Jornalismo para paz ou para a guerra : o refugiado na cobertura jornalística brasileira
O refúgio faz parte de uma trajetória histórica da humanidade, na qual o mundo moderno ainda resiste em adaptar-se. A figura do refugiado surge em uma paisagem social que se opõe às diferenças e, neste cenário, o discurso jornalístico, tomado como acontecimento e realidade sobre o fenômeno, constrói...
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ndltd-IBICT-oai-lume.ufrgs.br-10183-1050232018-10-21T17:04:08Z Jornalismo para paz ou para a guerra : o refugiado na cobertura jornalística brasileira Cardoso, Anelise Zanoni Muller, Karla Maria Jornalismo impresso Análise de conteúdo Refugiados Content analysis Print journalism Peace journalism Forced migration Refugees O refúgio faz parte de uma trajetória histórica da humanidade, na qual o mundo moderno ainda resiste em adaptar-se. A figura do refugiado surge em uma paisagem social que se opõe às diferenças e, neste cenário, o discurso jornalístico, tomado como acontecimento e realidade sobre o fenômeno, constrói espaços limitados que restringem sua função social, estreitando realidades, identidades e significados. Sob tal perspectiva, esta pesquisa tem como objetivo principal compreender como a cobertura jornalística brasileira participa da construção do refugiado, apresentando-o a partir de elementos que enfatizam a guerra e/ou a paz. Para isso, utiliza-se como ponto de partida o jornalismo para paz, teoria criada por Johan Galtung, a qual seria capaz de tecer novos valores para o trabalho jornalístico. Sob a luz do conceito, a disciplina poderia atuar colaborando para a integração local destes sujeitos, bem como levantando possibilidades para a repatriação voluntária e o reassentamento, consideradas soluções duráveis da causa. Para chegar a um denominador comum, utilizamos como método a análise de conteúdo de 98 textos publicados por jornalistas brasileiros nos veículos Correio Braziliense, Folha de São Paulo, O Globo e Zero Hora durante os dez anos que sucederam os ataques terroristas de 2001. O estudo constrói um panorama sobre a imprensa brasileira e revela que, por encontrarem na violência e na vitimização o principal atrativo, as empresas jornalísticas apreendem o assunto com indiferença, apresentando o refugiado como ator social estereotipado e de caráter ameaçador. O que desponta no conteúdo brasileiro, então, não é uma realidade voltada para paz. The refuge phenomenon is part of a historical trajectory of humanity in which modern world still resists to adapt itself. Refugees emerge in a social landscape that opposes to differences and, in this context, the journalistic discourse, taken as happening and reality on the cause, builds up limited spaces that restrict its social function inside the phenomenon, narrowing realities, identities and meanings. According to this perspective, this research aims to understand how the Brazilian journalistic coverage takes part on the construction of refugees, presenting them by means of elements that emphasize war and/or peace. To do so, it is used the peace journalism theory, by Johan Galtung, which should be able to create new values for the journalistic work. Under this paradigm, the field could work collaborating to the social integration of these people, as well as raising possibilities for voluntary repatriation and resettlement, considering long term solutions to the cause. To get to a common ground, the method used was the content analysis of 98 texts that were published by Brazilian journalists at the newspapers Correio Braziliense, Folha de São Paulo, O Globo and Zero Hora during the ten years that followed the September 11th, 2001 terrorist attacks. With an innovative characteristic, this study builds up an image of the Brazilian press and reveals that, for finding in violence and in victimization its main attraction, journalism companies treat the subject with indifference, presenting refugees as stereotyped and threatening social actors. What comes up in the Brazilian content, then, is not a reality based upon peace. 2014-10-28T02:13:38Z 2013 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/10183/105023 000943240 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS |
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O refúgio faz parte de uma trajetória histórica da humanidade, na qual o mundo moderno ainda resiste em adaptar-se. A figura do refugiado surge em uma paisagem social que se opõe às diferenças e, neste cenário, o discurso jornalístico, tomado como acontecimento e realidade sobre o fenômeno, constrói espaços limitados que restringem sua função social, estreitando realidades, identidades e significados. Sob tal perspectiva, esta pesquisa tem como objetivo principal compreender como a cobertura jornalística brasileira participa da construção do refugiado, apresentando-o a partir de elementos que enfatizam a guerra e/ou a paz. Para isso, utiliza-se como ponto de partida o jornalismo para paz, teoria criada por Johan Galtung, a qual seria capaz de tecer novos valores para o trabalho jornalístico. Sob a luz do conceito, a disciplina poderia atuar colaborando para a integração local destes sujeitos, bem como levantando possibilidades para a repatriação voluntária e o reassentamento, consideradas soluções duráveis da causa. Para chegar a um denominador comum, utilizamos como método a análise de conteúdo de 98 textos publicados por jornalistas brasileiros nos veículos Correio Braziliense, Folha de São Paulo, O Globo e Zero Hora durante os dez anos que sucederam os ataques terroristas de 2001. O estudo constrói um panorama sobre a imprensa brasileira e revela que, por encontrarem na violência e na vitimização o principal atrativo, as empresas jornalísticas apreendem o assunto com indiferença, apresentando o refugiado como ator social estereotipado e de caráter ameaçador. O que desponta no conteúdo brasileiro, então, não é uma realidade voltada para paz. === The refuge phenomenon is part of a historical trajectory of humanity in which modern world still resists to adapt itself. Refugees emerge in a social landscape that opposes to differences and, in this context, the journalistic discourse, taken as happening and reality on the cause, builds up limited spaces that restrict its social function inside the phenomenon, narrowing realities, identities and meanings. According to this perspective, this research aims to understand how the Brazilian journalistic coverage takes part on the construction of refugees, presenting them by means of elements that emphasize war and/or peace. To do so, it is used the peace journalism theory, by Johan Galtung, which should be able to create new values for the journalistic work. Under this paradigm, the field could work collaborating to the social integration of these people, as well as raising possibilities for voluntary repatriation and resettlement, considering long term solutions to the cause. To get to a common ground, the method used was the content analysis of 98 texts that were published by Brazilian journalists at the newspapers Correio Braziliense, Folha de São Paulo, O Globo and Zero Hora during the ten years that followed the September 11th, 2001 terrorist attacks. With an innovative characteristic, this study builds up an image of the Brazilian press and reveals that, for finding in violence and in victimization its main attraction, journalism companies treat the subject with indifference, presenting refugees as stereotyped and threatening social actors. What comes up in the Brazilian content, then, is not a reality based upon peace. |
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