilidade
Ciclo menstrual
Autoconhecimento
Feminism
Gender
Technology
Contraception
Health
Klöppel, Bruna
Aparatos de produção subjetivo-corporais nas práticas de percepção da fertilidade
description A presente dissertação parte da constatação de certa controvérsia em torno dos benefícios e malefícios da utilização de contraceptivos hormonais, o que tem levado jovens a modificar suas práticas contraceptivas por conta de algumas preocupações. Dentre esses métodos, estão os métodos baseados nos sinais primários da fertilidade, praticados enquanto uma forma de “contracepção natural” e/ou de “monitoramento da saúde” associada a um projeto feminista. Desenvolvo algumas reflexões a partir da descrição de algumas práticas discursivo-materiais relativas a essas práticas, buscando compreender seus efeitos em termos de enquadramentos de corpos/sujeitos sexuados/generificados. Em diálogo com as teorias feministas neomaterialistas sobre ciência e da tecnologia, bem como com os estudos sociais da ciência e tecnologia, realizei observações em grupos de mulheres em redes sociais dedicadas ao tema, além de entrevistas semiestruturadas, visando apreender suas práticas relativas a esse tipo de tecnologia. Além disso, a fim de evidenciar a especificidade da configuração pesquisada frente a outras que relacionam (auto)conhecimento e projetos feministas, realizo um contraste ao longo do trabalho com o movimento de autoajuda feminista presente nos Estados Unidos no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, a partir da mediação do trabalho da historiadora Michelle Murphy. Tendo em vista normas de gênero que associam as mulheres à reprodução e contracepção, tal trabalho revela algumas estratégias de conformação e resistência que essas relações implicam e possibilitam. Ademais, nos ajuda a entender como se dão essas articulações heterogêneas que borram fronteiras entre sexo e gênero - e natureza e cultura, dentre outras - e como as mulheres dessa geração manipulam tais categorias quando tratam de contracepção e saúde. === This dissertation starts from the finding of a controversy about the benefits and harms of the use of hormonal contraceptives, which has led worried young women to modify their contraceptive practices. Among these methods, there are the fertility awareness based methods, practiced in a form of “natural contraception” and / or “health monitoring” associated with feminist projects. It develops some reflections from the description of material-discursive practices, seeking their effects in terms of sexed bodies / gendered subjects. In dialogue with neo-materialist feminist theories on science and technology as well as with social studies of science and technology, I have observed women’s groups in social networks dedicated to the topic and performed semi-structured interviews with some of them, aiming at apprehend their practices regarding this kind of technology. Additionally, in order to evidence the specificity of the researched configuration vis-a-vis others that relate (self)knowledge and feminist projects, I contrast it with the feminist self-help movement present in the United States in the late 1960s and early 1970s, mediated by the research of the historian Michelle Murphy. Since gender norms associate women to reproduction and contraception, this work reveals some of the conformation and resistance strategies that this configuration implies and enables. Furthermore, it helps us to understand how these heterogeneous articulations that blur the boundaries between sex and gender - and nature and culture, among others – are enacted and how women manipulate these categories when dealing with contraception and health.
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