Summary: | A longevidade pode ser acompanhada por diversas comorbidades, entre elas o declínio cognitivo.Indivíduos que evidenciam declínio no desempenho cognitivo superior ao esperado para a idade, usualmente demonstrado em anormalidades nos testes neuropsicológicos, mas não atingindo o diagnóstico de demência, e que preservam as atividades de vida diária recebem o diagnóstico de portadores de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). A identificação de casos de declínio cognitivo abre espaço para intervenções que visem prevenir as demências, entre elas o treino de memória. Foi realizado um ensaio clínico randomizado, controlado e cego, com objetivo principal de verificar a eficácia do treino de memória em controles normais (CN) e em idosos com Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) que realizaram uma bateria de testes cognitivos. Os idosos que atenderam aos critérios de inclusão (n=112) foram classificados nos seguintes perfis cognitivos: controles normais (n= 65) e CCL (n=47), segundo os critérios de Gauthier e Touchon (2005). Os participantes foram aleatoriamente reunidos em três grupos de intervenção: treino de memória (TM), grupo de intervenção educativa (IE) e grupo controle (GC). O TM realizou oito sessões, foram trabalhadas estratégias mnemônicas em tarefas ecológicas e oferecido conteúdo educativo sobre memória e envelhecimento. O IE realizou o mesmo número de sessões, com a mesma duração do TM, porém foram trabalhados apenas os conteúdos educativos. O GC realizou apenas o pré e o pós-teste. Os resultados apontaram para uma melhora no perfil cognitivo dos idosos com CCL. Após o treino de memória os participantes com CCL exibiram desempenho característico de idosos sem comprometimento cognitivo, mostrando a presença de plasticidade neural.Sendo assim, o treino de memória mostrou ser uma possibilidade de intervenção educativa de baixo custo e fácil viabilidade, capaz de agregar qualidade de vida à longevidade. === The longevity can be accompanied by several affections, between them the cognitive decline. Mild cognitive impairment defines individuals with objective evidence of memory impairment in relation to age; largely intact general cognitive functions; essentially preserved activities of daily living and absence of dementia. The identification of cognitive impairment raises the opportunity to act with the aim of preventing dementia. One potential measure is memory training. A randomized and controlled double-blind clinical trial was done with the objective to test the memory training effect in aged individuals previously diagnosed with Mild Cognitive Impairment (MCI). The aged individuals were recruited by means of the local media. Afterward they were submitted to a battery of cognitive tests. The aged individuals attending the inclusion criteria (n=112) were classified into cognitive profiles as follows: normal controls (n= 65) and MCI (n=47). Gauthier and Touchon’s criteria (2005) were used for performing this classification. The study sample was randomly distributed into three different intervention groups: memory training group (MT) educational intervention group (EI) and control group (CG). The MT received eight interventional sessions working in mnemonic strategies using ecological tasks. In these sessions was also offered educative content on memory and aging. The EI did the same number of sessions with the same time extension as MT. However, only the educative content was worked. The CG did only a pre and a post testing evaluation. The results show an improvement in the cognitive profile of aged individuals with MCI. Moreover, after the memory training the individuals with MCI exhibited a performance typical of aged individuals without cognitive impairment. Conclusion: The memory training is a low cost and feasible intervention in cognitive impairment. It can improve quality of life in ageing.
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