Summary: | O presente estudo tem como objetivo a análise das tecnologias presentes no trabalho da Equipe Itinerante da Rede de Saúde Mental do município de Viamão/RS. Para realizar o presente estudo foi utilizado o referencial teórico do processo de trabalho em saúde, articulado ao debate sobre o modo psicossocial. O estudo é de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho, agosto e setembro, através da observação participante, com anotações em diários de campo, análise documental e por meio de uma entrevista semiestruturada. Os participantes do estudo são três profissionais da Equipe Itinerante de Saúde Mental. Para realizar a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo, modalidade temática. A análise evidenciou três categorias, a saber: Elementos constituintes do trabalho da equipe itinerante – seu objeto e tecnologias; Organização do trabalho da equipe itinerante; e, Potencialidades e desafios do trabalho da equipe itinerante para a rede de atenção psicossocial. Em relação à primeira categoria, os resultados apontaram para a clareza do objeto de trabalho, sendo este o usuário. O papel da equipe é relativizado como sendo de apoiador das equipes de referência, responsáveis pela inserção dos usuários nos serviços de saúde e pela aproximação e resposta ao judiciário em relação à judicialização da saúde. Em relação às tecnologias de trabalho, são usadas as reuniões de equipe, as visitas domiciliares e outras tecnologias, como as Guias de Encaminhamentos. Na segunda categoria foram identificadas ações de desburocratização das atividades da equipe itinerante, avanços em articulações e intervenções em conjunto com os serviços de referência - com maior abertura dos serviços de saúde mental à equipe itinerante -, e a necessidade de melhores diálogos com o setor judiciário para repensar prazos processuais e sanar dúvidas dos trabalhadores. Na terceira categoria, em relação às potencialidades, os participantes destacam a criação de uma equipe para atuar com o judiciário, a autonomia no processo de trabalho e abertura para trabalho em conjunto com a atenção básica e o CAPS AD. Já em relação aos desafios, são destacadas: a dificuldade de encontrar o usuário em sua casa, a mediação de conflitos familiares e as questões relacionadas ao tráfico, à violência e ao preconceito da sociedade com o usuário. Deste modo, acredito que o estudo possa contribuir no processo de reforma psiquiátrica ao propor novos modos de cuidado no território a partir da criação de equipes itinerantes. === The present study aims the analysis of the technologies present in the work of an Itinerant Team from the Mental Health Network in the city of Viamão-RS. In order to carry out the present study, a theoretical benchmark of the process in health work was used, linked to the debate on psychosocial level. It is a qualitative approach study, similar to a case study. The data was collected in the months of July, August and September, through the participating observation with note taking in field diaries and through semi structured interview. The study participants are three professionals from the Itinerant Team of mental health. To analyze the data we used the content analysis, thematic review. The analysis highlighted three categories, which are: Elements members of the itinerant working team - their purpose and technologies; Organization of the itinerant working team and potentials and challenges of the itinerant working team for the network of psychosocial attention. Concerning the first category, results pointed out for the clearness of the working object, that is, the user. The role of the team is seen as a supporting one for the reference teams, responsible for introducing the users in the health services and approximation and response to the judicial power concerning the judicialization of health. Concerning the working technologies, we used the team meetings, the visits and the new technologies as Referral Guidelines. In the second category, debureaucratization actions of the itinerant team activities were identified as well as advances in connections and interventions with the reference services – with bigger access of mental health services for the itinerant team – and the need of better dialogues with the judicial power to rethink procedural deadlines and solve doubts of the workers. In the third category, concerning the potentials: the participants highlight the creation of a team to work with the judicial power, the autonomy in the working process and the opening of joint work with the basic attention and the CAPS AD. The challenges are highlighted concerning the difficulty to find the user at home, the mediation of family conflicts and the issues involving traffic, violence and prejudice from the society against the user. Thus, I believe this study can contribute in the process of psychiatric reform when it proposes new ways to care for in the territory based on the creation of itinerant teams. === El presente estudio tiene como objetivo el análisis de las tecnologías presentes en el trabajo del Grupo Itinerante de la Red de Salud Mental del municipio de Viamão-RS. Para realizar tal estudio fue utilizado el referencial teórico del proceso de trabajo en salud, articulado al debate sobre el modo psicosocial. El estudio es de abordaje cualitativo, tipo estudio de caso. La recolección de los datos ocurrió en los meses de julio, agosto y septiembre, a través de la observación participante con apuntes en diarios de campo y por medio de una entrevista semiestructurada. Los participantes del estudio fueron los tres profesionales que componen el Grupo Itinerante de la Red de Salud Mental del municipio de Viamão-RS. Para realizar el análisis de los datos fue utilizado el análisis de contenido modalidad temática. El análisis evidenció tres categorías, a saber: Elementos constituyentes del trabajo del grupo itinerante – su objeto y tecnologías; organización del trabajo del grupo itinerante y Potencialidades y desafíos del trabajo del grupo itinerante para la red de atención psicosocial. Sobre la primera categoría, los resultados señalaron la claridad del objeto de trabajo, siendo éste, el usuario. El papel del grupo es relativizado como siendo de apoyador de los grupos de referencia, responsables por la inserción de los usuarios en los servicios de salud y por la aproximación y respuesta al judiciario en relación a la judicialización de la salud. En relación a las tecnologías de trabajo, son usadas las reuniones de grupo, las visitas domiciliares y otras tecnologías, como las Guías de Encaminamientos. En la segunda categoría fueron identificadas acciones de desburocratización de las actividades del grupo itinerante, avances en articulaciones e intervenciones en conjunto con los servicios de referencia – con mayor apertura de los servicios de salud mental al grupo itinerante -, y la necesidad de mejores diálogos con el sector judiciario para repensar plazos procesuales y sanar dudas de los trabajadores. En la tercera categoría, en relación a las potencialidades, los participantes señalan la creación de un grupo para actuar con el judiciario, la autonomía en el proceso de trabajo y apertura para trabajo en conjunto con la atención básica y CAPS AD. Ya cuanto a los desafíos, son señalados: la dificultad de encontrar el usuario en su casa, la mediación de conflictos familiares y las cuestiones relacionadas al tráfico, violencia y prejuicio de la sociedad con el usuario. De este modo, creo que este estudio pueda contribuir en el proceso de reforma psiquiátrica al proponer nuevos modos de cuidado en el territorio a partir de la creación de grupos itinerantes.
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