Avaliação longitudinal da velocidade de proliferação das células da mucosa bucal de indivíduos expostos e não exposto ao tabaco e que cessram o hábito tabágico

OBJETIVO: O primeiro objetivo deste trabalho foi avaliar, através da citopatologia e da técnica de AgNOR, as taxas de proliferação celular da borda de língua e assoalho de boca de indivíduos que abandonaram o hábito tabágico e de indivíduos que nunca fumaram, ao longo de um ano. O segundo objetivo f...

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Bibliographic Details
Main Author: Maraschin, Bruna Jalfim
Other Authors: Rados, Pantelis Varvaki
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/143622
Description
Summary:OBJETIVO: O primeiro objetivo deste trabalho foi avaliar, através da citopatologia e da técnica de AgNOR, as taxas de proliferação celular da borda de língua e assoalho de boca de indivíduos que abandonaram o hábito tabágico e de indivíduos que nunca fumaram, ao longo de um ano. O segundo objetivo foi avaliar a influência da condição de higiene bucal na velocidade de proliferação da mucosa bucal de sujeitos não expostos ao tabaco e ao álcool. MÉTODOS: Foram incluídos na amostra inicial 99 indivíduos. As coletas foram realizadas em borda de língua e assoalho de boca, em um momento inicial (baseline), após em média 6 meses (6 meses) e após 12 meses (12 meses). Os participantes foram divididos em três grupos de acordo com os seguintes critérios: Grupo Controle (GC) (n=44): indivíduos atendidos na Faculdade de Odontologia da UFRGS (FO-UFRGS), que nunca fumaram, e que ingeriam até 2 doses (28g) de álcool por semana. Grupo de indivíduos que abandonaram o tabagismo (GAT) (n=22): indivíduos em acompanhamento no Grupo de Apoio ao Fumante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (GAF-HCPA), que fumavam no momento do inicial do trabalho, e que ao longo do tempo cessaram o hábito tabágico, alcoolistas ou não. Grupo de Tabagistas (GT) (n=33): indivíduos em acompanhamento no GAF-HCPA, que fumavam no momento do inicial do trabalho, e que não cessaram o hábito tabágico ao longo do acompanhamento, alcoolistas ou não. As amostras foram sujeitadas à técnica de AgNOR e quantificadas por três examinadores previamente calibrados. A média de AgNOR por núcleo (mAgNOR) e a porcentagem de células com mais de 3 AgNORs (pAgNOR>3) foram calculados nas 50 primeiras células, nucleadas, não sobrepostas, e bem distendidas. Os dados da condição de higiene bucal (perda dentária, sangramento gengival e profundidade de sondagem) foram obtidos nos registros dos prontuários disponíveis na FO-UFRGS. RESULTADOS: Na coleta baseline, os grupos expostos ao fumo (GAT e GT) apresentaram os valores da velocidade de proliferação celular maiores quando comparados aos indivíduos do GC. Ao longo do tempo, os indivíduos do GAT apresentaram uma redução da taxa de proliferação celular em ambos os sítios analisados, até atingir valores semelhantes aos do GC. Os resultados deste estudo, ainda, sugerem que a variação individual de mAgNOR dos indivíduos do GC, ao longo de um ano de acompanhamento, é de no máximo 23% para o sítio borda de língua, e de 18% para o sítio assoalho de boca. Indivíduos com mais de 3 dentes perdidos apresentam valores superiores de mAgNOR quando comparado com sujeitos com menos de 3 dentes perdidos, no sítio borda de língua (p<0.01). CONCLUSÕES: Indivíduos não expostos ao tabaco e ao álcool apresentam a contagem de AgNOR similar ao longo de 12 meses de acompanhamento, com variações pouco significativas. A partir dos resultados deste estudo pode-se concluir que a cessação do hábito tabágico reduz a velocidade de proliferação celular da mucosa bucal. === OBJECTIVE: The primary aim of this study was to assess, through cytopathology and AgNOR staining technique, the cell proliferation patterns of the border tongue and floor of mouth of pattern who abandoned the smoking habit, over a year. A secondary aim was to investigate the influence of oral health status on cell proliferation rates in the oral mucosa of individuals not exposed to tobacco and alcohol. METHODS: The initial sample comprised 99 individuals. Samples were collected from border tongue and floor of the mouth at initial moment (baseline), after 6 (6 months) and 12 months (12 months). The subjects were divided into three groups, according to the following criteria: Control Group (CG), n = 44: individuals who presented at the clinic of the School of Dentistry, Federal University of Rio Grande do Sul, seeking dental treatment, who never smoked and who drank up to 2 servings (28g) of alcohol per week. Abandonment of Tobacco Group (ATG), n=22: individuals in monitoring at the HCPA Group of Smokers, who smoked at the baseline time, and over time cease the smoking habit, alcoholics or not. Smokers Group (SG), n = 33: individuals in monitoring at the HCPA Smoking Support Group, who smoked at baseline, and that did not stop the smoking habit during the research, alcoholics or not. The samples were subjected to the AgNOR technique and quantified by three calibrated examiners. Mean AgNORs per nucleus (mAgNOR) and the percentage of cells with more than three AgNORs per nucleus (pAgNOR>3) were calculated from the first 50 well-arranged, non-overlapping nucleated cells. Oral health data (missing teeth, gingival bleeding and probing depth) were collected from each patient’s record. RESULTS: At baseline collection the exposed groups to tobacco (ATG and SG) had higher proliferation rate, compared to the CG. Over time, individuals of ATG showed a reduction in cell proliferation in both sites analyzed, reaching values similar to the CG. The present findings show that that individuals not exposed to carcinogens maintain a relatively steady cell proliferation rate in the oral mucosa, with up to 23% of variation in the border of tongue and 18% in the floor of the mouth. Furthermore, it was observed that individuals, not exposed to tobacco and alcohol, with more than three missing teeth presented significantly higher mAgNOR in the border of the tongue (p<0.01). CONCLUSIONS: Individuals not exposed to tobacco and alcohol maintain the count of AgNOR similar over 12 months, with a scarcely variation. More over the smoking habit cassation decreases the proliferation rate of oral mucosa over 1 year of follow-up.