Summary: | A capsulotomia curvilínea contínua (CCC) é uma das etapas mais importantes da técnica de facoemulsificação. Em cataratas brancas e com reflexo de fundo de olho deficiente ou ausente, a identificação da cápsula anterior do cristalino é dificultada, e é necessária a utilização de substâncias, como os corantes vitais, para permitir a sua diferenciação. Contudo, antes da utilização de substâncias intraoculares, é necessário determinar se elas são seguras para as estruturas do globo ocular, principalmente para as células do endotélio corneano, que podem sofrer lesões irreversíveis. A indocianina verde é uma substância capaz de corar a cápsula do cristalino, tendo seu uso relatado em humanos, mas não existem dados sobre sua utilização em equinos. Objetivou-se determinar o efeito agudo da exposição do endotélio corneano de equinos à indocianina verde 0,5%. Foram estudadas 24 córneas provenientes de 12 equinos divididos em 2 grupos: 12 córneas dos bulbos oculares direitos (grupo controle) e 12 córneas dos bulbos oculares esquerdos (grupo tratamento). As córneas do grupo tratamento foram expostas à indocianina verde durante 1 minuto, e após lavadas com solução salina balanceada. Posteriormente, as córneas foram coradas pela técnica de coloração vital com alizarina vermelha e azul de tripano, visualizadas ao microscópio óptico e fotografadas. As córneas do grupo controle também foram coradas com alizarina vermelha e azul de tripano, visualizadas e fotografadas. Não foram encontradas áreas de perda celular com a coloração pela alizarina vermelha, e nem células com núcleo corado pelo azul de tripano, não havendo diferenças entre grupo controle e grupo tratamento. Baseado nos resultados do presente estudo foi possível concluir que a indocianina verde não induziu dano às células do endotélio da córnea de equinos. === The continuous curvilinear capsulotomy (CCC) is one of the most important steps on the phacoemulsification technique. In white cataract combined with poor or absent red reflex the identification of the anterior capsule is hampered, thus requiring the use of substances such as vital dyes to allow their differentiation. However, before the use of intraocular substances it is necessary to determine whether these substances are safe to the structure of the ocular globe, mainly to the corneal endothelium cells, which may suffer irreversible damage. The indocyanine green is a substance capable of staining the lens capsule with documented use in humans, but there are no data on its use in horses. This study aimed to determine the acute effect of exposure of equine corneal endothelium to indocyanine green 0.5%. The sample consisted of 24 corneas from 12 horses divided into 2 groups: 12 corneas of right eye bulbs (control group) and 12 corneas of left eye bulbs (treatment group). The corneas belonging to the treatment group were exposed to the indocyanine green for 1 minute, and then washed with balanced saline solution. Subsequently, the corneas were stained by the technique of vital staining with alizarin red and trypan blue, and so visualized and photographed under an optical microscope. The corneas of the control group were also stained with alizarin red and trypan blue, visualized and photographed. No areas of cell loss were found with alizarin red staining, and no cell nuclei stained with trypan blue was visualized, with no difference between control group and treatment group. Based on the results of this study, we concluded that the indocyanine green did not induce damage to equine corneal endothelium.
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